sábado, 22 de maio de 2010

Compram-se petistas

Para apoiarem a candidatura da governadora Roseana Sarney, 
petistas estão recebendo ofertas de pacotes de dinheiro 
que chegam a 40 000 reais. Nos últimos dias, treze companheiros 
mudaram de lado. Por que será?
Sofia Krause

Divulgação

VERGONHA ALHEIA

A governadora Roseana Sarney discursa aos novos amigos petistas:
"Eu não tenho vergonha de vocês, e vocês não têm vergonha de mim"

Diz-se nas ruas d terra do interior do Maranhão que a família Sarney é dona do estado. O clã tem sociedade em tudo. Se algo está no Maranhão, pertence aos Sarney. Eles detêm participações em TVs, rádios, jornais, fazendas, mansões, ilhas, ONGs, fundações, holdings... Nos últimos meses, na esperança de conquistar a única mercadoria que talvez ainda lhe escape, a família expandiu agressivamente os negócios. Passou a investir em petistas. Petistas? Sim, petistas – e no varejo. No mercado eleitoral do Maranhão, petistas aparentemente têm um preço. Os mais caros podem custar 40 000 reais. Na promoção, alguns saem pela metade desse valor: 20 000 reais. Esta, ao menos, é a cotação estabelecida pelos Sarney. Nas últimas semanas, operadores da família procuraram integrantes da direção do PT maranhense para fechar negócio. O produto a ser comerciado, no caso, é apoio político. A governadora Roseana Sarney, do PMDB, candidata à eleição, precisa desesperadamente assegurar a aliança com o PT, que chegou a declarar apoio ao candidato concorrente, do PCdoB.

As negociações começaram em razão do resultado da convenção estadual do PT, ocorrida em março, que deveria ratificar o apoio do partido à candidatura de Roseana Sarney. A lógica política dessa decisão deriva da aliança nacional entre os petistas e o PMDB, na qual o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, deverá ser o vice na chapa de Dilma Rousseff. Pela natureza desse acordo, PT e PMDB obrigam-se a resolver diferenças que venham a surgir na formação dos palanques estaduais. E já surgiram muitas, como demonstra o notório salseiro armado em Minas Gerais. No Maranhão, porém, as dificuldades de união entre os dois partidos extrapolam quaisquer conveniências eleitorais. Ali, ambos são inimigos há décadas, desde que Sarney é Sarney e PT é PT – bem, ou eram, nos tempos em que havia distinções mais nítidas no mundo político. Na convenção petista de março, delineou-se alguma. Pela magra vantagem de 87 votos contra 85, os delegados do PT maranhense ignoraram as determinações da direção nacional do partido e resolveram apoiar formalmente a candidatura ao governo do deputado comunista Flávio Dino.

As compras começaram assim que se encerrou a convenção. Para reverter a derrota, o clã articulou um ardil político destinado a forçar a candidatura Roseana de cima para baixo. Petistas amigos prontificaram-se a montar um abaixo-assinado contrário à decisão tomada na convenção estadual e remetê-lo ao diretório nacional do partido. Com a medida, pretendia-se anular o apoio ao comunista e, ato contínuo, selar a aliança com o grupo de Sarney. Para elaborarem o abaixo-assinado, operadores de Roseana saíram à cata de petistas. VEJA localizou quatro que admitiram ter recebido a proposta de suborno para mudar de lado – e, portanto, subscrever o tal documento. Segundo esses depoimentos, o pagamento variava de 20 000 a 40 000 reais. Todos negaram ter aceitado a oferta. Um deles, entretanto, admitiu ter assinado a lista, mesmo depois de votar contra a aliança com o PMDB, o que não faz o menor sentido político.

As propostas se deram em ambientes propícios a esse tipo de negociata. O delegado petista Francivaldo Coelho conta que recebeu a oferta no estacionamento de um shopping em São Luís, capital do estado. Segundo Coelho, o intermediário chama-se Rodrigo Comerciário, um leal aliado da família Sarney. O encontro ocorreu no dia 14 deste mês, uma sexta-feira. Durou apenas dez minutos. Narra o petista: "Ele nem desceu do carro, estava tremendo de medo. Disse que ficariam 40 000 para mim e 40 000 para um delegado amigo meu. O dinheiro já estava com ele". Coelho assegura que declinou da proposta. O tal amigo delegado, Arnaldo Colaço, também não topou. E confirma o negócio: "Eles me ofereceram 40.000 reais para apoiar a Roseana". O petista Marcelo Belfort, do município de Ribamar Fiquene, ganhou até passagem de ônibus para ir a São Luís negociar o passe num hotel. Diz ele: "A proposta inicial era 20 000 reais. Eles estão fazendo isso com vários delegados. Mas eu não quis". A petista Maria de Lurdes Moreira, que votou contra o apoio a Roseana e depois mudou de lado, confirma que também recebeu uma proposta de 20 000 reais, porém antes da convenção. Houve outro intermediário nesse caso. Segundo ela, José Antônio Heluy, secretário de Trabalho do governo do Maranhão. "Estive realmente lá, mas não houve esse tipo de conversa", diz o secretário.

A notícia dos subornos correu a língua dos petistas. O deputado federal Domingos Dutra, um dos principais adversários dos Sarney no estado, descobriu o rolo: "Eles estão tentando comprar os nossos delegados". Completa o deputado Flávio Dino, o candidato que está prestes a perder o apoio do PT: "É um absurdo o que se está fazendo na região". A artimanha de Roseana corre tranquilamente. Na semana passada, remeteu-se o caríssimo abaixo-assinado à direção nacional do PT. Nele, há 98 nomes. Treze petistas, portanto, cederam aos encantos da candidatura Sarney – não se sabe por quais razões. Haveria um encontro do PT maranhense no último fim de semana para ratificar o apoio à candidatura comunista, mas a direção nacional da sigla cancelou o evento. Diz o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo: "Estamos acompanhando a situação do Maranhão e tomaremos as medidas cabíveis diante dos fatos de que tivermos conhecimento". A governadora Roseana Sarney não quis comentar o caso.

Carlos Moura/CB/D.A Press e Ed Ferreira/AE

ELES SÃO MINORIA

O candidato comunista Flávio Dino, que deve perder o apoio do PT, e o deputado Domingos Dutra, que denuncia a compra: gritos no vazio.

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Roseana impede visita de Jackson a 'Socorrão' de Presidente Dutra

O governador deposto Jackson Lago (PDT) foi proibido pelo governo do Estado de visitar as instalações do hospital de Presidente Dutra, durante a visita que fará neste sábado (22) ao município. O veto foi anunciado pelo diretor da Casa de Saúde, informa o blog do jornalista John Cutrim.

Depois de várias tentativas frustradas junto a Secretaria de Saúde no sentido de conseguir autorização para permitir a entrada do pedetista no hospital, Jackson terá que se contentar em passar pela cidade sem ver de perto sua principal obra na região. Ele passará apenas pela porta. Leia mais no blog do John Cutrim.

REPETIÇÃO

Um blog da oligarquia colocou, segundo fui informado, uma questão: Por que eu não me candidatava a governador para disputar com Roseana Sarney. Vou responder a oligarquia:
Não sou candidatoa governador porque o Maranhão quer mudar tudo e quer o NOVO na política e no governo e eu sei que não sou esse nome novo. Roseana Sarney,se fosse menos arrogante, desistiria porque muito menos ela é a NOVA.

O NOVO é o Flávio Dino, nosso candidato e que, por isso, e por suas outras qualidades será certamente o escolhido pelos eleitores para ser o próximo governador.
O resto é provocação boba...

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Ricardo e as Ruínas de Alcântara

Confirmadas as informações que dão conta do estrondoso fracasso da operação "retorno à Saúde" anunciada pelo cunhado-deputado Ricardo Murad, estaremos vivenciando no Maranhão do Século XXI uma verdadeira trama, com todos os requintes das velhas cortes, de movimentada comédia do poder.

Muito provavelmente Ricardo Murad se perdeu no caminho de volta. Por pura fanfarronice, dizem uns; por despreparo, proclamam outros. Mais prudente supor verdadeiras as duas teses: o destemido parlamentar misturando, em único cadinho, ignorância e gabolice.

Até onde informam alguns blogues mais antenados, ao perceber fracassadas várias tentativas de manter a Secretaria de Saúde (seus recursos, sobretudo) sob rígido controle, Ricardo Murad partiu para a ofensiva.

Inspirado pela lógica das pombas foi taxativo: mais vale a Saúde na mão do que um mandato voando.

Desincompatibilizado, decidiu recompatibilizar-se. Como? Renunciando à reeleição de deputado estadual para voltar à Secretaria de Saúde; e, assim, tornar-se novamente compatível com a função que sua natureza melhor se coaduna: o trato dos recursos públicos.

Teria reunido, no fim-de-semana, em torno da piscina e de iguarias árabes, seus mais próximos assessores tão somente para anunciar sua decisão: sábia e solitária. Tão sábia quanto solitária.

-Volto na segunda, 17, para a Secretaria. Fulano, manda avisar aí prá imprensa que segunda acabo com esse escarcéu e reassumo a Saúde.

Ainda em sua residência, na manhã de segunda, recebeu um telefonema providencial.

- Deputado! Secretário, o seeeeenhor já conversou com a governadora?

- Oh, rapaz foi bom você me lembrar. Tinha me esquecido. É tenho que passar lá pra avisar... É verdade. Ok, ok até mais tarde.

( Horas depois...)

- Mas como? Como eu vou ficar? Isto não é possível !!! Não! Não!

Neste momento crucial descobriu, amargamente, ser verdadeira a máxima do velho caudilho Leonel de Moura Brizola: cunhado não é parente!

O fato é que na segunda, nada; na terça, muito menos. Na quarta tampouco. Na quinta, sem novidades. Fez até lembrar os versos de Patativa do Assaré, em Triste Partida:

" Setembro passou/ com outubro e novembro/

Já estamos em dezembro/ Meu Deus, que é de nós?"

Permanece no cargo o ex-diretor do Hospital Geral, o médico Luis Alfredo Netto Guterres Soares nomeado Secretário de Saúde à revelia de Ricardo Murad.

Murad resolveu desafiar seu sucessor. Tentou, através de colaboradores remanescentes, manter o órgão sob suas rédeas. Nessa empreitada não teria sequer contado com a colaboração do Secretário Adjunto nomeado em sua gestão, Fernando Neves da Costa e Silva. Profissional e empresário bem sucedido, Fernando Neves optou por pedir demissão do cargo. Melhor que sair que ficar em uma cana-de-braço, uma lengalenga sem fim.

Foi a primeira vitória de Netto Guterres. A disputa parece continuar. Ricardo Murad, pelo visto, desconhece muita coisa da história maranhense. Das relações de poder, de famílias e de compadrios. Muitas delas seculares.

Rossini Correa, em sua "Formação Social do Maranhão: o presente de uma arqueologia" faz referência a duas correntes migratórias, no Maranhão pós-abolição da escravatura. Uma, de senhores e escravos, a caminho de São Luis. Outra, "exclusiva de antigos senhores, de transferirem família e investimentos, com prioridade para o Rio de Janeiro".

Os Nettos Guterres, senhores de Alcântara, deixaram seus casarões portentosos e rumaram, majoritariamente, para São Luis. Entre eles, um certo Luis Alfredo Netto, Guterres um dos mais prestigiados médicos maranhenses da primeira metade do século XX.

Como todas as famílias de grandes proprietários que permaneceram Capital da antiga província, permaneceram influentes nas mais fortes instituições do Estado. O judiciário, por exemplo.

Se tivesse freqüentado (e não abandonado) seu curso de Direito, o deputado-cunhado Ricardo Murad teria pelo menos ouvido falar em Jorge Miranda (Ele vai já pensar que é algum parente do Des. Jamil). E jamais iria esquecer que, sociologicamente no Maranhão, cunhado é parentela, corruptela de parente. Parente é filha, marido da filha, tio da filha, padrinho do marido da filha...

Por estas e por outras, o deputados Ricardo Murad acabou se perdendo pelos de velhos casarões, pelas majestosas e influentes ruínas de Alcântara.

Haroldo Saboia, economista, advogado, Constituinte de 1988, escreve para o Jornal Pequeno todas as sextas-feiras. E-mail: haroldosaboia@hotmail.com


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sexta-feira, 21 de maio de 2010

João, um Grande Homem

JOÃO, UM GRANDE HOMEM

Em 13 de fevereiro de 2008 escrevi artigo que foi publicado no Jornal Pequeno, e que agora transcrevo, exaltando o homem que foi decisivo para o meu governo, para a resistência ao grupo Sarney e também para a vitória de 2006 que mostrou a oligarquia o desejo do Maranhão.

João Evangelista, não fosse a terrível doença que o acometeu, inexoravelmente iria ser governador do Maranhão, pelo seu valor e dedicação.

Antes disso, porém, Deus precisou dele e o chamou de volta.

Eu estava em Grajaú participando da arrancada vitoriosa de Flávio Dino, que empolga o interior do estado, quando soube da notícia. Interrompi a caminhada e ainda cheguei a tempo de assistir a missa de corpo presente, levar minhas condolências à família e me despedir deste grande e respeitado amigo.

O ambiente era de grande tristeza, muito choro sentido, pronunciamentos emocionados, muita consternação. Fiquei muito emocionado, como todos que estavam ali, e foi difícil conter a emoção. Impossível mesmo.

Transcrevo o artigo:

Um Grande Político

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Logo após o rompimento com a oligarquia, um querido amigo perguntou-me com quantos deputados eu contava na Assembleia e eu respondi que não sabia, dando a mesma resposta para perguntas semelhantes sobre outras instituições.

Ele virou-se para mim e disse: “quer dizer que entras em uma briga com o Sarney, sem ter apoio na Assembleia, no Judiciário, na Imprensa? Ficaste louco?! O homem tem grande influência em todos os poderes, serás presa fácil”. Eu disse a ele que meu objetivo não havia sido brigar com ninguém, mas que não abria mão de mudar a agenda do governo, trocando o enfoque dos programas que passariam a ter como prioridade melhorar o IDH. Isto e outras coisas mais levou os donos do poder a abrirem guerra contra mim. E, assim, não havia me preparado para a luta, mas eu sabia o que fazer para poder aguentar o que viria daí para a frente.

A oligarquia espalhava que o impeachment era iminente e a Assembleia iria me tirar do cargo em poucos meses. Dediquei uma parte do meu tempo a trabalhar para que, nas eleições para Presidente da Assembleia, que estavam chegando, tivéssemos um candidato forte e confiável, e, sobretudo, comprometido com novos tempos para o Maranhão. Isso era fundamental para a estabilidade do meu governo, assim como o é, para todos os governadores que tem a família Sarney como adversária.

Com a Assembleia sob comando do grupo Sarney e, apoiados na força da mídia sarneista, seriam criados fatos contra o governo com finalidade de criar um ambiente favorável a um golpe com aparência legal, licenciando na marra o Governador e abrindo caminho para a tomada do poder – obsessão do ex-dono do Maranhão.

Com o governador fora do poder e sem apoio da Assembleia, este não conseguiria reunir força suficiente para voltar. A Assembleia é como a rainha no jogo de xadrez. Perdendo-a, ficaria muito difícil resistir. No mínimo, eu não teria tranqüilidade para governar.

Tínhamos vários quadros, entre os deputados, com o perfil desejado na casa e eu me fixei no nome de João Evangelista, que é um político extraordinário, com ampla experiência como parlamentar, como vereador e deputado.

Quando era Vice-Governador havia me aproximado muito de João Evangelista e criado, além da amizade, uma grande admiração por ele, como político e homem integro.

Foi a nossa primeira grande vitória contra Sarney. Tivemos que enfrentar o poder de fogo da mídia sarneista, que joga sujo e faz intriga, como está se repetindo agora. Não desistem. Passamos por cima de todas as armadilhas, das pendências judiciais protelatórias, das intrigas, e na última hora, com a derrota iminente, nem apresentaram candidatos. Era a primeira vez que isso acontecia e teve grande repercussão política, pois ficou claro que nós estávamos dispostos a lutar e que os enfrentaríamos.

Essa vitória foi muito importante para o meu destino como Governador do Estado, e mostrou aos políticos e à sociedade, que podíamos vencer o medo que dominava o Maranhão e que Sarney não era imbatível. Foi um divisor de águas. Foi a primeira derrota importante da família no estado.

A postura sincera de João Evangelista e seu trânsito entre os deputados foi muito importante para a vitória.

E ele me ajudou muito a governar e a implantar grandes conquistas para a sociedade com ajuda dos deputados e dos prefeitos. Com Roseana Sarney no governo, o orçamento, além de ser uma peça de ficção, era praticamente secreto, pois só Jorge Murad que o elaborava e o conhecia.

Os deputados aprovavam o orçamento em seções rapidíssimas sem ao menos saberem o que continha. Aquilo era um arremedo de democracia como, na verdade, tudo o era no Maranhão. E decidimos que os deputados teriam direito, não só de conhecer, como também de propor emendas, destinando recursos para obras em seus municípios. O Maranhão mudava e relações entre os poderes também, como foi com o Judiciário e o Ministério Público.

João Evangelista abriu a Assembleia para o povo e passou a fazer audiências públicas sobre temas relevantes para a sociedade, com grande sucesso e participação. João Evangelista é um grande político, um grande homem e um presidente de poder democrata e ativo. Além de ter muito caráter.

O Governador Jackson Lago teve a sorte de contar com ele na presidência da Assembleia. Como havia sido comigo, é sempre leal e atuante, tranqüilizando o governador, garantindo que aquele poder está em mãos seguras, longe do canto das sereias, e infenso a propostas golpistas de um grupo que só pensa em poder e que, inclusive, mantém uma questão na justiça eleitoral, tentando roubar o mandato do governador com um processo totalmente viciado, aliás, como sempre.

João Evangelista está atualmente em licença médica, rezamos muito por sua recuperação. O governador precisa muito dele e o Maranhão mais ainda. Sua licença mostra a sua importância, como demonstra a confusão gerada por ambições pessoais, legítimas, mas totalmente fora de hora e contexto, que só animam o grupo Sarney, rejeitado pelo povo, mas, que tenta aproveitar todos os momentos para tentar criar intrigas, tencionando ganhar vantagens. Fique atento, Governador, pois o Senador José Sarney jogará todas as suas fichas no controle da Assembleia.

Falei com Georgina, esposa de João, sexta-feira, e as noticias são tranqüilizadoras.

Força, meu querido amigo João, que você é muito forte e vai vencer mais essa!”

Agradeço ao amigo querido tudo que fez por mim, pelo meu governo e pelo Maranhão. Seu filho herdou suas qualidades e vai continuar lutando por você!
Fique com DEUS!

MA: Dino quer que PCdoB reaja contra aliança PT-Sarney

O pré-candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, o deputado federal Flávio Dino, vai pedir ao diretório nacional do partido para se manifestar contra a retirada do apoio do PT a sua candidatura. Uma intervenção está prevista para junho. Pressionada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), a cúpula do PT quer reverter a decisão dos petistas maranhenses e aderir à campanha da governadora Roseana Sarney.

"Lá no Estado, já exaurimos o diálogo. Há um conflito entre duas alas do PT: a que defende o apoio a mim, que é majoritária, e a minoritária que defende Roseana", expõe Dino. O candidato afirma que pesquisas encomendadas pelo PCdoB, não registradas, o situam em 3º lugar na disputa, atrás de Roseana Sarney e Jackson Lago, mas com um crescimento de cinco pontos percentuais em um mês.

"Não há nenhum motivo, político ou jurídico, pra desconsiderar o resultado do encontro do PT. E o PCdoB é da base do governo Lula, ao contrário de Roseana, que está com o DEM e o PV. A nossa chapa é 100% Dilma (Rousseff)", argumenta o pré-candidato. Aliado ao PSB, ele pretende manter a candidatura, ainda que o PT embarque na galeota da família Sarney.

Dino afirma que a esquerda pode sofrer um retrocesso. "Não se trata apenas de uma candidatura. Na verdade, ela é a representação política dos movimentos sociais e sindicais. Se você coloca o PT junto com Roseana, ela passa a ser a representante das lutas sociais no Maranhão".

Segundo o congressista, a CUT e outras alas "não radicais" do PT desejam a chapa de oposição aos Sarney - "não é só o grupo do (deputado) Domingos Dutra", ressalta. "Uma candidatura de renovação, de mudança, cuja mensagem é óbvia, clara, porque é sustentada pela realidade sócio-econômica do Estado, que tem os piores indicadores sociais do Brasil".

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

PT Nacional ameaça intervir no Maranhão

O Diretório Nacional do PT anunciou que fará uma intervenção no Maranhão para obrigar o partido a apoiar a candidatura à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB). A decisão foi tomada em virtude das constantes pressões do PMDB – através do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pai de Roseana – que apoiou o governo do presidente Lula durante os dois mandatos à frente do Governo Federal.

A primeira medida que marca a intervenção deverá ser a suspensão do Encontro Estadual do PT – marcado para sábado e domingo. O Partido dos Trabalhadores alega que a suspensão irá ocorrer em virtude de possíveis confrontos entre alas divergentes do partido.

Durante a última convenção do PT Estadual, realizada nos dias 26 e 27 de março, foi aprovado o apoio à candidatura do deputado federal, Flávio Dino, do PCdoB-MA, para a sucessão do Governo do Maranhão.

Segundo o presidente do Comitê Municipal do PCdoB de São Luis e coordenador da pré-candidatura de Flávio Dino, Márcio Jerry, a expectativa do Comitê Estadual é de que o PT respeite sua própria legalidade interna. “A convenção que decidiu pelo apoio a Flávio Dino teve a participação do presidente Nacional do PT, José Eduardo Dutra, e do secretário Nacional de Organização, Paulo Frateschi, o que demonstra sua legalidade”.

A intenção da ala minoritária do PT, contrária ao apoio ao pré-candidato do PCdoB, é transferir a decisão sobre a chapa do governo do Maranhão para o Diretório Nacional, que deverá deliberar a favor da coligação com Roseana.

O jornal Estado de S. Paulo publicou nesta quarta-feira (19) uma matéria afirmando que, além de necessitar do apoio de José Sarney, Lula quer palanque único para Dilma no Maranhão.

Na mesma matéria, o deputado Domingos Dutra (PT) – que ocupou nesta terça-feira (18) a tribuna da Câmara para protestar contra a suspensão do encontro – contesta a posição do partido em ter apenas um palanque nas eleições. “Ninguém entende por quer Dilma não pode ter dois palanques no Maranhão se essa prática vai ocorrer em nove Estados. Dois palanques são mais votos do que um”.

Democracia interna

O pré-candidato Flávio Dino critica a atitude do PT nacional. “Como o PT vai explicar que uma parceria com tradicionais aliados não vale? Isso provoca perplexidade e indignação”.

Ainda de acordo com Márcio Jerry as divergências quanto ao apoio à candidatura de Dino, estão sendo sustentadas por um grupo minoritário do PT do Maranhão. “O encontro do PT aprovou a aliança PCdoB e PSB que também tem o apoio dos movimentos sociais do Maranhão e de praticamente toda militância “petista” e socialista do estado”.

Dino afirmou ainda que o PT não pode “simplesmente ignorar” a decisão do partido de apoiar sua candidatura. “Isso seria um desrespeito a um aliado, um ato de violência, uma espécie de golpismo”.

Flávio Dino

Em entrevista para o Vermelho o pré-candidato ao governo do Maranhão afirmou ainda que as resoluções do 12º Congresso Nacional do PT dizem claramente que no âmbito estadual, o partido deveria se coligar com o campo Lula. Dino reforça que este não é o caso da coligação com Roseana, que envolve o DEM (José Serra) e o PV (Marina Silva).

Dino questionou ainda a fundamentação do PT para a chamada intervenção nacional. Segundo ele, a legislação eleitoral (Lei 9.504/97) diz que intervenção só pode ocorrer se o partido (no Estado) descumprir a diretriz do órgão nacional. “O apoio à minha candidatura, e ao PCdoB não descumpre a diretriz nacional. Logo, não há nenhuma possibilidade jurídica que justifique a intervenção”, afirmou o deputado.

O terceiro argumento apresentado pelo pré-candidato foi que em 2006, o PT do Maranhão apoiou a coligação PCdoB e PSB. Na época, Roseana Sarney também era candidata ao Governo do estado. “Por que é que em 2006 a coligação aconteceu e agora não pode? Parece que há um ato de discriminação contra um candidato do PCdoB”.

Dino encerrou a entrevista afirmando que a expectativa é que o PT nacional respeite a decisão do PT do Maranhão. “Não estamos concorrendo com a Roseana. Nós já ganhamos essa disputa. Queremos apenas que o PT respeite essa decisão”.

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Revista Época revelou elo entre Fernando e empresário do PI

Paulo Guimarães, o PG, é antigo parceiro de Fernando Sarney no mundo dos negócios

POR OSWALDO VIVIANI

Todos os indícios e provas levantados nas investigações da Operação Boi Barrica indicam que o grupo empresarial do Piauí que ajudou Fernando Sarney na transação de lavagem de dinheiro conhecida como “dólar-cabo” seria o do empresário Paulo Delfino Fonseca Guimarães, conhecido como o PG. Ele é dono de emissoras de televisão e jornais [grupo Meio Norte, de Teresina], de uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país e de mais 15 empresas.

Em julho do ano passado, logo após Fernando Sarney ser indiciado por quatro crimes – formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e gestão de instituição financeira irregular –, a revista Época revelou o elo entre Fernando e PG.

A reportagem, de autoria de Andrei Meireles e Ricardo Mendonça, primeiramente resgata os aspectos principais das investigações Operação Boi Barrica – divulgada em primeira mão pelo Jornal Pequeno em 28 de setembro de 2008. Em seguida, trata das relações entre Fernando Sarney e Paulo Guimarães – este classificado como “um espectro que assombra a família Sarney há uma década” e “antigo parceiro de Fernando Sarney no mundo dos negócios”.

Reveja o trecho principal da reportagem da Época, já reproduzida no ano passado pelo JP.

O indiciamento de Fernando Sarney se deve à Operação Boi Barrica, uma investigação aberta pela Polícia Federal em fevereiro de 2007 a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. O Coaf detectou movimentações atípicas nas contas bancárias de Fernando e sua mulher, Teresa - como saques em espécie de R$ 2 milhões -, às vésperas das eleições de 2006. Naquele ano, Roseana Sarney disputou e perdeu as eleições para o governo do Maranhão. Só tomou posse no cargo neste ano [2009] depois da cassação do adversário Jackson Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A investigação da Operação Boi Barrica - nome de um grupo de bumba-meu-boi que tem os Sarney como padrinhos - se desdobrou em cinco inquéritos. Fernando Sarney e Teresa foram indiciados no inquérito em fase mais adiantada para a conclusão - o que trata das relações entre as empresas de comunicação da família Sarney, o Grupo Mirante, e a São Luís Factoring. A empresa de factoring foi criada por Teresa Sarney, tem sede no mesmo local das empresas da família Sarney, não tem clientes, mas chegou a movimentar R$ 11,6 milhões em 2006, segundo um relatório da Polícia Federal. A suspeita dos investigadores é que a empresa de factoring tenha sido criada apenas para simular operações do grupo Sarney, reduzir a base de cálculo de tributos e sonegar impostos.

‘Turma da Poli’ - O inquérito mais embaraçoso para Sarney e o filho Fernando, porém, não é esse. É o que mostra, no entendimento da Polícia Federal, que Fernando Sarney manipulava licitações públicas, desviava dinheiro de obras públicas e mantinha negócios ilícitos à sombra do Estado, aproveitando-se da influência e do poder do pai. Com base em interceptação de telefonemas, e-mails e documentos apreendidos graças a quebras de sigilo autorizadas pela Justiça, a PF diz ter detectado uma “organização criminosa” dentro da administração pública federal. Ela teria sido montada por Fernando Sarney, um engenheiro eletricista formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio de seus antigos colegas de faculdade, a turma da Poli de 1978 (tema da reportagem “O grupo da Poli de 78”, publicada por Época em 10 de outubro de 2008).

A turma é formada, entre outros, por Astrogildo Quental, diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobrás, estatal do setor elétrico que movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano, e Ulisses Assad, [ex-diretor de engenharia da Valec, uma estatal ligada ao Ministério dos Transportes, responsável pela Ferrovia Norte-Sul; foi exonerado no mês passado]. A investigação da PF tem transcrições de conversas em que Fernando Sarney discute com amigos nomeações para a Eletrobrás. Segundo a PF, outros dois ex-colegas de Poli de Fernando Sarney - Gianfranco Perasso e Flávio Barbosa Lima - teriam montado empresas de consultoria de fachada para negócios com empresas públicas. Em uma conversa captada pela PF, Gianfranco comemora a nomeação de Ronaldo Braga para a diretoria comercial da Manaus Energia, uma empresa do grupo Eletrobrás, obtida graças à influência de Sarney.

Movimentações no exterior – Em poder da PF, há também documentos que registram movimentações financeiras de Fernando Sarney no exterior e mencionam contas em paraísos fiscais do Caribe, como as Bahamas e as Ilhas Virgens Britânicas. A transação mais intrigante (publicada por Época em outubro de 2008) é uma transferência de US$ 1 milhão, autorizada com a assinatura de Fernando Sarney, para uma conta no banco Hong Kong and Shanghai Banking, na China. A remessa foi intermediada pelo banco HSBC, nos EUA, e teve como beneficiário final uma empresa de nome Prestige Cycle Parts & Accessories Limited. Para tentar decifrar a natureza dessa transferência, os investigadores da PF e do Ministério Público Federal pediram a colaboração do governo chinês. Em um de seus relatórios, os delegados da PF deixam transparecer que a remessa para a China teria relação com uma antiga parceria que Fernando Sarney mantém no mundo dos negócios com o empresário Paulo Delfino Fonseca Guimarães, conhecido como o PG.

O espectro de PG - Paulo Guimarães é um fantasma que assombra a família Sarney há uma década. Ele é dono de emissoras de televisão e jornais [grupo Meio Norte, de Teresina], de uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país e de mais 15 empresas. Ele ganhou notoriedade há dez anos. Seu bingo Poupa Ganha, um de seus mais rentáveis empreendimentos, virou um escândalo ao ser acusado de lesar os clientes, lavar dinheiro e sonegar impostos. O bingo fechou depois de uma devassa da Receita Federal. Filho de um político [Napoleão Guimarães] que por três vezes foi prefeito de Timon, município do Maranhão na divisa com o Piauí, PG sempre teve ligações com o clã Sarney. José Sarney é seu padrinho. Fernando, seu amigo e sócio.

Paulo Guimarães costumava se exibir como um representante dos Sarney no Piauí. Fernando era passageiro habitual de seus dois helicópteros e de um Learjet 55. Os dois eram sócios em vários negócios. Até hoje, PG tem a concessão de um canal de televisão cuja sede é a TV Mirante, a emissora da família Sarney no Maranhão. Em Codó, município do Maranhão, uma emissora de TV está registrada em nome de Teresa Murad Sarney (mulher de Fernando) e da mãe de PG.

Depois de Paulo Guimarães virar alvo de investigação do Ministério Público, da Receita Federal e da CPI do Narcotráfico, Fernando Sarney espalhou em São Luís que não fazia mais negócios com o antigo parceiro. O próprio PG foi morar em Miami, onde diz a amigos que vive de renda. Em março do ano passado [2008], a Polícia Federal descobriu que a parceria não foi desfeita. Numa conversa por telefone, gravada com ordem judicial, Fernando Sarney trata de negócios com PG.
Quando o assunto fica mais delicado, Fernando, preocupado com o grampo telefônico, diz a PG para continuar a conversa por mensagem de texto com outra pessoa. Em seguida, Fernando liga para sua secretária e pede a ela que informe a PG que a mensagem deveria ser encaminhada a Ana Clara, a filha de Fernando que mora em São Paulo e é um dos alvos da investigação da Operação Boi Barrica. O próprio Fernando telefona para Ana Clara e avisa que Paulo Guimarães, que “está tratando daquele negócio”, vai entrar em contato com ela.

No dia 4 de março de 2008, a Polícia Federal grampeou a troca de mensagens entre PG e Ana Clara. De acordo com a transcrição registrada no inquérito, a conversa que Fernando Sarney não queria ter por telefone ocorreu assim por e-mail:

Paulo Guimarães - Você quer receber aí no Rural (suposta referência ao Banco Rural) na próxima semana ou junto aqui e até a próxima semana pega aqui tudo de uma vez, você que escolhe.
Ana Clara - Como seria essa entrega aqui? Quem pegaria? Como seria feito?
Paulo Guimarães - Duas carradas de leite Ninho e duas de Perlagon preços da Nestlé com nota fiscal do distribuidor do Piauí, você arranja quem pega aí.
Ana Clara - Me lig de um bom n. (A transcrição em poder da PF é feita dessa forma, mas depreende-se que o sentido da frase é “me liga de um bom número.)
No relatório da PF, os delegados afirmam que “as mensagens transcritas, embora cifradas, denotam, pela situação em si, não se tratar de algo lícito, até pela maneira como buscaram se evadir”. A revista Época ouviu quatro pessoas que tiveram funções estratégicas nas empresas de Paulo Guimarães e duas ligadas à família Sarney que dizem conhecer os negócios de Fernando. Todos falaram sob a condição de não serem identificados. De acordo com eles, Fernando e PG são sócios em algumas empresas de comunicação e manteriam parcerias em outros empreendimentos de PG. Segundo uma das fontes, os negócios dessa parceria hoje seriam administrados por Ana Rosa Fonseca Guimarães Souza, irmã de PG.

Negócios milionários - Registros em cartórios, juntas comerciais, Receita Federal e processos na Justiça mostram como PG tornou-se especialista em manipular ativos e passivos de empresas para concentrar as dívidas em firmas falidas e esconder os verdadeiros donos de negócios milionários. No papel, todos os seus empreendimentos estão em nome de quatro empresas com registro na mesma caixa postal nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. Nos registros da holding do grupo empresarial de Paulo Guimarães, os sócios são a offshore Valspar, com 99,9% das cotas, e a irmã Ana Rosa Guimarães, com 0,1%, que também é procuradora da Valspar.

Por causa de dívidas milionárias com a Receita Federal e o INSS (cerca de R$ 210 milhões), os negócios de PG também foram investigados pela Procuradoria Federal da União. No processo enviado à Justiça, a procuradora federal Auzeneide Maria da Silva Wallraf esmiúça essa troca de controle acionário. “O esquema é engenhoso. O alvo é claro, disfarçar, esconder a responsabilidade do diretor-presidente, demais dirigentes, sócios e administradores (pessoas físicas e jurídicas)”, afirma a procuradora Auzeneide Wallraf em petição à Justiça, na qual pediu o bloqueio de bens de todas as empresas do grupo Paulo Guimarães.

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terça-feira, 18 de maio de 2010

PT reage e nega apoio à Roseana Sarney

Em entrevista coletiva corrida na tarde desta segunda-feira na sede do diretório estadual do PT, vários dirigentes do partido rechaçaram a notícia divulgada pelo jornal O Estado do Maranhão garantindo o apoio do PT à reeleição de Roseana Sarney, e avisaram que tudo não passou de mais uma tentativa de golpe engendrada pelo grupo de Washington Luís.

Em nota assinada pelo vice-presidente da legenda, Augusto Lobato, e pelo secretário de organização, Bira do Pindaré, foi reafirmado o apoio à candidatura de Flávio Dino, deliberado na instância máxima do partido, no estado, no dia 26 de março passado.

Além da nota, os dirigentes petistas desafiaram ao grupo comandado pelo suplente de deputado federal Washington Luís a divulgar a lista com as 90 assinaturas dos delegados em apoio à filha do senador José Sarney.

Embora sem o conhecimento dos nomes, três delegados do PT, Manoel Silva Araújo (Bacabal), Marcelo de Sousa Belfort (Ribamar Fiquene) e Maria de Lurdes Moreira (Buriti Bravo) se anteciparam e avisaram que embora seus nomes possam constar do documento que entrega o PT para Roseana Sarney, eles estão contra e desautorizam a utilização de seus nomes para tais fins.

Vale destacar que no encontro de Táticas Eleitorais ocorrido em março, Manoel Araújo votou pelo apoio à Roseana Sarney, mas que estaria retirando o seu nome da lista, em defesa da legalidade e da democracia interna do PT.

O vice-presidente Augusto Lobato ressaltou que a lista não tem nenhum valor legal para reverter o resultado do encontro, e que portando, não acredita que a direção nacional vá acatá-la.
- Se eles querem mudar o resultado, que façam a intervenção, que botem a cara e mostrem para o País o que estão fazendo com o PT do Maranhão - avisou.

Lobato vai mais além e diz que se alguém tem alguma fatura a pagar para Sarney que pague sozinho, mas que não o faça com a história de luta do PT no Maranhão.

O secretário de organização, Bira do Pindaré, garantiu que o encontro nos dias 21 e 22 de maio está mantido, e que servirá apenas para definir as candidaturas do partido para vice-governador, Senado, Câmara e Assembleia Legislativa.

- Será uma continuidade do encontro anterior que já definiu o nosso caminho em outubro - disse.
Pré-candidata a vice na chapa de Flávio Dino, Terezinha Fernandes, aproveitou para alertar que o encontro do próximo final de semana não rediscutirá o que já foi decidido.

- E se quiserem rediscutir o que já foi decidido, nós não vamos deixar em respeito à maioria dos nossos militantes e à democracia interna do nosso partido - avisou.

O encontro de maio faz parte do calendário nacional do PT, que estabelece prazo até 6 de junho para a definição das candidaturas.

- Eles estão querendo confundir a opinião pública e aplicar um golpe no PT, fruto do desespero da governadora Roseana Sarney diante do crescimento de Flávio Dino - observou Sílvio Bembem, que é um dos coordenadores da campanha encabeçada pelo PC do B.

Durante a coletiva surgiu a informação que os secretários de estado do PT sarneysista, Anselmo Raposo (Educação), Edmilson Santos (Desenvolvimento Social) e Antônio Heluy (Trabalho) aviajaram esta tarde para Brasília acompanhados de seus adjuntos para entregar o “abaixo-assinado” à direção nacional do PT para consolidar o golpe armado clandestinamente no último domingo em um hotel no bairro do São Francisco.

Resta saber se as pasagens foram pagas pelo governo do Estado.
Veja a nota oficial do PT.

Comunicado

Considerando as informações veiculadas no jornal O Estado do Maranhão, edição de 17.05.10, de suposto apoio do PT à candidatura de Roseana Sarney, comunicamos que:

a) O PT já decidiu em Encontro Estadual, instância máxima de deliberação do partido, coligar com o PCdoB e PSB e apoiar a candidatura de Flávio Dino ao governo do Estado do Maranhão;
b) A reunião organizada pelo grupo de Washington com Roseana Sarney não traduz a decisão do PT, mas apenas a do grupo, que se nega a acatar a decisão do Encontro Estadual;

c) Esta é a quinta tentativa do grupo de Washington contra a decisão do Encontro de Tática Eleitoral, numa atitude de profundo desrespeito às instâncias partidárias e ao próprio regimento interno do PT;

d) O grupo de Washington já apresentou recursos à direção nacional, pediu intervenção no Maranhão, defendeu a retirada da candidatura de Flávio Dino, propôs a revisão da decisão anterior em novo encontro e, agora, quer substituir o encontro do PT por reunião de tendência e abaixo assinado;

e) Vamos informar a direção nacional do PT o que está acontecendo no Estado do Maranhão e solicitar que esta instância partidária faça respeitar as normas partidárias e a decisão do Encontro Estadual;

Para consolidar as conquistas do governo Lula, o PT decidiu em encontro unificar o campo democrático e popular em torno da candidatura Dilma à Presidência da República e Flávio Dino ao governo do Maranhão, com o apoio dos movimentos sociais.

ESTA ESTRELA É NOSSA!

São Luís, 17 de maio de 2010.
Augusto Lobato
Vice-presidente do PT
Bira do Pindaré
Secretário de Organização


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Filho de Sarney fraudou operação, diz PF

Relatório final de investigação diz que Fernando Sarney lavou e repatriou US$ 1 mi enviado ao exterior de forma ilegal; ele nega

Empresário, diz a PF, usou conta nas Bahamas para quitar dívida de grupo do Piauí com chinês e, em troca, recebeu o similar em reais

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lavou e repatriou US$ 1 milhão enviado ilegalmente para fora do país, diz a Polícia Federal.

Ele usou um esquema fraudulento de comércio exterior para trazer o dinheiro de volta ao Brasil -a conclusão consta de um dos inquéritos da Polícia Federal oriundos da Operação Faktor (ex-Boi Barrica).

A Folha revelou no final de março que a PF suspeitava desse tipo de transação envolvendo Fernando. Agora os policiais afirmam, no relatório final da investigação, ter comprovado que a operação foi feita.

De acordo com a PF, o filho do presidente do Senado usou recursos de uma conta nas Bahamas, não declarada à Receita Federal, para quitar uma dívida de um grupo empresarial do Piauí com um exportador chinês. Em troca, Fernando recebeu no Brasil o equivalente ao dinheiro depositado lá fora.

O mecanismo é chamado de dólar-cabo, instrumento financeiro operado por doleiros ao qual brasileiros que têm contas ilegais no exterior recorrem quando precisam dos recursos em reais aqui no país.

Por conta desse artifício, Fernando Sarney foi indiciado, na semana retrasada, sob acusação de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. No mesmo inquérito foi indiciado, sob acusação de crime contra a ordem tributária, um empresário piauiense que também teria feito parte do esquema, segundo a PF. Fernando Sarney nega ter cometido irregularidades.

China

Conforme a Folha revelou em março, o governo chinês confirmou às autoridades brasileiras que Fernando opera uma conta nas Bahamas, conhecido paraíso fiscal, e que dessa conta transferiu, no início de 2008, US$ 1 milhão a um fabricante de peças e acessórios de motocicletas da China.
A partir das informações prestadas pelos chineses, a PF refez o caminho do dinheiro.

Segundo o inquérito, o grupo empresarial piauiense teria feito uma importação subfaturada de peças de motocicleta da Prestige Cycle Parts & Accessories, localizada na província chinesa de Qingdao. O grupo teria pago somente uma parte da compra pelas vias legais (a Folha não conseguiu precisar todos os valores envolvidos). A outra parcela (US$ 1 milhão) foi quitada por Fernando.

Segundo a PF, a empresa piauiense de motocicletas há anos faz importações da China.

De um modo geral, a operação financeira funcionou da seguinte forma, segundo a investigação: supondo que a importação que teria sido feita pelo grupo do Piauí tenha custado US$ 1,5 milhão. No contrato de câmbio, devidamente registrado no Banco Central, o grupo teria informado uma compra de apenas US$ 500 mil. Faltaria ao exportador receber, portanto, US$ 1 milhão.

Na outra ponta entra Fernando Sarney, transferindo o dinheiro para a conta da companhia chinesa. No Brasil, Fernando recebe os recursos convertidos em reais do caixa dois da empresa do Piauí, de modo que nenhum dos dois recolham ao fisco os devidos impostos.

Essa não foi a única movimentação financeira realizada pelo filho do presidente do Senado lá fora sem informar à Receita. No final de março, a Folha também revelou que a Suíça congelou uma conta operada por Fernando naquele país no valor de US$ 13 milhões. O bloqueio ocorreu quando ele tentava transferir parte dos recursos para Liechtenstein, paraíso fiscal.

outro lado

Empresário tem negado que haja irregularidades

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reportagem não conseguiu ontem contato nem com os advogados de defesa nem com o empresário Fernando Sarney.

Nos últimos meses, Fernando tem negado irregularidades e se recusado a comentar as acusações da Polícia Federal alegando que os inquéritos que envolvem o seu nome correm em segredo de Justiça.

Segundo o empresário, o vazamento do conteúdo dos inquéritos é criminoso.

No começo deste mês, quando Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o advogado do empresário, Eduardo Ferrão, confirmou que seu cliente havia prestado depoimento à PF, mas disse que não tinha informações sobre o indiciamento.

Fernando Sarney disse no começo de março que a imprensa trata de suas movimentações financeiras de forma "truncada e dissociada da realidade".

"Por essa razão, seguindo orientação dos meus advogados, e até mesmo em respeito ao sigilo estabelecido pela própria Justiça, não me pronunciarei a respeito", disse o empresário na ocasião.

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Homem Bomba


A reação de Romeu Tuma Júnior à pressão para deixar a Secretaria Nacional de Justiça mostrou seu poder de fogo. Em dois anos e meio, ele esvaziou o poder de servidores de carreira, privilegiou apadrinhados e concentrou informações sigilosas em suas mãos. Por meio de uma portaria, aparelhou o poderoso DRCI, que combate lavagem de dinheiro.

Cobrado a deixar o cargo, ele mandou um recado: "Estão mexendo com a válvula do botijão de gás". Acusado de ligação com a máfia chinesa, ele encarou o governo, não pediu demissão e anunciou um afastamento de 30 dias, dizendo apenas estar "saindo de férias".

O "botijão" de Tuma Júnior que amedronta o governo está no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Trata-se de um órgão técnico, subordinado ao secretário nacional de Justiça, que faz a ponte com outros países nas investigações do Judiciário e do Ministério Público sobre lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro nacional e repatriação de ativos. Já passaram por ali nomes como Paulo Maluf, Duda Mendonça, Fernando Sarney e Daniel Dantas. (Leandro Colon em O Estado de S.Paulo) Leia mais.
Comentário: Sarney, não por acaso, foi o primeiro a defendê-lo...

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Homem bomba

Tuma Jr. aparelha órgão que vigia crimes financeiros

A reação de Romeu Tuma Júnior à pressão para deixar a Secretaria Nacional de Justiça mostrou seu poder de fogo. Em dois anos e meio, ele esvaziou o poder de servidores de carreira, privilegiou apadrinhados e concentrou informações sigilosas em suas mãos. Por meio de uma portaria, aparelhou o poderoso DRCI, que combate lavagem de dinheiro.

Cobrado a deixar o cargo, ele mandou um recado: "Estão mexendo com a válvula do botijão de gás". Acusado de ligação com a máfia chinesa, ele encarou o governo, não pediu demissão e anunciou um afastamento de 30 dias, dizendo apenas estar "saindo de férias".

O "botijão" de Tuma Júnior que amedronta o governo está no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Trata-se de um órgão técnico, subordinado ao secretário nacional de Justiça, que faz a ponte com outros países nas investigações do Judiciário e do Ministério Público sobre lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro nacional e repatriação de ativos. Já passaram por ali nomes como Paulo Maluf, Duda Mendonça, Fernando Sarney e Daniel Dantas. (Leandro Colon em O Estado de S.Paulo) Leia mais.

Comentário: Sarney, não por acaso, foi o primeiro a defendê-lo...

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Ala do PT do Maranhão declara apoio a Roseana Sarney

Um grupo de integrantes do PT do Maranhão, onde o partido está dividido em relação à sucessão estadual, entregou neste domingo à governadora Roseana Sarney (PMDB) uma lista com 98 assinaturas em apoio à candidatura dela à reeleição.

No encontro, Roseana vestiu uma camisa do PT, tirou fotos com dirigentes do partido e conclamou os petistas a serem seus "companheiros de luta".

O ato aumenta ainda mais o racha do PT no Estado, que está dividido entre apoiar o clã Sarney, seguindo a aliança nacional com o PMDB, ou a candidatura de Flávio Dino (PC do B), opção que recebeu a maioria dos votos no encontro estadual do partido, em março.

A ala pró-Roseana, que conta com a influência do presidente Lula, bastante próximo à família Sarney, tenta anular o resultado do encontro - um dos recursos ainda está em análise. O documento questiona a substituição de uma delegada no momento da votação e a suposta invasão do plenário.

"Foi um encontro conturbado", diz o ex-deputado federal Washington Luiz, da ala favorável a Roseana. Segundo ele, parte dos delegados que haviam votado em Flávio Dino "mudou de ideia", o que deu origem ao abaixo-assinado.

Segundo ele, a lista é interna e não pode ser divulgada. Não se sabe quem a assinou.
Para o deputado federal Domingos Dutra (PT), que faz oposição a Sarney, o documento é um ato de "desespero". "Isso não tem poder para revogar a decisão do encontro. O partido tem regras", afirma.

Dutra acha que não haverá intervenção do diretório nacional no Maranhão, como querem os pró-Roseana, porque o apoio a Flávio Dino não contraria as alianças estabelecidas no congresso nacional do PT.

"[O PC do B] é um aliado antigo, da base do governo. É só fazer dois palanques, como em outros Estados", diz Dutra.

"Dois palanques têm mais voto que um", afirma ele.

O presidente do PT-MA, Raimundo Monteiro, foi a Brasília ontem entregar o abaixo-assinado ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.

Há a expectativa de que o partido sugira uma nova votação para o encontro deste fim de semana, em que devem ser definidos os candidatos a deputados estaduais e senadores no Estado.

ESTELITA HASS CARAZZAI da Agência Folha, em São Luís