O ITA e o Complexo Tecnológico de Alcântara vão ganhando
adeptos dentro e fora do Maranhão. O projeto é tão importante e grandioso que
mesmo nesse momento, em um governo confuso, a cada dia mais pessoas importantes
ficam a seu favor.
Enquanto isso, vou adiantando outros projetos importantes em
que tenho trabalhado. Vou citar dois que reputo muito relevantes para o Maranhão,
mas antes de começar, quero lembrar um fato relacionado ao que relatarei mais a
frente: o ITA faz a mais rigorosa seleção de alunos do país e entre escolas de
engenharia do mundo. Nos seus primeiros anos, inclusive, havia um curso
complementar no Instituto Militar de Engenharia (IME) na Urca, Rio de Janeiro,
para os muitos alunos que mostravam que tinham potencial de fazer o curso, mas
que não tinham obtido a nota mínima. Depois desse “cursinho”, eles prestavam
novo vestibular e quase todos passavam. Isso perdurou por cinco anos, tempo
necessário para que os futuros alunos adquirissem a noção do rigor da seleção
se preparassem melhor. Dessa forma, o ITA alavancou uma melhora enorme na
qualidade de ensino brasileiro.
Estou falando tudo isso, porque sabemos das nossas
deficiências na qualidade de ensino (tanto do fundamental quanto do médio) no
Maranhão. Com efeito, teremos que melhorar muito, senão veremos alunos de
outros estados serem aprovados e os nossos ficarem para trás, até as circunstâncias
obrigarem uma reação, que virá. Logo, temos que melhorar o nível educacional do
estado ou nossos alunos ficarão fora do ITA que, na verdade, é regional e nos
obrigará a grandes mudanças.
Em todo caso, com ITA ou sem ele, temos urgentemente que
melhorar a qualidade da educação pública que oferecemos aqui.
Como fazer isso? Não podemos, é verdade, mudar tudo de uma
hora para a outra. Não existe mágico que consiga fazer isso. Mas temos que começar.
Com esse propósito, estive com a reitora da Universidade
Federal do Maranhão, Nair Portela Coutinho, em uma proveitosa reunião. Creio
que a UFMA tem quadros e experiência na qualidade da educação que podem ajudar
muito. Eu já havia exposto em outro artigo essa ideia. Trata-se do seguinte: no
Centro Histórico, ocioso e pouco habitado, de fato, em ruínas e abandonado, passa
um grande número de cabos de fibra ótica, um tesouro abandonado e sem uso, mas,
que existe e pode ser usado.
Penso que ali poderíamos instalar uma “Cidade Digital” voltada
para a educação em geral. O projeto seria mais precisamente voltado para o
ensino integral dos alunos das escolas de São Luís (cento e setenta e duas
públicas), com laboratórios de informática, de ciências, biologia, matemática, de
línguas, de palestras interativas, de cultura, leitura, testes, etc. Em outras
palavras, tudo o que as tecnologias da informação permitirem, um salto
gigantesco na preparação de professores e alunos em busca do aprimoramento e da
qualidade.
Os alunos, antes ou depois dos seus cursos nas escolas, se
deslocariam para lá, almoçariam, e depois teriam o ensino integral. Isso, além
de melhorar a qualidade do ensino fundamental, ocuparia e recuperaria o Centro
Histórico, e teria reflexos na melhoria do ensino em todo o Maranhão.
Com isso na cabeça, procurei a UFMA para ser parceira e mola propulsora
dessa revolução em nossa educação e ali recebi da reitora o mais entusiástico
apoio. A universidade é uma parceira fundamental para isso tudo dar certo! Em
breve vamos detalhar com os professores esse projeto, pois é urgente a sua
instalação e a cada dia estou mais certo que o nosso ITA será realidade em
pouco tempo.
Irei também ao nosso governador Flávio Dino, também educador e
professor da UFMA e o secretário de educação Felipe Camarão. Também parceiros
imprescindíveis. Creio que esse é um atalho muito importante para melhorar o
nível de nossa educação.
Pois bem, na Universidade também tratei de outro projeto
muito importante na área de inovação e tecnologia. O Maranhão é o único estado
da federação que possui fartos recursos naturais de todos os tipos de energia
renovável. Temos amplas condições de sermos um estado autossuficiente e
exportador de energia, além de dispormos de energia para construir aqui mesmo
um grande polo industrial. Temos condições de gerar energia hidráulica, solar, eólica,
das correntes de marés, do gás e da biomassa. Ninguém dispõe de todo esse
leque.
Contudo, vejam que no Brasil não temos um instituto
certificador de equipamentos e de métodos para uso na energia renovável, tais
como certificação de turbinas para geração de energia eólica, hidráulica, de
placas fotovoltaicas, pás eólicas, etc. Um enorme cabedal de equipamentos que
precisam ser certificados e homologados para poderem ser comercializados e
usados nos mais diversos empreendimentos de energia renovável. Não temos no
país um único instituto como esse. São poucos no mundo, sempre ligados a
grandes universidades de ponta. Só temos aqui pequenas certificadoras, que são limitadas.
Pensar em fazer isso dentro do setor público, um instituto, é
muito difícil, a matéria não passaria no Congresso e colocar em votação uma
coisa assim só geraria uma disputa colossal pelos estados.
Pensando nisso, fui procurar as entidades privadas que
representam os mais variados segmentos produtores de energia renovável. A ideia
foi muito bem recebida pelas entidades e então procurei o Ministro de Minas e
Energia Eduardo Braga, de quem recebi algumas orientações legais e o apoio não
institucional para o empreendimento.
Comuniquei aos parceiros privados e os informei de que
falaria com a Universidade Federal do Maranhão para convidá-la a fazer parte de
um projeto muito importante, investimento de mais de seiscentos milhões de
reais, que tem o potencial de atrair enormes parcerias tecnológicas com grandes
universidades e laboratórios privados e que isto daria um enorme prestígio à
UFMA. Pois bem, propus isso à Reitora, que chamou os professores do
Departamento de Energia da universidade e estes se mostraram amplamente
favoráveis ao projeto. A ideia é que o instituto seja abrigado no próprio
Campus da Universidade, como nas grandes universidades mundiais. A UFMA, além
disso, prepararia os alunos para ampla participação nesse novo empreendimento.
Muito satisfeito, sai do encontro na UFMA, tendo a certeza de
que temos importantes parceiros nessa luta por mudar o Maranhão.
Para finalizar, informo que o ministro Eduardo Braga garantiu
o Leilão do nosso linhão entre Bacabeira e Parnaíba, que será em abril agora.
Com isso, o setor eólico no Maranhão ganhará uma importância enorme.
Finalmente!