sábado, 1 de março de 2008

Credibilidade?

Deu NA "TRIBUNA DA IMPRENSA" de 28 de fevereiro de 2008, na coluna do jornalsita Sebastião Nery:

O OUTRO LADO DA VERDADE

Sarney era presidente do PDS, na ditadura, recebeu queixa de um deputado do PMDB do Maranhão, com quem ele se dava bem, de que um chefe político do governo (do PDS), numa cidade do interior do Estado, estava perseguindo os eleitores da oposição (do PMDB). Mandou chamar: "Não faça isso. Deixe a oposição fazer sua campanha em paz". E a resposta: "Senador, quem não vota com o governo, não tem razão com o delegado".

Sarney anunciou que vai tirar quatro meses de férias do Senado para escrever suas memórias. Na verdade, ele anda indignado porque, apesar de votar sempre, e cordeiramente, com o governo, está sem razão com a delegada Dilma Rousseff. Até agora, ela vetou todos os nomes por ele indicados para seu velho feudo no Minas e Energia: Eletrobrás, Eletronorte.

De qualquer maneira, pela delegada ou pelas memórias, eis aí uma boa notícia. Sarney escrevendo é bem melhor, para o Brasil e o Maranhão, do que Sarney politicando. Depois de mandar 40 anos caudilhescamente em seu Estado, lá deixou o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), analfabetismo, mortalidade infantil, longevidade, etc, do País.

Pela primeira vez, afinal, a imprensa deverá ter, pela letra dele, seus verdadeiros dados biográficos. De tal forma ele os enrola e desenrola, que até jornalistas experientes acabam se atrapalhando. Esta semana, na "IstoÉ" ("O cacique pede licença"), várias vezes o Rudolfo Lago se afundou.

"IstoÉ"

1 - "Aos 79 (sic) anos"... Errado. Ainda são 77. Faltam dois meses para fazer 78. Nasceu em 24 de abril de 1930.

2 - "Em 1954, é eleito suplente de deputado federal pela UDN" (sic)... Errado. É uma inverdade em que ele insiste, reinventando sua própria história, até mesmo em entrevistas para livros dos amigos, como o do saudoso Oliveira Bastos ("Sarney, o outro lado da história"):

"Ingressei na UDN porque era o partido contra Vargas, o Estado Novo, a ditadura, e porque no Maranhão o Vitorino Freire era o representante dessa vertente política. Na eleição de 1954, fiquei como primeiro (sic) suplente na bancada federal do partido (UDN)".

FGV-CPDOC - Tudo mentira. O excelente DHBB (Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro) da Fundação Getúlio Vargas-CPDOC conta na pág. 5.291: "José Sarney ingressou na vida política ao eleger-se, em outubro de 1954, quarto (sic) suplente de deputado federal na legenda do Partido Social Democrático (PSD), com 3.271 votos. Ocupou uma cadeira na Câmara Federal entre agosto e setembro de 56 e de maio a agosto de 57". (Vitorino, senador e chefe do PSD, mandava no governo do Estado e tirou da Câmara quatro deputados para secretarias, só para Sarney assumir seis meses). "Rompendo com o vitorinismo, em julho de 1958, Sarney ingressou na UDN, cujo diretório regional presidiria desse ano até 1965". (E aí, sim, em 58 e não em 54, elegeu-se deputado federal pela UDN).

Golpe de 64

3 - "Integrante da ala progressista da UDN, Sarney é contrário (sic) ao golpe de 64". Também errado. Apoiou o golpe desde o primeiro instante. Da UDN, quem ficou contra o golpe foi cassado: Seixas Dória (Sergipe), José Aparecido (Minas), Ferro Costa (Pará), Adail Barreto (Ceará). O DHBB da FGV atesta: "Apesar das posições que assumira em apoio a João Goulart" (quando estava no governo e convidou Sarney para ministro, Sarney aceitou, mas Vitorino vetou), "Sarney se tornaria um dos principais nomes políticos do regime implantado em 64. Ostensivamente apoiado pelo presidente Castelo Branco, conquistou o governo do Maranhão em outubro de 65. A pressão pessoal de Castelo sobre o governador Newton Belo, do PSD" (que lançou pelo PDC um candidato de mentira, Antonio Eusébio, contra Renato Archer, para dividir o PSD), "teria sido feita pelos coronéis João Figueiredo e Dilermando Monteiro".

4 - "1966: eleito governador do Maranhão pela Arena"... Ainda errado. A eleição foi em 65 e pela UDN. A Arena só foi criada em 66.

Se nos textos alheios Sarney engana assim, imaginem nas memórias dele.

Babaçu nos Ares e Territórios da Cidadania II

Reproduzo abaixo artigo do Professor José Lemos:

DUAS BOAS OPORTUNIDADES PARA O MARANHÃO

Uma matéria veiculada no jornal “O Povo” de Fortaleza no último sábado, 23 de fevereiro, deixou-me exultante com mais uma oportunidade que se abre para o Maranhão. Um Estado que desfruta do privilégio de ser dotado de recursos naturais, que dificilmente é superado por outro estado brasileiro. A matéria que o Jornal havia transcrito de jornal do Sudeste tinha o seguinte conteúdo: “Um Boeing 747 da Virgin Atlantic Airlines realizou seu primeiro vôo com biocombustível, visto como uma alternativa mais barata e menos poluente que o querosene, segundo a companhia aérea britânica. A aeronave, sem passageiros, decolou de Londres por volta de meio dia (9:00 de Brasília), com destino a Amsterdã. O combustível é composto por uma mistura de dois tipos de biodiesel, um extraído do BABAÇU (destaque meu) e outro à base de coco”.

O nosso velho babaçu servindo de matéria-prima para um combustível nobre que alimenta turbinas de aviões de última geração. Isso mesmo, aquele coco colhido pelas quebradeiras de coco do Maranhão, do Piauí e de Tocantins principalmente, sendo matéria-prima para movimentar, em elevadíssima velocidade, um mundo carente de alternativas energéticas renováveis e que também não comprometam a produção de alimentos. O mesmo babaçu que ainda pode produzir, através do mesocarpo, uma alimentação altamente saudável, rica em amido, energia e fibras. Babaçu de cuja parte lenhosa do coco, o endocarpo, pode-se produzir carvão com poder calorífico bem acima daquele proveniente do carvão vindo da madeira, com a vantagem de não precisar derrubar árvores para produzi-lo. Babaçu que também do endocarpo pode-se fazer aglomerados para produzir móveis, como demonstra pesquisa realizada aqui na Universidade Federal do Ceará. Por esta pesquisa ficamos sabendo que uma lâmina de aglomerado de endocarpo de babaçu tem a mesma resistência de uma lâmina de igual espessura de compensado feito a partir da maçaranduba, uma das madeiras mais nobres. Ou seja, pode-se fazer móveis com resistência, durabilidade e requinte equivalentes àqueles produzidos a partir da maçaranduba sem derrubar uma árvore sequer.

O que temos que fazer no Maranhão além de preservar e manejar adequadamente as palmeiras de babaçu? Precisamos fazer pesquisas científicas que domestiquem a palmeira, façam seleção de cultivares com elevada produção de amêndoas e encontrem forma mais produtiva de extrair as amêndoas, sem desempregar as quebradeiras de coco. Temos que convencer os agricultores a não utilizarem o fogo para limpeza de áreas, haja vista que o fogo, principalmente se descontrolado, destrói tudo, inclusive as próprias palmeiras de babaçu. Temos que internalizar que esta é uma riqueza que temos e que precisamos utilizá-la de forma sustentável em benefício dos maranhenses.

Outra boa noticia da semana foi o lançamento do programa do Governo Federal “Territórios da Cidadania”, que prevê investimento de R$ 11,6 bilhões em projetos mitigadores de pobreza rural em quase 1000 municípios brasileiros. No Maranhão foram selecionados 55 municípios, mas foi deixada de fora a região do Litoral Ocidental, a segunda mais carente do Estado, e onde está Central do Maranhão, o segundo município do Brasil com menor PIB médio: R$ 1.211,86 por pessoa-ano, segundo o IBGE de 2005. No Governo do Maranhão, que encerrou em dezembro de 2006, foi inaugurada uma experiência, bem sucedida, de programas de mitigação de pobreza, em que, a partir da identificação feita com base científica dos municípios mais carentes, foram implementados projetos estruturantes que eram indicados pelas próprias comunidades a serem beneficiadas, organizadas em associações, legítima e legalmente constituídas. Projetos assim de fato combatem a pobreza. A mera transferência de renda não consegue reduzir exclusão social, como se depreende do caso brasileiro.

A partir dos dados das Pesquisas Nacionais de Amostra por Domicílios (PNAD) do IBGE, a população brasileira que sobrevivia em domicílios cuja renda monetária variava de zero a dois salários mínimos elevou-se de 31,91% em 2001 para 36,04% em 2006. Isto ocorreu devido à “migração” de domicílios das faixas de rendas superiores para aquelas inferiores, o que mostra que esses programas devem ser emergenciais, pois têm apenas “porta de entrada”. O que mitiga exclusão social são ações que incluam as famílias em programas de geração de renda, acesso a água encanada, saneamento, coleta de lixo, redução do analfabetismo, elevação da escolaridade, melhoria das moradias e das vias de escoamento. Pena que o programa tenha sido lançado em ano de eleições. Isto pode abrir brecha para ser rotulado de “eleitoreiro”. Mas a fome e a exclusão social não podem mais esperar e independem de adjetivações. Precisam ser fustigadas, e de imediato. Apenas espera-se que o programa não seja manipulado pelos grupos que sempre se aproveitam dessas ocasiões para incrementarem a própria riqueza.

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José Lemos é Engenheiro Agrônomo. Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. lemos@ufc.br.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Vexame!

Publicado por Lauro Jardim, da Veja, em sua coluna on line:

Roseana dá vexame em reunião no Planalto e na frente do Lula.

“Ecos de uma reunião: Dois lances da reunião de ontem entre Lula e o PMDB em que se discutiu, naturalmente, cargos - do início ao fim:

1) Lula reclamou da “qualidade” das indicações de Jader Barbalho. Citou especificamente Lívio Assis, que Jader quer ver presidindo a Eletronorte. Assis tem pendências com o Leão e é réu em ações na Justiça Federal.

2) Em determinado momento, Roseana Sarney afirmou que o Presidente da Transpetro, Sergio Machado, não era uma indicação de Renan Calheiros. Geddel Vieira Lima cortou a fala da Senadora e propôs à queima- roupa: “Se não é, então vamos indicar alguém para lá...” O assunto morreu.”

Roseana Sarney tenta enganar o governo em reunião e toma cala boca de Geddel Vieira Lima. Ela mentiu descaradamente ao dizer que a indicação à Presidência da Transpetro não era de Renan Calheiros, compadre dela e de seu pai José Sarney. Foi aí que Geddel propôs que se indicasse alguém para o cargo e ela, sem saída, se calou, botou a viola no saco e o assunto morreu na hora. Tremendo vexame.

Isso é que dá tentar enganar o Lula.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Nova Diretoria da Petrobras

No Veja on line, Coluna do Lauro Jardim: “Desenha-se uma nova disputa política por uma – adivinhe – diretoria da Petrobras. Um posto, aliás, que nem foi criado. Trata-se da Diretoria de Biocombustíveis, que pode surgir já na reunião do Conselho de Administração desta sexta-feira ou, no máximo, ficar para o encontro do mês que vem”.
Cá para nós, vai alvoroçar mesmo os políticos do ramo do fisiologismo. O biocombustível já está sendo usado até em grandes aviões a jato e avança muito no Brasil e no mundo, e vai se tornar um produto cada vez mais importante que movimenta grandes interesses empresariais, como as grandes empresas petrolíferas e as grandes cadeias do agronegócio... O Maranhão tem grande interesse, pois poderá se tornar um grande produtor e já conta com uma grande refinaria no Porto do Itaqui.

Como o Senador José Sarney já está vencendo a batalha pelos cargos da Eletrobrás e ele e sua filha Senadora Roseana Sarney já estão informando que, pelo bem do Brasil e em apoio ao Presidente Lula, eles não se licenciarão do Senado, encerrando assim a vergonhosa e explícita chantagem política que armaram, certamente já pensam nas novas batalhas por cargos importantes do setor elétrico, seu feudo.

Como resistir a uma diretoria dessas na Petrobras? Agüenta-te, Lula! Foste dar força ao escorpião e agora o jeito é agüentar... Os maranhenses já resolveram esse problema: Sarney nunca mais!


BLOG DO RICARDO SANTOS


Ricardo me faz uma pergunta sobre o que acho da diferença de andamento dado pela Procuradoria Geral Eleitoral entre os processos de cassação que tramitam naquela Corte, um contra José Sarney, e outro contra Jackson Lago. O processo contra Sarney está parado a quatro meses, sem despacho, e o processo contra o Jackson levou apenas um minuto.

Respondo-lhe: Sarney é um político muito poderoso que peita ostensivamente até o Lula, como acabou de fazer para impor as nomeações que quer fazer na Eletrobrás. Assim, muitos querem agradá-lo. Cabe-nos, então, concluir o que foi iniciado com a vitória de Jackson em 2006. Ou seja: vencê-los em 2008 e em 2010. Dessa forma, perderá todo o poder que tem e que é decorrente da política.

Feito isso, as coisas se normalizarão. Parabéns pelo excelente blog, pela coragem e inteligência.

Um grande abraço.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Territórios da Cidadania

Deu na Folha de São Paulo, escrito por Melchiades Filho (Sobre o programa Territórios da Cidadania do Governo Federal) :

“O novo mutirão contra a pobreza rural não passa de um catálogo de 135 ações sociais já existentes e de verbas já estimadas no Orçamento para atender 958 municípios mais carentes do país. O impacto do Territórios também é incerto. No cenário mais otimista, ele alcançará 8 milhões de habitantes, um quinto da população beneficiada pelo Bolsa Família. Os 11 bilhões prometidos para a largada neste ano parecem chute. A coordenação não soube informar quanto cada cidade levará, qual será a fatia correspondente a cada projeto (Luz para Todos, Farmácia Popular etc.), nem quanto foi destinado a esses municípios em 2007. Ou seja, em tese, o Territórios pode significar umcorte de recursos.” E mais adiante - “O Territórios é, portanto, pura propaganda. Mas justamente por isso pode vir a terutilidades.”

Olhando para o Maranhão, que é nosso interesse maior, não vemos explicação para a Baixada ficar de fora de um programa com essa finalidade. É uma das regiões mais pobres do estado. O programa Luz para Todos, que tem uma finalidade que não permite discussão, tem uma execução totalmente dominada pela política aqui no Maranhão. Logo no estado que, em 2002, tinha o menor percentual de domicílios com luz na área rural. O pior índice doBrasil. Aliás, como acontecia com todos os indicadores sociais, tais como o IDH, taxa de analfabetismo,mortalidade infantil, renda per capita, escolaridade, percentagem de excluídos, sem ensino médio em 158 municípios, sem ensino fundamental em 41 etc.

Assim, o programa foi colocado sob suspeita pelo próprio Sindicato dos Urbanitários, que o denunciou. Esse programa é dominado pelo grupo Sarney, que se apropriou dele, e então, logicamente, não podia dar certo.

O Territórios da Cidadania já vem de Brasília com as obras e ações definidas e isso também não dá certo. O modelo teria que ser semelhante ao adotado no meu governo, no Programa de Combate a Pobreza Rural, aprovado pelo Banco Mundial, cujas ações, ao serem definidas pelas próprias comunidades, dotam-nas de total conhecimento de todos os detalhes, passando estas a ser o melhor fiscal que poderíamos ter.

Vamos torcer para dar certo, ainda assim, e vamos ficar vigilantes.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sarney e Credibilidade

A entrevista do Senador José Sarney publicada ontem no seu jornal é um primor de embromação e desfaçatez. Impressionante e deprimente. Quem te viu e quem te vê!

O repórter pergunta: “Dizem que ela (Ministra Dilma Rousseff) teria batido de frente com o senhor na indicação de cargos do setor elétrico”...

Sarney: “Isso não existe. Na minha idade, com a minha responsabilidade de ex-presidente da República, eu andar atrás de cargo, indicando gente. Isso não existe”. E conclui, depois de mais conversa fiada: “(...) eu não tenho nenhum outro interesse no setor, além de saber se o interruptor da minha casa está funcionando”.

Se ele quer que acreditemos nessa conversa fiada, então é necessário explicar quem é que está indicando por ele – Será que quem nomeia em seu nome é então Fernando Sarney? E olha que não é pouca gente: Lobão, Silas, Santana, Astrogildo, José Jorge e tantos outros, incluindo outras áreas como a Antaq, que cuida de portos, onde foi colocado Fernando Fialho. É um mundo de gente em vários Ministérios... Uma festa. E quem explica porque a revista Veja colocou nele o apelido de “Rei do Setor Elétrico”?

Esse interruptor dele é muito poderoso e serve para nomear e ‘desnomear’, para fazer e não deixar fazer. Será que ele é que é usado para não deixar vir a usina siderúrgica, a refinaria, grandes projetos empresariais para o Maranhão?

Na entrevista sobram escárnio, prepotência, dissimulação e enganação. E ainda reclamam quando a credibilidade dos políticos vai para o ralo, como agora. Sarney ultimamente só faz contribuir para isso.

É a decadência chegando!

Babaçu nos Ares

Recebi do professor José Lemos, amigo e grande colaborador do meu governo, a seguinte mensagem que reproduzo aqui:

Li no jornal "O Povo" daqui de Fortaleza, que reproduziu materia da Folhade São Paulo, com o seguinte teor:"Um Boeing 747 da Virgin Atlantic realizou o primeiro vôo com biocombustível,visto como uma alternativa mais barata e menos poluente quea gasolina, segundo a companhia aérea britânica. A aeronave, sempassageiros, decolou de Londres por volta do meio dia (9:00 horas de Brasília), com destino a Amsterdã. O combustível é composto por uma mistura de tipos de biodiesel, um extraido do BABAÇU (destaque meu) e outro a base de coco."

Veja que notícia interessante para nós maranhenses. O nosso babaçu pode ter agora destinos mais nobres do que já os tinha antes. Aqui na UFC tem um professor, o mesmo que desenvolveu a tecnologia dos biocombustíveis, que mostrou que aglomerados feitos a partir do endocarpo de babaçu (aquela parte lenhosa, dura que também serve como carvão com alto teor calorífico) tem resistência equivalente a um laminado feito de maçaranduba da mesma espessura. Isso significa que também podemos fabricar móveis a partir do nosso babaçu, poupando as florestas, com elevado apelo ecológico.

Temos agora é que domesticar a palmeira, fazer pesquisas para reduzir o tempo em que entram em produção, fazer cultivos racionais, fazer seleção de espécies que produzam mais amêndoas por coco, e encontrar uma forma de extrai-lo com mais produtividade, aproveitando a mão de obra das quebradeiras de coco. Isso sem falar no potencial do mesocarpo que pode ser utilizado na merenda escolar das escolas públicas.Fiquei entusiasmado e devo escrever um artigo para o jornal sobre o tema.

O que acha dessa notícia?

Forte abraço, Lemos

Link para a matéria: Boeing realiza vôo experimental com biocombustível.

Vendas Estranhas

No governo de Roseana Sarney aconteceram vendas do patrimônio público do estado, acumulados durante décadas com muito esforço, que são inexplicáveis sob qualquer critério utilizado para um exame mais acurado. E todas essas vendas foram extremamente danosas para a população e para o erário.

A primeira, a venda do Banco do Estado (BEM), foi iniciada sem alarde, logo no começo do governo de Roseana, quando houve a federalização da instituição, em troca de um empréstimo do Banco Central ao governo do estado. Esse empréstimo veio como um adiantamento do valor definitivo a ser obtido, mais tarde, em leilão, em uma venda que, afinal, se mostrou extremamente danosa para o contribuinte maranhense, ou seja, todos nós, que pagaremos por muitos anos... A partir de então, o governo não poderia mais recuar e, consequentemente, teria que dançar conforme a música.

O Maranhão perdia ali toda a possibilidade de barganha para beneficiar o estado em venda de tão importante patrimônio público. Ia entregar tudo de mão beijada – uma grande irresponsabilidade – das maiores já acontecidas no estado.

Todos os estados levaram essa barganha ao extremo para tirar o máximo proveito possível da venda de seu patrimônio. Menos o Maranhão. Bahia e Pernambuco receberam muito dinheiro pela venda. Todos fizeram assim. Defenderam o interesse público. O Maranhão, que acabou tendo um imenso prejuízo com a venda do Banco, em uma das operações mais nefastas, para dizer o mínimo, endividou-se a troco de nada (que se saiba, é claro).

O desfecho dessa história é sobejamente conhecido. No final, o governo tomou um empréstimo draconiano de R$ 333 milhões de reais, oficialmente para preparar o Banco para a privatização, e o vendeu por R$ 78 milhões, com um único licitante. Ninguém apareceu até hoje para explicar nada. As pessoas que fizeram esse negócio e que aparentam prosperidade incomum e, portanto, hábeis para ganhar dinheiro na vida privada, jamais fariam coisa parecida com seu patrimônio pessoal. E, acima de tudo, são blindados pela mídia.

Um segundo caso, já dentro do nebuloso ambiente do setor elétrico, é a venda da CEMAR – Centrais Elétricas do Maranhão. Essa empresa teve no passado administrações muito predatórias e ficou marcada particularmente por uma, de um dileto integrante da família, que, todos sabem, (ele mesmo não escondia, tal o seu poder) produzia o item mais consumido pela empresa, os postes de concreto, de quem era o único fornecedor. Não deixava ninguém mais se habilitar como tal, em uma época em que havia grande prioridade federal para trocar todos os postes de madeira que estavam em uso e um grande número de fabricantes altamente idôneos. Nada foi apurado.

Porém, na época de Roseana, não era esse o caso. A CEMAR investia muito e era um importante instrumento de governo, e a venda foi feita com muita urgência, sem transparência, tendo muitos técnicos concluído que a empresa valia o dobro do preço recebido em leilão. Para não dizer que estou implicando, apenas falarei sobre um assunto muito pouco conhecido, difícil de explicar, a não ser pela pressa em vender, passando por cima de tudo e de todos.

No dia 9 de Maio de 2000, a Assembléia Legislativa aprovou e converteu em lei uma mensagem do governo do estado. Era a Lei 7.514, que dispunha sobre a autorização legislativa para o estado assumir, em qualquer data, obrigações extraordinárias da CEMAR. Referida Lei obriga o estado a assumir obrigações financeiras da empresa, resultante de sentenças judiciais proferidas após a privatização da Companhia. Determina ainda que só será aplicada à sentenças judiciais transitadas em julgado e às ações distribuídas antes de 31 de janeiro de 2000 e, ainda, àquelas movidas após a data de publicação da lei. Portanto, só as que fossem distribuídas entre 31 de Janeiro de 2000 e 09 de Maio desse mesmo ano.

E agora? Fala-se que haveria ações pesadíssimas contra a CEMAR, de gente muito ligada à família, e assim, caso tenham dado entrada dentro desse período e transitadas em julgado, em qualquer época, quem pagaria a conta seríamos todos nós que pagamos impostos. O governo levaria uma grande ‘cacetada na moleira’.

Quem duvida que teremos problemas no futuro?

É a herança. Fizeram e aconteceram durante longos e penosos anos e, ainda assim, comprometem o futuro. Se alguém souber de alguma coisa que pode ser feita, é melhor providenciar logo.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou uma lei interessante: as promessas do candidato, feitas durante a campanha, virarão, se eleitos, metas a atingir e serão cobradas através de audiências públicas. Os vereadores pretendem, dessa forma, obrigar o candidato a estudar melhor o que pretende administrar. Não sei se dará certo, porque não há embasamento tecnológico, muito diferente do que faz o governo mineiro na gestão de Aécio Neves. Nele, antes das metas, há uma série de discussões com segmentos importantes da sociedade. Só após isso é que as metas são definidas, todas com embasamento técnico e recursos financeiros apropriados. Há um acompanhamento técnico da execução e, se as metas estipuladas não forem cumpridas, os responsáveis serão demitidos. Se tudo for alcançado com êxito, haverá gratificação de salários adicionais para essas pessoas.

Isso é o que as empresas privadas fazem no mundo todo e é o que dá certo.

A lei da Câmara Paulistana não está sendo levada muito a sério. Estão achando que é apenas uma medida que vai dar mais confusão que resultados para a população e, do jeito que está, vai acabar esquecida.

* O Ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um Blog pelo Maranhão

Muitos amigos me incentivaram a editar um blog para fazer contraponto a avalanche de mentiras diárias divulgadas pelos meios de comunicação do Grupo Sarney. Sem querer ter essa pretensão, resolvi me juntar aos que já lutam contra isso com muito brilhantismo, como o Ricardo Santos, que com muito equilíbrio inova nessa área pela seriedade, conquistando o respeito de todos aqueles que se informam on line.

Vim me juntar a eles nessa luta.

Na nossa imprensa temos que homenagear sempre o jornalista, corajoso e talentoso Lourival Bogéa, que bem apoiado pela família e pelo exemplo de D. Hilda Bogéa, presta ao Maranhão um grande serviço em beneficio do povo, o que de resto é reconhecido por todos.

Na luta para melhorar o Maranhão, rompi com a família Sarney e esta passou a atacar a mim e ao meu governo, da maneira mais sórdida. Sei o que passei nessa trajetória, os sacrifícios a que fui submetido, a abdicação de um mandato de Senador ou Deputado Federal, lógica natural do poder, para evitar que assumissem o governo e mudassem mais uma vez a vontade do povo.

Estarei sempre alerta procurando evitar, com a minha experiência, que montem armadilhas ardilosas e usurpem o poder para suprir a necessidade que têm pelo seu uso, unicamente, para fortalecê-los e a sua imensa arrogância e ganância material.

Sei que terei que suprir minha inexperiência com dedicação, mas sei também que contarei com a colaboração de pessoas que querem acima de tudo o bem do Maranhão.

Envio um grande abraço a todos os leitores.