terça-feira, 10 de julho de 2018

MÃO DE DEUS

Íamos para Tutoia a convite do prefeito Romildo para participar de uma solenidade à noite. A viagem transcorria normalmente e havíamos passado pelo acesso a Humberto de Campos a meio caminho para Barreirinhas. Era um trecho reto, não havia residências e nem pessoas à vista e, embora tivéssemos encontrado em outros trechos um bom número de carros retornando a São Luís, nesse especificamente quase não havia tráfego. 

De repente, um senhor que dava sinais de embriaguez atravessou a pista, saindo do matagal à beira da estrada de surpresa. O motorista que nos conduzia buzinou seguidamente e pensamos que ele, alertado, fosse parar ou retornar, mas quando iríamos passar ao seu lado, ele avançou sobre o carro. O motorista para não atingi-lo desviou para o acostamento e não o atingiu, mas perdeu o controle do carro. Este capotou várias vezes até parar de rodas para cima.

Eu e minha mulher, Crisálida, estávamos no banco de trás, com cinto, rolando sem parar e, mesmo com cinto, fomos jogados de um lado para outro. Me lembro de que, enquanto rolávamos, eu sentia dor e pedia para parar. Quando conseguimos sair, amparados por pessoas que apareceram ali, tanto do local quanto de carros que passavam por ali, um senhor de camisa vermelha que me sustentava, disse: “Ê, é o Zé Reinaldo!”. 

Havia um segundo carro que nos acompanhava e eu e Cris embarcamos nele e voltamos para São Luís indo direto para um hospital, onde recebemos um ótimo tratamento, médico e humano. Por meio de exames de imagem feitos logo após chegarmos, constatou-se que não tivemos fraturas e nem lesões. Estamos muito machucados, agora de alta em casa, mas guardando o repouso necessário para a completa recuperação. 

O carro ficou muito danificado, ante os pulos que deu repetidas vezes.

Só há uma explicação para ninguém ter morrido - nem o motorista e nem o acompanhante, meu amigo Zé Maranhão, e tampouco nós dois. Foi a mão de Deus que nos protegeu, que impediu que tivéssemos sequelas graves, que me permitiu estar escrevendo o meu artigo, como normalmente faço desde 2007.

Eu e Cris somos muito católicos, frequentamos regularmente a igreja, ela ainda mais do que eu, e grupos de orações se formaram e nos ampararam.

Qualquer agradecimento de minha parte aos meus amigos, as pessoas que oraram por nós, é pouco diante do que aconteceu e, ainda assim, estarmos bem. Machucados e doloridos, mas bem. Muito obrigado a todos!

Esse é o terceiro acidente sério que sofri e que consegui me sair bem. O primeiro ocorreu quando caí no lago de Brasília dirigindo um ultraleve. Foi Deus quem me salvou, tenho certeza disso. O segundo foi uma queda de helicóptero, ao decolar em São João do Carú, com perda total do aparelho, mas todos nós que viajávamos nos salvamos sem fraturas e lesões. Deus e, sem dúvidas para mim, meu santo protetor de todas as horas: São José de Ribamar.

Para concluir, só deixo uma notinha sobre o acordo entre Boeing e Embraer: é necessário, a Bombardier fez o mesmo com a Airbus, e será muito importante para o nosso Centro Espacial de Alcântara. 

Na próxima semana explicarei.

terça-feira, 12 de junho de 2018

CENTRO ESPACIAL DE ALCÂNTARA UMA REALIDADE


O Maranhão ainda é atrasado e pobre, mas tudo isso pode mudar. E uma das razões para isso é o Centro Espacial de Alcântara. A localização privilegiada, próximo a linha do equador, permite enormes vantagens para o lançamento de artefatos espaciais, reduzindo brutalmente seus custos que são altíssimos. A rotação da Terra na linha do equador ajuda a dar um impulso extra aos veículos espaciais, reduzindo em 30% os custos de combustíveis.

O domínio espacial exige enorme investimento em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento científico, que serão, por sua vez, usados no desenvolvimento de novos equipamentos e processos na indústria médica, automobilística, na comunicação, na agricultura, na previsão do tempo, no controle de catástrofes, na segurança, na proteção ao meio ambiente e os Centros de Lançamento são a mola propulsora disso tudo. 

O professor Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, em seu livro intitulado “Aplicando a Quarta Revolução industrial” diz que o potencial lucrativo da utilização de recursos e da fabricação em bases espaciais deverá redefinir as rotas de comércio industriais do futuro.

Alcântara atrairá grandes investidores em tecnologia e grande parte da indústria aeroespacial brasileira. Por falar nisso, o curso de Engenharia Aeroespacial já começou na UFMA e já recebeu grande parte dos equipamentos comprados com recursos conseguidos pela bancada maranhense.

Falo tudo isso, porque um passo decisivo foi dado: o anúncio do Departamento de Estado americano de que concorda em negociar com o Brasil o acordo de salvaguardas tecnológico que protege as patentes e a tecnologia de ponta ali usada. Sem esse acordo, o Centro não funcionará plenamente, pois satélites e foguetes de quase todos os países têm componentes tecnológicos americanos e não poderiam ser lançados aqui. 

Sem dúvidas houve pressão da indústria espacial privada dos EUA, da SpaceX, da Boeing e outros que já visitaram Alcântara e já estiveram comigo em Brasília. Eles sabem da grande importância trará o uso do nosso Centro para seus interesses comerciais.

Só a SpaceX tem um ambicioso programa de lançamentos de cerca de 13 mil nanossatélites. Só para comparar, hoje no espaço temos 1.300 satélites de todos os países.

Na semana passada os Estados Unidos deram o sinal verde para renegociar com o Brasil os termos de um acordo tecnológico que pode finalmente viabilizar o uso do Centro Espacial de Alcântara. Na verdade, o aval do Departamento de Estado foi concedido há duas semanas e o governo americano abriu negociações formais com o Brasil para fechar um acordo de salvaguardas tecnológicas. 

Esta é a primeira vez que os americanos aceitam retomar o assunto depois que o Congresso Nacional rejeitou, há 16 anos, uma proposta que “blindava” a tecnologia estrangeira para lançar foguetes. Em tese, esse mesmo dispositivo legal poderia abrir uma brecha para tirar do Brasil a soberania sobre áreas inteiras dentro da base de lançamento.

A retomada das tratativas formais significa que diversos organismos americanos aceitaram negociar. Como nos EUA esse tipo de acordo não precisa passar pelo Congresso, é uma carta branca para que o Departamento de estado atue. Essa etapa inicial é a mais difícil de ser obtida e, nos últimos 16 anos, os EUA se recusaram por duas vezes a chegar a esse passo.

O ministro das relações exteriores Aluísio Nunes Ferreira declarou que: “Se você não tiver um acordo que garanta a propriedade intelectual dos foguetes e dos satélites que serão usados, nenhum deles poderá ser utilizado, pois a grande maioria dos lançamentos carregam tecnologia americana. O que eles querem é a defesa de seus segredos comerciais, o que é legítimo. E nós estamos discutindo sobre como exercer esta defesa, sem que haja nenhuma violação a nossa soberania”, e informou que o assunto será tratado durante a visita ao Brasil do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, prevista para os dias 26 e 27 de Junho.

No plano espacial, a nova minuta de acordo levada pelo Brasil a Washington traz duas mudanças essenciais ao modelo que fracassou em 2002: altera como a tecnologia americana ficaria protegida em solo brasileiro e permite que o Brasil invista no setor espacial eventuais recursos arrecadados com a atividade de lançamento de satélites. 

Na versão antiga, o dinheiro desta atividade só poderia ser usado em outros setores da economia. A primeira novidade é a mais relevante. Acaba com a limitação de uma área física dentro do Centro onde apenas funcionários americanos poderiam circular. A proposta agora prevê a livre circulação de brasileiros, porém com restrições rígidas ao manuseio de contêineres com equipamentos de tecnologia sensível.

Assim, creio que um novo fator de desenvolvimento, importantíssimo, finalmente passará a ser realidade para o Maranhão e o Brasil.

Os primeiros a ganhar serão os quilombolas de Alcântara, que serão beneficiados com um Fundo de Desenvolvimento, uma proposição minha ao Congresso Nacional, que receberá um percentual do arrecadado a cada lançamento.

Finalmente esse sonho está próximo de se tornar realidade!

terça-feira, 17 de abril de 2018

LEALDADE E GRATIDÃO


Uma das páginas mais bonitas e animadoras da nossa vida política foi escrita na sexta-feira, dia 6 de abril, em São Paulo. Foi na posse do vice-governador Marcio França (PSB) como governador do estado, substituindo Geraldo Alckmin (PSDB), que renunciara para poder concorrer à Presidência da República.

Principalmente nesse momento em que se cultiva uma política de ódio, do “nós contra eles”, da perseguição política, do “quem não está comigo é inimigo”, Marcio França comoveu e chamou todos à razão, com um discurso de lealdade e gratidão ao amigo que o ajudou a chegar ao lugar em que chegou, de governador do mais avançado estado da federação brasileira, Geraldo Alckmin.

Justo nesse momento em que alguns “cristãos novos” bradam que em política não existe gratidão, como se a política estivesse apartada de toda a relação humana e não fosse como é, em sua essência, a arte da convivência com os contrários e do entendimento necessário para a formação de maiorias e da possibilidade de governar. 

Pobre de quem pensa assim, da ausência, na política, de gratidão ou de sentimentos nobres na como a lealdade, como se fôssemos robôs sem sentimento nenhum pelo próximo, apenas cultivando o ódio a quem nos é contrário.

Vamos ao que falou Marcio França: 

“Ah a lealdade… essa velha e honrada senhora certeira
Não tem dia e não tem hora, que eu te esqueça
Nem que o mundo acabe ou que eu desapareça…
Lá vai você comigo, minha querida companheira,
Não sei se nasceu em mim, ou se meus pais me impregnaram.
Só se sei que me acompanha resistente pela vida inteira,
E me abriu caminhos decisivos, que só por ti passaram.
Ah a Lealdade...
Condutora segura do meu destino, presente em mim, desde menino, orientou meus passos e minha conduta.
Assim, sempre fui leal a Deus, sobre todas as coisas, pois sei que ao final, não seria em vão a minha luta”.

Aqui, para não ficar muito longo vou pular lindas passagens de sua vida e da sua família para chegar a essência política do fato:

“[...] Vivo para permitir que todos possam ter as mesmas oportunidades que eu tive na vida;
Que todos possam ser felizes como eu fui, que a lembrança lhes seja querida;
Que todos possam exercer suas vocações, que trabalhem por prazer;
Que os meninos não tenham que vender os seus sonhos nem vilipendiar o seu ser;
Que amem seu País e admirem seus governantes;
Que o futuro seja sempre melhor do que foi antes;
Que todos possam acreditar mais no que são, do que no que têm;
Que a Lei sirva a todos e que não privilegie ninguém;
Que as decisões mais importantes possam vir do voto do povo;
Que a tolerância e a generosidade possam vencer de novo;
Que digam com orgulho que moram em
Uma Pátria Amada, e gentil
Que não fujam da luta
E que nunca desistam do Brasil!!!
Por fim, Governador, Eternamente Governador Geraldo Alckmin, amigo e companheiro,
Sou e serei leal ao seu legado,
A sua conduta e ao seu exemplo certeiro;
Sua humildade, seu exemplo, sua discrição, sua perseverança e a sua retidão.
Seu Pai, por certo, lhe acompanha orgulhoso e feliz, junto com outros queridos de tantos momentos,
Sabe que o senhor também fez na vida o que quis
E foi leal a ele, aos seus princípios e ensinamentos
Vá em Paz, Governador, que o Senhor lhe acompanhe
Um abraço a Dona Lu, sua metade querida na eterna caminhada de vida,
Nós estaremos sempre aqui, felizes e orgulhosos do seu sucesso e das suas realizações,
Do cumprimento do seu destino e das suas missões
Saiba que no dicionário cravado nas nossas almas e guardado no coração,
Só há uma palavra que precede a palavra lealdade…
E essa palavra é gratidão!
Todos nós, brasileiros de São Paulo, agora, de pé e à ordem, lhe pedem permissão
Para aplaudi-lo por toda sua dedicação, sua lealdade ao povo, seus amigos e a sua Nação!
Palmas a Geraldo Alckmin!
Palmas e palmas a Geraldo Alckmin!
O filho humilde e brilhante que de Pinda saiu, que serviu aos seus e deu exemplo ao Brasil!
Viva São Paulo, terra de quem tem palavra, terra que vive a lealdade.
Viva o Brasil, viva a verdade!!!”

Quem dera que todos fossem assim.