O Congresso iniciará os trabalhos de 2016 na tarde dia 2 de fevereiro
com uma sessão solene. A presidente da república deverá enviar o Chefe da Casa
Civil para ler um relatório do desempenho do governo e das expectativas que
espera para o ano que se iniciou. Fico imaginando com que ambiente esse documento
está sendo elaborado, já que as notícias do nosso atual cotidiano têm sido
sempre ruins e cada vez piores.
Pelo voluntarismo que caracteriza Dilma Rousseff, vale a
especulação de que esta afirmará que tudo vai bem e que a culpa do que acontece
com o Brasil é externa, que o brasileiro precisa pagar a CPMF, que classifica
como um imposto indolor, “gostoso de pagar”. Dirá talvez que já fez o ajuste
necessário, embora a bagunça das contas continue, os gastos maiores do que a
arrecadação e os indicadores continuem cada vez piores. Enfim, todos sabemos
que, se não interrompermos a gastança, não vamos melhorar. Ficaremos, sim,
progressivamente piores a cada dia. E, como consequência, teremos mais alguns
anos de recessão.
Em janeiro de 2014 a presidente foi a Davos para a reunião com
a nata das finanças mundiais, a fim de discutir as perspectivas da economia
brasileira. Na ocasião, deu uma aula, mostrando como driblar a recessão e
manter a economia pujante e crescente. Agora em 2016 não quis voltar e
enfrentar aquela plateia, pois certamente seria cobrada, instada a dar explicações,
porque a realidade é exatamente o oposto do que ela falou. Preferiu enviar o
ministro da fazenda, que vai ter que se virar para fazer aquela plateia
acreditar que o Brasil está bem e é o melhor lugar para colocarem o dinheiro. Pior
do que isso é saber que o FMI, fazendo uma análise da economia mundial, elaborou
um relatório da deplorável economia do Brasil, com todos os indicadores muito
ruins. O mundo cresce, mas o Brasil decresce, se deslocando da elite mundial,
que está cada vez mais distante.
Pois bem, depois desse fato, comentou em uma reunião do PDT
que estava estarrecida com essa análise feita pelo FMI sobre a economia
brasileira. Sim, porque no citado relatório, o órgão se mostrou tão preocupado
com a economia brasileira que chegou a concluir que esta colocava em risco a
economia mundial. E a presidente - sempre pronta a não reconhecer o que se
passa aqui - disse revelou seu estarrecimento, como se o fato não fosse apenas
um retrato do que estamos vivendo.
Com um milhão e seiscentos mil desempregados, dados compilados
no final do ano passado, é estupefaciente o discurso descompensado e deslocado
da realidade adotado pela presidente. Já disse muito e repito: sem aceitar a
realidade, nada será feito.
Com efeito, os prenúncios para este ano são muito piores do
que os do ano passado. É desanimador.
Parece que Dilma Rousseff só se preocupa com o impeachment
quando ele é decorrente da crise econômica, que traz consigo a crise política.
Consta que Delfim Netto, procurado pelo ministro Chefe da Casa Civil Jacques
Wagner, ao ser perguntado sobre qual recomendação ele daria à presidente,
respondeu: pedir demissão. Pedir demissão do Ministério da Fazenda!
Enquanto o prognóstico for esse, o Congresso ficará
paralisado. O que muitos temem é que não seja aprovado o impeachment e o ritmo
atual seja alongado por toda a duração restante do mandato presidencial. Como
nesse governo a presidente age como uma rainha e não parece ouvir ninguém, nem
seus aliados, só uma mudança radical do pensamento dela poderia nos salvar de
um prolongado período de recessão econômica, para o qual não estamos
preparados.
É, meus amigos, se Deus é mesmo brasileiro, como versa o famoso
adágio popular, está na hora dele dar uma ajudinha, pois infelizmente o quadro
que se desenha para 2016 é sombrio e desanimador.
Tudo nos leva a esperar um ano duro e difícil. Vamos
perseverar por dias melhores.