Cinco partidos que compõem agora o governo resolveram
recorrer ao Supremo para que a presidente Dilma Rousseff explique porque ela não
para de dizer que o impeachment é golpe. O Supremo acatou a ação e a ministra
Rosa Weber deu o prazo de dez dias para que a presidente afastada responda à
interpelação. Ela pode responder ou não, nada na lei a obriga. Contudo, seja
qual for a atitude da presidente, respondendo ou não, o objetivo dos partidos é
acioná-la criminalmente e também por danos morais ao país. A presidente não se
importa em causar danos à imagem do país e age como uma militante partidária.
Enquanto isso, o governo Temer concluiu o tamanho do rombo que
a irresponsabilidade fiscal e o criminoso tratamento dado ao Orçamento da União
por parte da presidente e do seu governo legou ao país. A experiente e
capacitada equipe econômica que Temer reuniu, com a missão de corrigir os
imensos erros e irresponsabilidades que levaram o país à paralização e ao
desemprego, resolveu primeiro dimensionar o tamanho da “criatividade” fiscal que
a equipe comandada por Dilma havia concebido. Com isso feito, é possível
entender o problema por inteiro e em seguida propor as soluções cabíveis.
É um espanto inconcebível o ponto a que chegaram e o patamar a
que levaram o país, tudo feito na surdina, enganando todos com as criativas
propagandas de João Santana e de sua mulher Mônica. Ninguém tinha ousado chegar
tão longe. Tinham descoberto o “poço da felicidade”, criando dinheiro sem
lastro. Para que essa enganação pudesse perdurar e não ser descoberta, era
preciso não entregar o poder. Tinham que mantê-lo de qualquer maneira. E veio
também o dinheiro desviado da Petrobras, usado para desequilibrar a eleição
presidencial. Tudo arquitetado.
Mas era impossível continuar com a mentira, pois a fonte
estava exaurida e o quadro ficou insustentável. Foi então que Dilma tentou
mudar a política econômica, já que não podia mais continuar com a mentira. Dessa
forma, ao adotar as diretrizes do candidato que havia vencido na eleição,
certamente a única possível no momento, começou a deterioração rápida da sua
imagem, que levou ao processo de impeachment.
Os números são assombrosos. Mais de cento e setenta bilhões
de reais e vejam que estão fora os valores referentes ao rombo da Petrobras, da
Eletrobras, dos Fundos de Pensão e da Previdência Social. Só neste último projeta-se
neste ano um déficit de cento e quarenta e seis bilhões de reais.
Quebraram o país. Temer sabe o que terá que enfrentar e, com
essa poderosa equipe que reuniu, caminhos serão encontrados para que se
restaure no primeiro momento a confiança dos investidores. Sim, porque sem
investimentos não serão criados os empregos que são a face mais aguda da crise.
Mudando de assunto, tenho a obrigação de alertar o governador
sobre esse problema da federalização do porto do Itaqui. O canal do Panamá vai
ser aberto agora com novas dimensões. E será a principal rota de transporte
entre o Brasil e a Ásia. A realidade do governo brasileiro é a absoluta
incapacidade de investimento em toda a infraestrutura, inclusive no sistema
portuário. Precisamos de muito investimento no Itaqui para possibilitar que ele
se transforme na principal porta de entrada e saída de produtos brasileiros
para a Ásia. Hoje não temos ainda as condições necessárias. Entretanto, não
estamos sozinhos nisso. Falam também na privatização do Porto de Pecém, no
Ceará, e nos portos do Pará, todos com condições de serem capazes de
materializar essa rota com o Panamá, embora o melhor de todos seja o Itaqui.
Nosso porto é muito bem dirigido por Ted Lago, homem sério e
capaz, mas ele precisa de grandes investimentos ali, os quais o governo não
terá.
Com efeito, vai como sugestão ao governador Flávio Dino,
sugestão não pedida, mas de quem só quer - como ele - o desenvolvimento do Maranhão.
Eu tenho uma experiência muito grande na matéria, pois fui ministro dos
Transportes, que naquele tempo cuidava de tudo, inclusive dos portos. O píer petroleiro,
tão importante para o nosso estado, foi daquela época. Qual sugestão poderia
dar ao governador? Que o estado se antecipe e faça a privatização, em todo ou
em parte, do porto, mantendo o controle nas mãos do estado. Chineses e
japoneses, por motivos óbvios, tem enorme interesse e tem imenso poder de
investimento capaz de transformar o Itaqui nesse superporto tão sonhado por
nós.
Além disso, se eles fizerem esses investimentos, naturalmente
vão trazer suas cargas para cá e seremos finalmente imbatíveis, como pensaram
nossos antepassados.
Essa é a sugestão que dou.