Íamos para Tutoia a convite do prefeito Romildo para
participar de uma solenidade à noite. A viagem transcorria normalmente e
havíamos passado pelo acesso a Humberto de Campos a meio caminho para
Barreirinhas. Era um trecho reto, não havia residências e nem pessoas à vista e,
embora tivéssemos encontrado em outros trechos um bom número de carros
retornando a São Luís, nesse especificamente quase não havia tráfego.
De repente, um senhor que dava sinais de embriaguez atravessou
a pista, saindo do matagal à beira da estrada de surpresa. O motorista que nos
conduzia buzinou seguidamente e pensamos que ele, alertado, fosse parar ou
retornar, mas quando iríamos passar ao seu lado, ele avançou sobre o carro. O
motorista para não atingi-lo desviou para o acostamento e não o atingiu, mas
perdeu o controle do carro. Este capotou várias vezes até parar de rodas para
cima.
Eu e minha mulher, Crisálida, estávamos no banco de trás, com
cinto, rolando sem parar e, mesmo com cinto, fomos jogados de um lado para
outro. Me lembro de que, enquanto rolávamos, eu sentia dor e pedia para parar.
Quando conseguimos sair, amparados por pessoas que apareceram ali, tanto do
local quanto de carros que passavam por ali, um senhor de camisa vermelha que
me sustentava, disse: “Ê, é o Zé Reinaldo!”.
Havia um segundo carro que nos acompanhava e eu e Cris
embarcamos nele e voltamos para São Luís indo direto para um hospital, onde recebemos
um ótimo tratamento, médico e humano. Por meio de exames de imagem feitos logo
após chegarmos, constatou-se que não tivemos fraturas e nem lesões. Estamos
muito machucados, agora de alta em casa, mas guardando o repouso necessário para
a completa recuperação.
O carro ficou muito danificado, ante os pulos que deu
repetidas vezes.
Só há uma explicação para ninguém ter morrido - nem o
motorista e nem o acompanhante, meu amigo Zé Maranhão, e tampouco nós dois. Foi
a mão de Deus que nos protegeu, que impediu que tivéssemos sequelas graves, que
me permitiu estar escrevendo o meu artigo, como normalmente faço desde 2007.
Eu e Cris somos muito católicos, frequentamos regularmente a
igreja, ela ainda mais do que eu, e grupos de orações se formaram e nos
ampararam.
Qualquer agradecimento de minha parte aos meus amigos, as
pessoas que oraram por nós, é pouco diante do que aconteceu e, ainda assim, estarmos
bem. Machucados e doloridos, mas bem. Muito obrigado a todos!
Esse é o terceiro acidente sério que sofri e que consegui me
sair bem. O primeiro ocorreu quando caí no lago de Brasília dirigindo um
ultraleve. Foi Deus quem me salvou, tenho certeza disso. O segundo foi uma
queda de helicóptero, ao decolar em São João do Carú, com perda total do
aparelho, mas todos nós que viajávamos nos salvamos sem fraturas e lesões. Deus
e, sem dúvidas para mim, meu santo protetor de todas as horas: São José de
Ribamar.
Para concluir, só deixo uma notinha sobre o acordo entre
Boeing e Embraer: é necessário, a Bombardier fez o mesmo com a Airbus, e será
muito importante para o nosso Centro Espacial de Alcântara.
Na próxima semana explicarei.