quinta-feira, 25 de março de 2010

Os Sarneys amam o Verde



Pô, é evidente que a “mídia” está perseguindo a família Sarney. A Suíça bloqueou, vejam post com trecho de reportagem da Folha, US$ 13 milhões de uma conta movimentada por Fernando, o primogênito, que tanto lutou para que a Justiça, a brasileira, censurasse uma reportagem do Estadão. A China fez o mesmo com outra conta, esta de US$ 1 milhão.

Como diria Lula, a “mídia” só se interessa pelo lado negativo das coisas. Então verei agora o lado positivo. Que exemplo de empreendedorismo dá essa família. Eu não sei o que os Sarneys produzem exatamente (devem produzir alguma coisa, além de políticos), mas é preciso ser muito competente para ter essa dinheirama toda no exterior — sem contar o patrimônio em solo pátrio —, fruto do árduo trabalho de décadas no estado mais pobre do país.

Lula já disse que “Sarney não é um homem comum”. Não é mesmo! A pobreza do Maranhão, onde a família manda há 50 anos, não afetou, como a gente nota, o tino para os negócios. E a gente percebe que o clã não tem nada de acanhado, de elite localista. Os US$ 14 milhões, até agora ao menos, que estão no exterior provam a vocação globalizante da família.

Em suma, o Maranhão pode ser muito pobre, mas isso nunca intimidou os Sarneys, que são muito ricos. O chefe do clã, ex-presidente da República e atual presidente do Senado, dono de uma parcela significativa do PMDB, não se sente constrangido a investir apenas no Brasil, coisa de gente caipira. A vocação da família é a universalidade, o que já tinha sido comprovado, embora a mídia reacionária nunca tenha admitido, com o livro Marimbondos de Fogo.
E a gente nota que a família investe também na diversificação ideológica. Zequinha Sarney se tornou um “Verde”, não daqueles “verdes” de que Fernando cuida na Suíça, e é bom deixar claro que essa associação é óbvia e de mau gosto.

Os Sarneys se ofereceram para cuidar de gente no Maranhão, e a coisa não deu muito certo, como provam os últimos 50 anos. Pragmático, Zequinha resolveu cuidar de árvores — e agora divulga por aí uma lista de ditos “exterminadores do futuro”, pessoas que não teriam compromisso com o meio ambiente. No Maranhão, os Sarneys já têm um longo passado. A questão é saber se o Estado, em mãos tão hábeis, tem futuro.

É uma família que ama o verde, aqui e lá fora.

Reinaldo Azevedo da Veja

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