terça-feira, 26 de janeiro de 2016

SEM BOAS NOTÍCIAS PARA ANIMAR



O Congresso iniciará os trabalhos de 2016 na tarde dia 2 de fevereiro com uma sessão solene. A presidente da república deverá enviar o Chefe da Casa Civil para ler um relatório do desempenho do governo e das expectativas que espera para o ano que se iniciou. Fico imaginando com que ambiente esse documento está sendo elaborado, já que as notícias do nosso atual cotidiano têm sido sempre ruins e cada vez piores.

Pelo voluntarismo que caracteriza Dilma Rousseff, vale a especulação de que esta afirmará que tudo vai bem e que a culpa do que acontece com o Brasil é externa, que o brasileiro precisa pagar a CPMF, que classifica como um imposto indolor, “gostoso de pagar”. Dirá talvez que já fez o ajuste necessário, embora a bagunça das contas continue, os gastos maiores do que a arrecadação e os indicadores continuem cada vez piores. Enfim, todos sabemos que, se não interrompermos a gastança, não vamos melhorar. Ficaremos, sim, progressivamente piores a cada dia. E, como consequência, teremos mais alguns anos de recessão.

Em janeiro de 2014 a presidente foi a Davos para a reunião com a nata das finanças mundiais, a fim de discutir as perspectivas da economia brasileira. Na ocasião, deu uma aula, mostrando como driblar a recessão e manter a economia pujante e crescente. Agora em 2016 não quis voltar e enfrentar aquela plateia, pois certamente seria cobrada, instada a dar explicações, porque a realidade é exatamente o oposto do que ela falou. Preferiu enviar o ministro da fazenda, que vai ter que se virar para fazer aquela plateia acreditar que o Brasil está bem e é o melhor lugar para colocarem o dinheiro. Pior do que isso é saber que o FMI, fazendo uma análise da economia mundial, elaborou um relatório da deplorável economia do Brasil, com todos os indicadores muito ruins. O mundo cresce, mas o Brasil decresce, se deslocando da elite mundial, que está cada vez mais distante.

Pois bem, depois desse fato, comentou em uma reunião do PDT que estava estarrecida com essa análise feita pelo FMI sobre a economia brasileira. Sim, porque no citado relatório, o órgão se mostrou tão preocupado com a economia brasileira que chegou a concluir que esta colocava em risco a economia mundial. E a presidente - sempre pronta a não reconhecer o que se passa aqui - disse revelou seu estarrecimento, como se o fato não fosse apenas um retrato do que estamos vivendo.

Com um milhão e seiscentos mil desempregados, dados compilados no final do ano passado, é estupefaciente o discurso descompensado e deslocado da realidade adotado pela presidente. Já disse muito e repito: sem aceitar a realidade, nada será feito. 

Com efeito, os prenúncios para este ano são muito piores do que os do ano passado. É desanimador.

Parece que Dilma Rousseff só se preocupa com o impeachment quando ele é decorrente da crise econômica, que traz consigo a crise política. Consta que Delfim Netto, procurado pelo ministro Chefe da Casa Civil Jacques Wagner, ao ser perguntado sobre qual recomendação ele daria à presidente, respondeu: pedir demissão. Pedir demissão do Ministério da Fazenda!

Enquanto o prognóstico for esse, o Congresso ficará paralisado. O que muitos temem é que não seja aprovado o impeachment e o ritmo atual seja alongado por toda a duração restante do mandato presidencial. Como nesse governo a presidente age como uma rainha e não parece ouvir ninguém, nem seus aliados, só uma mudança radical do pensamento dela poderia nos salvar de um prolongado período de recessão econômica, para o qual não estamos preparados. 

É, meus amigos, se Deus é mesmo brasileiro, como versa o famoso adágio popular, está na hora dele dar uma ajudinha, pois infelizmente o quadro que se desenha para 2016 é sombrio e desanimador. 

Tudo nos leva a esperar um ano duro e difícil. Vamos perseverar por dias melhores.