terça-feira, 4 de dezembro de 2012

REUNIÃO SEM RESULTADOS


Roseana Sarney se acostumou a promover reuniões com prefeitos, objetivando unicamente demonstrar força política. Faz isso escorada no seu poderoso sistema de comunicação, que existe para mostrar o que nem sempre existe. Como a oposição não tem acesso às emissoras de televisão, fica fácil tentar vender “gato por lebre”.

Mas está cada vez mais difícil para Roseana, que parece viver antecipadamente as dificuldades inerentes e características de um governo que se aproxima do final de mandato. E ainda falta mais da metade dele. 

Pois bem, a reunião preparada com esmero e estardalhaço midiático foi na verdade um retumbante fracasso. A começar pela ausência do principal convidado, o recém-eleito prefeito de São Luís. O jornal da família avisava todos os dias que ele havia sido convidado e que a governadora o esperava para “continuar” a parceria com a prefeitura de São Luís. Esse seria o troféu maior da reunião. Seja lá como for, ele não foi e isto contribuiu para esvaziar a reunião. E fez muito bem.

Na verdade toda a classe política sabia que aquilo estava sendo montado apenas para apresentar Luís Fernando para os novos prefeitos. Toda a montagem foi com essa finalidade. Acontece, no entanto, que os políticos, quando olham o Chefe da Casa Civil, só enxergam Jorge Murad e isso é péssimo para o candidato.

O maior boicote à reunião partiu mesmo foi de parte importante do próprio grupo político da governadora, deixando muito visível o racha e a desunião do grupo, quase sem comando. E isso só tende a piorar. 

O vice-governador certamente ainda não digeriu o que sofreu na aventura da candidatura a prefeito, que assumiu contando com o apoio integral do grupo, mas o que sentiu foi o abandono e o desinteresse da cúpula governamental. Os prefeitos ligados a ele, que o consultaram se deviam ir, foram desestimulados e lá não apareceram.

Gastão Vieira, que está sempre aqui pelo menor motivo, estranhamente não compareceu. Na verdade não quis vir fortalecer a candidatura de Luís Fernando certamente porque também alimenta pretensões de ser o candidato. Lobão, hoje o político mais forte do grupo fora da família Sarney, também não foi, tampouco mandou representante. Estava em recuperação de problemas de saúde e se livrou do mico de ter que ir bater palmas para o candidato oficial do governo. Muitos deputados também por lá não passaram, certamente por terem outras preferências de candidaturas.

E o pior veio da reação dos futuros prefeitos que, enfastiados com tantas aulas de “gestão”, queriam mesmo saber era de convênios e o que estava programado de ajuda financeira e assistência aos municípios. Ficaram tão enfarados que, depois da abertura, o quórum não passou de cinquenta prefeitos sonolentos.

Enfim, mudando de assunto, foi patética a nota do governo, incomodado pelo absoluto sucesso da obra ainda por inaugurar, mas já em uso pela população, do prolongamento da Avenida Litorânea. É uma unanimidade o reconhecimento da cidade pela conclusão da primeira parte da avenida prometida por Castelo. Ela não veio antes e não foi mais extensa devido  à perseguição total do governo Rosean, que não queria deixar Castelo fazer essa obra. Primeiro não permitiu que Castelo usasse os recursos conveniados por Jackson Lago antes de sair. Depois usou todo o seu poder oligárquico para embargar a obra, não permitindo sua execução por Castelo. Assim, o prefeito só conseguiu a liberação no seu último ano de governo na justiça federal. A tremenda perseguição movida contra Castelo em todo o seu período de governo na verdade só prejudicou a população da cidade. Agora diz que não foi ela. Mas não adianta, todo mundo sabe. 

O governo estadual está agindo como se não acreditasse na sua continuidade a partir de 2014. Ou poderiam ter outra explicação os empréstimos bilionários que deixarão o estado em situação financeira muito difícil? Eu fiquei quase cinco anos como governador sem tomar empréstimos. Conseguimos isso com o equilíbrio financeiro das contas estaduais havidas a muito custo e, em decorrência disso, tivemos muitos recursos para investir.

Agora tudo mudou com o estado em busca de financiamento. E o pior: não cumprindo com as suas obrigações constitucionais, pois não paga precatórios a tal ponto que já deve R$ 420 milhões. Só em 2012 o contingente que não foi pago atinge R$ 180 milhões. Estado caloteiro e que vai se desacreditando agindo assim. Para questões dessa natureza, está prevista até intervenção federal no governo.

O que fizeram com tanto dinheiro? O orçamento deste ano vai a R$ 13 bilhões e não tem dinheiro?

E para concluir, estudo publicado na Folha de São Paulo, na sexta-feira passada, realizado pela consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) com patrocínio do CLP (Centro de Liderança Pública), revela que a maior parte dos estados brasileiros tem um ambiente de negócios pouco atrativo para investidores de fora. Em média, as 27 unidades da Federação receberam nota de 41,5 (de um total possível de cem) para os 26 indicadores avaliados, distribuídos em 8 categorias. Cinco estados têm um ambiente de negócios considerado bom, 18 estados receberam classificação moderada e apenas três receberam nota baixa. São Maranhão, Piauí e Amapá. E tem mais: o Maranhão e o Amapá pioraram a nota em relação a 2011 respectivamente em menos 3,1 e 3,4. 

E ainda têm coragem de dizer que o Maranhão está “bombando”. Por enquanto, certamente apenas nas notas dos nossos alunos o estão lamentavelmente como as menores do país. 

E a prioridade da refinaria? Dilma nem se deu ao trabalho de ir até lá...