
A POPULARIDADE recordista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ausência de um nome forte do PT para a sua sucessão atuam como um incentivo para o queremismo. Até 3 de outubro de 2009, quando vai se fechar a janela legal para mudanças nas regras da eleição do ano seguinte, a centelha do terceiro mandato continuará sendo atiçada vez ou outra.
Oblíquas e intermitentes, as aparições da idéia de permitir a Lula mais uma reeleição respondem a uma inquietação crescente na base do governo. Os petistas -que ocupam 5.000 postos na máquina federal e controlam largas fatias dos orçamentos da União, de estatais e de fundos de pensão- não têm, ainda, perspectiva de preservar o "statu quo" a partir de 2011.
Nesse contexto, Lula, cada vez mais popular, torna-se um desaguadouro natural de desejos continuístas. Manter a hipótese do terceiro mandato acesa na esperança de que venha a incendiar os ânimos da população é um experimento que não custa nada ao PT. A cúpula do partido e a do governo observam com altíssimo interesse o resultado dos "balões de ensaio" enquanto manifestam repúdio indignado à simples menção do tema.
O que torna inviável a proliferação das chamas, no entanto, é a resposta da população quando exposta à possibilidade do terceiro mandato. Os brasileiros, que garantem a Lula recordes de avaliação positiva, rechaçam, numa proporção ainda maior, de 65%, a hipótese de uma nova reeleição para o presidente.
Ainda que o placar fosse oposto -com o continuísmo endossado por ampla maioria-, seria preciso barrar as tentativas de legalizar o terceiro mandato consecutivo. Se o advento da reeleição no Brasil sacrificou em alguma medida o princípio da alternância no poder, esse custo foi suplantado pelo benefício da continuidade administrativa.
O balanço se inverte, no entanto, quando se pensa num período de 12 anos. Nesse caso, os custos -a propensão ao mandonismo, à erosão dos freios institucionais que tentam equilibrar o peso desproporcional da Presidência no Brasil e a crises políticas violentas advindas da falta de circulação de partidos e lideranças no poder- ficariam proibitivos.
Instituir o terceiro mandato seria uma aventura potencialmente desastrosa no Brasil. Toda tentativa de emplacar essa idéia, mesmo que aparentemente anódina, deve ser combatida.
Desta feita coube ao vice-presidente da República alimentar o braseiro que estava esquecido havia quatro meses. "Os brasileiros desejam que Lula fique mais tempo no poder", afirmou José Alencar durante entrevista à rádio Bandeirantes. Disse-o de modo espontâneo, sem que houvesse sido questionado sobre o assunto pelo entrevistador.
Oblíquas e intermitentes, as aparições da idéia de permitir a Lula mais uma reeleição respondem a uma inquietação crescente na base do governo. Os petistas -que ocupam 5.000 postos na máquina federal e controlam largas fatias dos orçamentos da União, de estatais e de fundos de pensão- não têm, ainda, perspectiva de preservar o "statu quo" a partir de 2011.
Nesse contexto, Lula, cada vez mais popular, torna-se um desaguadouro natural de desejos continuístas. Manter a hipótese do terceiro mandato acesa na esperança de que venha a incendiar os ânimos da população é um experimento que não custa nada ao PT. A cúpula do partido e a do governo observam com altíssimo interesse o resultado dos "balões de ensaio" enquanto manifestam repúdio indignado à simples menção do tema.
O que torna inviável a proliferação das chamas, no entanto, é a resposta da população quando exposta à possibilidade do terceiro mandato. Os brasileiros, que garantem a Lula recordes de avaliação positiva, rechaçam, numa proporção ainda maior, de 65%, a hipótese de uma nova reeleição para o presidente.
Ainda que o placar fosse oposto -com o continuísmo endossado por ampla maioria-, seria preciso barrar as tentativas de legalizar o terceiro mandato consecutivo. Se o advento da reeleição no Brasil sacrificou em alguma medida o princípio da alternância no poder, esse custo foi suplantado pelo benefício da continuidade administrativa.
O balanço se inverte, no entanto, quando se pensa num período de 12 anos. Nesse caso, os custos -a propensão ao mandonismo, à erosão dos freios institucionais que tentam equilibrar o peso desproporcional da Presidência no Brasil e a crises políticas violentas advindas da falta de circulação de partidos e lideranças no poder- ficariam proibitivos.
Instituir o terceiro mandato seria uma aventura potencialmente desastrosa no Brasil. Toda tentativa de emplacar essa idéia, mesmo que aparentemente anódina, deve ser combatida.
Comentário do Blog: Essa idéia pode seduzir muitos petistas que ocupam cargos comissionados, além de parte da bancada, e de aliados fisiológicos, como o grupo Sarney. Temem perder empregos, vantagens e privilégios que têm hoje no governo. Um governo muito forte com o povo brasileiro, que está em lua de mel com o seu presidente e têm perdoado tudo de errado que aconteceu nesses anos, blindando-o e ao seu governo.
A idéia não é de difícil execução. A convocação de um plebiscito é por maioria simples na Câmara dos Deputados, portanto, fácil para quem conta com tão grande maioria... O resultado não vira lei automaticamente, mas se houver uma grande adesão à tese, aí sim, com esse respaldo popular, vão tentar mudar a constituição que, atualmente, não permite mais de uma reeleição. Todo governante de bem com as pesquisas se sente tentado, principalmente quando não tem para apresentar um sucessor forte ao governo, que consiga sossegar os que estão se dando bem...
Porém, é um risco tremendo tentar se perpetuar no governo. Essa idéia, que certamente terá amplo apoio publicitário do governo, vai sofrer um grande combate da opinião pública esclarecida e da imprensa e acabará sendo decidida pelo Supremo Tribunal Federal, um grande teste para essa Instituição, que tem 7 Ministros nomeados por Lula, em um total de 11.
E a probabilidade é de encontrar pela frente grandes problemas a resolver na área econômica e na social deixadas pelo atual governo.
O melhor para o país seria respeitar a Constituição. E esperar nova vez de se candidatar, dentro dela.
A idéia não é de difícil execução. A convocação de um plebiscito é por maioria simples na Câmara dos Deputados, portanto, fácil para quem conta com tão grande maioria... O resultado não vira lei automaticamente, mas se houver uma grande adesão à tese, aí sim, com esse respaldo popular, vão tentar mudar a constituição que, atualmente, não permite mais de uma reeleição. Todo governante de bem com as pesquisas se sente tentado, principalmente quando não tem para apresentar um sucessor forte ao governo, que consiga sossegar os que estão se dando bem...
Porém, é um risco tremendo tentar se perpetuar no governo. Essa idéia, que certamente terá amplo apoio publicitário do governo, vai sofrer um grande combate da opinião pública esclarecida e da imprensa e acabará sendo decidida pelo Supremo Tribunal Federal, um grande teste para essa Instituição, que tem 7 Ministros nomeados por Lula, em um total de 11.
E a probabilidade é de encontrar pela frente grandes problemas a resolver na área econômica e na social deixadas pelo atual governo.
O melhor para o país seria respeitar a Constituição. E esperar nova vez de se candidatar, dentro dela.