sábado, 29 de maio de 2010

Flávio Dino discute programa de governo com especialistas

O pré-candidato ao governo federal, Flávio Dino, passou os dois últimos dias reunidos com especialistas nas áreas de saúde, agricultura, pesca, educação, ciência e tecnologia, com o objetivo de discutir temas e colher sugestões que vão nortear a elaboração do programa de governo que será apresentado pela chapa.

O combate à mortalidade infantil é uma das prioridades no plano de governo que está sendo elaborado pela chapa formada pelo PT, PCdoB e PSB, que disputará o governo do Maranhão nas eleições de outubro. Também estarão na lista de preocupações da coligação uma política estadual de recursos humanos para a saúde e a ênfase na formação de médicos e demais profissionais da área.

O pré-candidato ao governo federal, Flávio Dino, passou os dois últimos dias reunidos com especialistas nas áreas de saúde, agricultura, pesca, educação, ciência e tecnologia, com o objetivo de discutir temas e colher sugestões que vão nortear a elaboração do programa de governo que será apresentado pela chapa. Além de professores de universidades sediadas no Maranhão, participaram das reuniões sindicatos e representantes de institutos e entidades de classe.

As reuniões são as primeiras de uma série de três que serão feitas para a definição clara de políticas e compilação de sugestões. Ao todo, o programa de governo proposto pela chapa identificou 22 áreas consideradas chave para a renovação das políticas públicas do Estado.

Agricultura e Pesca

Segundo o pré-candidato ao governo do Estado, Flávio Dino, esse modelo participativo de construção do programa de governo é o primeiro passo na direção de romper com um modelo oligárquico e patrimonialista que marcam o Brasil e o Maranhão. “O governo do Maranhão hoje modificou a maneira como se faz política e confundiu o público com o privado. É esse o modelo de administração que se pratica no Maranhão hoje. Mas política se faz com Justiça”, disse ele.
Durante os debates sobre agricultura, pesca e saúde, realizados na quinta-feira, 28, no hotel Holiday Inn, foram discutidas alternativas para a reorganização do sistema de agricultura, como a contratação de técnicos com salários adequados. Também se discutiu a disponibilização de tecnologias voltadas para agricultores familiares.

O programa de governo proporá ainda melhorias na estrutura disponibilizada para pescadores atualmente, visando, em conjunto com colônias e sindicatos, complementar e fortalecer as cadeias produtivas do pescado no Maranhão. Ao final do primeiro dia de reuniões, Flávio Dino agradeceu aos presentes: “Me sinto mais preparado do que duas horas atrás”, comentou.

Plano é investir na formação de profissionais

No âmbito da saúde, outra questão importante levantada foi a necessidade de garantir a formação de mais médicos e profissionais da área, para atuar principalmente nos municípios do interior. Atualmente, segundo dados expostos por especialistas durante a reunião, a proporção de médicos por habitante no interior do estado é de um para cada três mil habitantes – muito abaixo do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Outros pontos importantes discutidos foram a atenção especial que deverá ser dada ao programa Saúde na Família, com ênfase à saúde preventiva, e o fortalecimento dos conselhos de saúde. Flávio Dino também manifestou mais uma vez o apoio ao Projeto de Lei 2295/2000, que fixa em 30 horas semanais a duração máxima da jornada de trabalho para profissionais de enfermagem.

Além das reuniões com especialistas, a coordenação de campanha da chapa majoritária também está colhendo sugestões para o programa de governo junto à população. A iniciativa é inédita no Maranhão. Diversos pedidos e propostas já foram encaminhados à comissão nos 25 municípios por onde o grupo passou no último mês. Nas próximas semanas, a chapa também deverá começar a colher propostas pela internet. Para isso, um link deverá ser disponibilizado no site do pré-candidato ao governo, no endereço eletrônico www.flaviodino.com.br

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

'Estado' completa 300 dias sob censura prévia

Jornal está proibido de publicar matérias sobre a Operação Boi Barrica, da PF

Há exatos 300 dias, o desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, colocou o ‘Estado’ sob censura, a pedido do empresário Fernando Sarney. O jornal foi proibido de publicar informações sobre investigações da Polícia Federal que atingiam o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O desembargador concedeu a liminar em 30 de julho de 2009, apenas dois dias depois de o empresário ter recorrido da sentença do juiz Daniel Felipe Machado, da 12.ª Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária de Brasília, que havia indeferido um pedido para impedir a divulgação de notícias sobre as investigações da PF.

Além de proibir a publicação sobre a operação que a Polícia Federal batizou como Boi Barrica, Dácio Vieira impôs a aplicação de multa de R$ 150 mil para cada vez que o jornal publicasse uma informação sobre o caso.

No dia 5 de agosto, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, representando o Estado, requereu ao desembargador que se declarasse suspeito para tomar decisões no processo, por causa de suas ligações de amizade com Fernando Sarney e sua família. Dácio Vieira repeliu a suspeição e reclamou do jornal por publicar uma foto na qual ele aparecia com José Sarney na festa de casamento da filha de Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado.

Em setembro, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal acolheu o pedido do Estado para afastar o desembargador do caso, mas a censura foi mantida. O TJ-DF determinou então que o processo fosse transferido para a Justiça Federal do Maranhão.

O próximo passo foi recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a censura. No dia 10 de dezembro, sem julgar o mérito da matéria, o STF manteve a proibição. Uma semana depois, os advogados de Fernando Sarney comunicaram à Justiça que ele estava desistindo da ação. O jornal rejeitou, porém, o arquivamento do caso, preferindo aguardar o julgamento do mérito.

Em abril, o TJ-DF acolheu pedido para que os recursos contra a censura e a transferência do processo para o Maranhão fossem encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça e também ao STF.

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Distância do Maranhão

DEU EM O GLOBO

Ilimar Franco: O PT nacional está sendo constrangido a não intervir no Maranhão. Não quer melindrar o PCdoB, que lançou a candidatura do deputado federal Flávio Dino ao governo. A governadora Roseana Sarney (PMDB) não se conforma.

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Reunião reforça divergência entre PT e PMDB em MG

A duas semanas das convenções que oficializarão a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, PT e PMDB não conseguem chegar a um acordo em Minas Gerais.

Representantes das duas legendas reuniram-se por mais de três horas, em Belo Horizonte. Não produziram senão desavenças.

Estava entendido, diziam as cúpulas nacionais dos sócios majoritários da aliança governista, que Dilma teria um único palanque em Minas.

Pois bem, no encontro belorizontino, a divergência começou já no tópico que antecede a escolha do candidato.

O PMDB invoca a liderança de Hélio Costa nas pesquisas (mais de 50%), para exigir que o PT o apóie.

O PT de Fernando Pimentel diz que a coisa não é bem assim. Quer que sejam levadas em conta não as pesquisas quantitativas, mas as qualitativas.

De resto, o petismo alega que deve pesar a opinião dos outros partidos. Participaram da reunião, aliás, prepostos do PCdoB, do PRB e do PR.

Terminada a arenga, o ex-prefeito Juiz de Fora, Tarcísio Delgado (PMDB), a voz de Hélio Costa na reunião, saiu cuspindo fogo:

“Precisamos saber até quando a posição desses membros do PT de Minas pode se sobrepor à vontade do presidente Lula. É uma avaliação que precisa ser feita, para saber até onde vai isso".

Procurador de Fernando Pimentel, o presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes, também soltou a língua:

“Não admitimos escolha por pesquisa quantitativa. Queremos fazer um processo democrático para escolha do candidato...”

“...Se não for assim, na política, parece que a comissão é ‘do faz-de-conta’. E eu não participo de teatro”.

Sempre se disse que, em Minas, PT e PMDB estavam condenados a brigar. Bobagem. As duas legendas, em verdade, já nem se falam. A decisão terá que vir de cima.

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Governo Roseana Sarney paga R$ 3 Milhões para a Faculdade de Paulo Marinho

A título indenizatório a Sociedade Educacional Caxiense S/C Ltda (Soeduca) recebeu R$ 3 milhões do governo estadual. O dinheiro deixou os cofres da Secretaria de Estado de Administração e Previdência Social (Seaps).

A Soeduca é mantenedora da Faculdade Vale do Itapecuru (FAI) de propriedade do ex-deputado e ex-prefeito Paulo Marinho. Em 28 de dezembro de 2009, a Soeduca recebeu R$ 1.206.000,00, segundo empenho de nº 2009NE00463, por meio da ordem bancária de nº 2009OB0771.

Em 17 de março de 2010, a Seaps pagou a Soeduca / FAI mais R$ 1.805.200,00, através da nota de empenho de nº 2010NE00120 e da ordem bancária de nº2010OB00095.

De acordo com a Seaps a fatura de R$ 3 milhões paga a Soeduca/ FAI é pela desapropriação de um imóvel da entidade, que o Governo do Estado adquiriu para instalação de órgãos públicos em Caxias.

O negócio foi realizado na gestão de Luciano Moreira – que deixou o governo para ser candidato a deputado federal – e seria pago em duas parcelas, uma faturada em dezembro e a outra em março deste ano, como previsto no decreto 26.180/2009.

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Maranhão: dois palanques favorecem Dilma e o Estado


A esperança ainda precisa vencer no Maranhão. Com o povo que tem, a extensão do território e o volume de riquezas naturais, nada justifica os indicadores de desenvolvimento humano dos mais retardatários do país. Não é justo, não é aceitável, não é necessário.

Por Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do PCdoB
Uma oportunidade como nunca antes se abre em outubro. Esperança de renovação política como condição para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Vários Estados do Nordeste tiveram essa chance e a aproveitaram, sobretudo nos anos benfazejos de Lula presidente. É hora do Maranhão. Não é questão de pressa – em que pesem quarenta anos de um mesmo grupo político no poder, com brevíssimo interregno – mas de oportunidade.

A disputa política que se institui no Estado, até no seio das forças que sustentam a caminhada de Dilma à presidência da República, é positiva e necessária. Em primeiro lugar, para a própria Dilma: dois palanques estaduais serão mais fortes que um único. É um caso em que 2 + 2 são 5: não subtrai de um lado nem de outro, e soma porque não deixa ninguém pelo caminho. Isso, num estado de divisões políticas radicalizadas, não é secundário. Em segundo lugar, favorecem o povo, indica-lhe que há mais de um caminho, além do poder que se perpetua. Sabe-se que tudo que permanece longo tempo se vicia, sobretudo em política. Isso cria visgo de interesses, bloqueia a iniciativa e a vida institucional, acaba por atrasar o desenvolvimento.

Aliás, dois palanques estaduais ocorrem em muitos Estados do país, e as forças que apóiam Dilma tiveram experiência em administrar as situações, respeito às particularidades. Também no Maranhão isso é necessário. Respeito pelo anseio de renovação presente, pela legitimidade da disputa política, e respeito entre os parceiros que sustentam Dilma. Que deixem o povo escolher a melhor via.

O Maranhão quer renovação. São poderosas e objetivas as exigências dessa renovação. Poderosas igualmente as forças que contrapõem à renovação todo tipo de obstáculos. O PCdoB nesse caso acredita ser indispensável disputar o governo para fortalecer a eleição de Dilma e o projeto nacional, com Flávio Dino.

Flávio Dino é quadro que raras vezes desabrocha no cenário político. Homem de capacidade, compromisso, inteligência, dinamismo, representatividade e liderança, sua candidatura ao governo será forte impulso para o Maranhão, para as forças progressistas desse Estado e para os interesses de todo o país.

O PCdoB e Flávio Dino dispõem-se, por isso, a sustentar o projeto de conquistar o governo com amplas forças políticas e sociais e formulando um programa de avanço para o povo maranhense. Querem representar o futuro político do Estado, promovendo uma renovação política que seja inclusiva de amplas forças, com respeito e convívio democrático em torno de projeto maior para o país, compreendendo as disputas políticas sem o sectarismo e as vicissitudes que têm marcado o cenário político no Estado. Não são anti-nada, tampouco são adesistas. Simplesmente querem reunir forças comprometidas com o futuro, mobilizar a energia das forças vivas do Maranhão, para pôr o estado em alinhamento e sintonia com o que acontece no país sob o governo Lula, e que deverá se aprofundar com Dilma Presidente. Dar, enfim, uma nova coluna para vertebrar a vida política no Maranhão.

Esse rumo tem ampla perspectivas, já demonstradas nas eleições de 2006 e 2008. PCdoB e PSB nuclearam um projeto eleitoral para 2010. Os dois encontros do PT deliberando somar-se a isso são auspiciosos, indicativos da vontade legítima da maioria e de suas bases sociais. Para além das siglas, reúnem-se ainda as forças dos movimentos sociais e da sociedade civil, prefeitos, círculos econômicos empresariais e outros partidos. Não há como socavar todo esse potencial no canal político estreito e entupido que marca a vida política no Estado. Aliás, PCdoB, PSB e PT estiveram juntos e galvanizaram a esperança para o povo porque, pela primeira vez, em 2006, se alternou o grupo político no poder do Estado das últimas quatro décadas.

Mais estrategicamente, grandes desafios se põem diante da nação brasileira neste momento. O mundo vive em aberta transição de correlação de forças, que traz instabilidades e oportunidades. A afirmação do Brasil tem se desenvolvido não sem grandes obstáculos postos pelas potências econômicas – em primeiro lugar os EUA. O mais certo nessa situação é fortalecer a esquerda brasileira, a frente de esquerda, um núcleo estratégico de esquerda no seio do futuro governo Dilma. Ao lado de assegurar governabilidade, para a qual fazem falta o PMDB e numerosas outras legendas politicamente de centro, democráticas e desenvolvimentistas do país. Essa união e fortalecimento da esquerda foi uma das reflexões apresentadas por Dilma Rousseff que levou o PCdoB a manifestar seu apoio, mais uma vez em todos os Estados. Por isso, fortalecer essas legendas, entre as quais o PCdoB, não é secundário.

Lula tem seus compromissos e devemos respeitá-los. Mas não é demais esperar do PT e de sua candidata a presidente, compreensão no sentido de que o fortalecimento dos partidos frentistas é uma premissa de qualquer aliança estratégica. Quando o PT deu as costas a esse entendimento, certo ou tarde houve prejuízo para si e para a esquerda em geral.

O PCdoB quer e vai disputar o governo do Maranhão por essa razão: fortalecer o movimento de mudança que o país vive e os maranhenses reclamam de modo profundo. O projeto do PCdoB no Maranhão é de caráter nacional. Estamos todos empenhados em lutar por ele, porque é o que melhor corresponde aos interesses da luta nacional para levar Dilma à Presidência da República, e o que mais profundamente corresponde aos interesses de renovação do desenvolvimento para o Maranhão e seu povo indômito.

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Denúncia na Educação

Reproduzo e-mail recebido:

Prezado Sr. Zé Reinaldo,


Represento uma comissão de professores recém nomeados do estado do Maranhão lotado no município de Santa Inês - Unidade Regional de Santa Inês.

Estou trabalhando deste o dia 23.03.2010 sem receber salário até o presente.

Ao entrar em contato com Secretaria de Administração na Rua estrela e nos Recursos Humanos no Monte Castelo, tive a informação de que ainda não há nenhuma previsão para realizar o pagamento dos recém-nomeados apenas do interior, haja vista que parte dos nomeados da Unidade Regional de São Luís já irão receber no mês de maio.


Será que os servidores de um mesmo órgão podem ter tratamento diferenciado? Quanto tempo vamos ficar sem receber nosso salário?

*A governadora Roseana fez concurso para posar de boa gestora e não paga os concursados.

Conto com sua força.

Comentário: Ao invés de cosmética, façam alguma coisa!

domingo, 23 de maio de 2010

Disputa por secretaria expõe 'racha' no clã

GUERRA NO GOVERNO

Ricardo Murad não consegue seu intento de voltar a ser secretário de Saúde; Roseana Sarney resistiu às pressões do cunhado, aceitando os conselhos do marido Jorge, crítico da demasiada ‘ocupação de espaços’ do irmão no governo, e da filha Rafaela, que quer manter o tio de seu marido na Secretaria da Saúde

POR OSWALDO VIVIANI

A pretensão de Ricardo Murad - ex-deputado estadual pelo PMDB e ex-secretário de Saúde do Maranhão - de voltar à secretaria, desistindo de tentar a reeleição à Assembleia Legislativa, parece não ter vingado. Ricardo anunciou essas decisões por meio de um blog do Sistema Mirante, no domingo passado, e desde então tem pressionado, de todas as formas, a governadora Roseana Sarney Murad (PMDB), sua cunhada, a renomeá-lo secretário.

No entanto, gente do próprio clã "pôs areia" na manobra de Ricardo, que visava derrubar o atual secretário da Saúde, Luiz Alfredo Netto Guterres Soares Júnior, porque este resolveu ser o secretário de fato e não uma espécie de "rainha da Inglaterra", como queria Murad.

Segundo o Jornal Pequeno apurou, o ex-secretário continuava "despachando" do Hotel Luzeiros (Ponta do Farol), como se secretário ainda fosse, distribuindo tarefas e ordens aos funcionários mais próximos a ele na Saúde, como Fernando Neves da Costa e Silva (secretário adjunto de Administração e Finanças), José Márcio Soares Leite (secretário adjunto de Regionalização dos Serviços de Saúde), Jorge Luiz Pereira Mendes (secretário adjunto de Saneamento) e Vera Castro (Compras).

Jorge, Rafaela, Sarney, Lobão... - Crítico da demasiada "ocupação de espaços" do irmão no governo, Jorge Murad aconselhou a mulher, Roseana, a resistir às pressões de Ricardo. A filha adotiva da governadora, Rafaela, também entrou no circuito, a favor de Luiz Alfredo. O atual marido de Rafaela, o bacharel em Direito Luiz Gustavo Amorim (filho de Leomar Barros Amorim de Sousa, desembargador federal e membro do Conselho Nacional de Justiça - CNJ), é sobrinho do secretário da Saúde.

O patriarca do clã, José Sarney (PMDB-AP, presidente do Senado), e Edison Lobão (PMDB-MA, que tentará se reeleger senador) também mandaram seus recados de Brasília contra a substituição de Luiz Alfredo. Sarney, como se sabe, preza muito suas relações com integrantes do Judiciário, e não quer ver estremecida sua amizade com o desembargador Leomar Amorim.

Ricardo Murad (centro) deve perder a briga pela Secretaria da Saúde para
o irmão Jorge, que o quer longe do governo da mulher Roseana Sarney.

Edison Lobão, da mesma forma, mantém bom relacionamento com a família Amorim. Conforme a Folha de S. Paulo revelou em 2009, Luiz Gustavo Amorim foi nomeado pelo então ministro Lobão, em 2008, a um cargo de confiança na Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia, com salário de mais de R$ 2,5 mil.

Portarias da discórdia - Três portarias - duas assinadas no dia 5 de abril e uma no dia 17 deste mês de maio, anulando as duas primeiras - foram o estopim da "guerra" na secretaria, que se estendeu ao governo.

Publicadas no Diário Oficial do Estado no dia 6 de abril, as portarias números 197 e 198 - assinadas por Luiz Alfredo Guterres, mas idealizadas por Ricardo Murad, pouco antes de sua saída da Secretaria da Saúde, para manter o órgão sob seu controle -, davam ao "homem de confiança" de Murad na Saúde, o secretário adjunto de Administração e Finanças Fernando Neves da Costa e Silva, atribuições próximas às de um secretário de Estado.

Pela portaria 197, Neves ficou incumbido de movimentar os recursos do Fundo Estadual de Saúde junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, além de solicitar a abertura de contas de depósito em nome da Secretaria da Saúde; efetuar transferências e pagamentos; efetuar resgate de aplicações financeiras; e cadastrar, alterar e desbloquear senhas de contas.

Já a portaria 198 autorizava o aliado de Ricardo Murad a deflagrar e homologar processos licitatórios; liberar passagens aéreas; ordenar a emissão de notas empenhos e pagamentos (ordens bancárias); assinar contratos, termos de parceria, convênios, contratos de gestão, ou quaisquer outras contratações e parcerias com terceiros, fossem eles entes públicos ou privados; assinar portarias; assinar ofícios e outras correspondências; liberar diárias e adiantamentos; assinar prestações de contas dos convênios federais; e assinar e receber mandados judiciais.

A revogação dessas duas portarias, retirando os poderes de Fernando Neves na Secretaria da Saúde - e, por extensão, de Ricardo Murad - foi publicada no Diário Oficial do Estado de 18 de maio passado. De número 299, a nova portaria designou o gestor do Fundo Estadual de Saúde, Inácio da Cunha Boueres, como executor de despesas, e não cita mais o nome de Fernando Neves.

Cargo à disposição - Assim que soube da retirada de suas atribuições na Secretaria da Saúde, Fernando Neves redigiu uma carta, endereçada ao secretário Luiz Alfredo, colocando seu cargo de secretário adjunto de Administração e Finanças à disposição. "O meu pedido dá-se para que Vossa Excelência possa ficar à vontade para compor a sua equipe de trabalho, uma vez que a minha indicação se deu na gestão anterior", escreveu Neves. A efetivação de sua saída do cargo ainda não foi decidida.

O governo estadual até o momento não veio a público para esclarecer o "imbróglio" da Saúde. Durante boa parte da semana que passou, a governadora Roseana Sarney viajou para quatro cidades maranhenses - Miranda do Norte, Itapecuru Mirim, Chapadinha e Presidente Vargas - e não comentou assunto. O JP tentou ouvir a posição da governadora, na sexta-feira e ontem, por meio de sua Assessoria de Comunicação, mas a assessoria informou que não conseguiu contato com Roseana.

O secretário de Saúde, Luiz Alfredo Guterres, disse, por meio de sua assessoria, que prefere não comentar o assunto enquanto a governadora não formalizar sua decisão sobre o caso.

A reportagem deixou ontem um recado na caixa postal do ex-secretário Ricardo Murad, informando que queria ouvi-lo, mas até o fechamento dessa matéria, na tarde de ontem, ele não havia retornado a ligação.

O JP apurou que Roseana Sarney - por influência do marido Jorge Murad - já teria decidido frear as novas investidas de Ricardo Murad na Secretaria da Saúde. Às vésperas de enfrentar uma campanha eleitoral que promete ser acirrada, ela preferiria manter na secretaria, em vez de um político tido como "espaçoso" como Ricardo, um técnico qualificado e bom administrador - perfil de Luiz Alfredo Guterres, ex-diretor do Hospital Geral.

Isso evitaria decisões políticas desastradas na área, como o corte de recursos estaduais aos municípios, levado a cabo por Ricardo Murad. A medida foi apontada como causa principal da morte de 17 crianças por falta de leitos de UTI em Imperatriz (segunda cidade mais importante do Maranhão), e arranhou de forma irremediável a imagem do governo cujo slogan é "governar é cuidar das pessoas".

Quanto a Ricardo Murad, o mais provável é que ele "desista de desistir" e retome o projeto original de tentar retornar à Assembléia Legislativa, lugar que, segundo ele próprio teria definido, não envolve nada ligado a povo. "Entre meu mandato e o povo, fico com o povo. Meu objetivo agora é trabalhar pelo Maranhão", teria dito Ricardo, na reunião em sua casa, no sábado, 15, em que desistiu da candidatura a deputado e se "autonomeou" novamente secretário de Saúde. Faltou combinar com Roseana e o clã.

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Assédio dos Sarney faz do PT-MA um caso de polícia

José Cruz/ABr


Até aqui, a discussão era política. O PT do Maranhão decidira, em março, dar de ombros para o projeto reeleitoral de Roseana Sarney (PMDB).

Em votação apertada –87 votos contra 85— a convenção estadual petista aprovara o apoio à candidatura comunista de Flávio Dino (PCdoB).

Desde então, os Sarney pegam em lanças para reverter a decisão. Querem que o partido de Lula reproduza em solo maranhense a junção nacional PT-PMDB.

Em Brasília, José ‘Incomum’ Sarney pôs-se a defender, nos subterrâneos, os interesses da filha-governadora.

Súbito, descobriu-se que o cerco dos Sarney ao petismo não é apenas político. O assédio é, sobretudo, monetário.

Deve-se a revelação à repórter Sofia Krause. Ela levou às páginas de Veja a notícia de que operadores dos Sarney ofereceram dinheiro a petistas.

Notícia detalhada, com datas, nomes e cifras. Descobriu-se que a cotação de um petê maranhense oscila entre R$ 20 mil e R$ 40 mil. Procurada, Roseana se absteve de comentar.

Quatro petês ouvidos pela repórter animaram-se a confirmar as oferta$. Juram que refugaram. Mas um fato indica que alguém pode ter aceitado.

Aportou na direção PT federal um curioso abaixo-assinado. Carrega 98 jamegões. Todos se declaram a favor da aliança com Roseana.

Significa dizer que 13 petistas viraram a casaca. Já não estão dispostos a apoiar Flávio Dino, o rival comunista de Roseana. Devem ter suas razoe$.

O curioso é que o estímulo financeiro já nem era mais necessário. Premido por Lula, o PT federal já havia decidido intervir no diretório maranhense.

A batida de martelo está agendada para 11 de junho, dia em que o diretório nacional do PT se reunirá para dirimir as últimas pendências com o PMDB.

Em afronta à decisão de Brasília, o pedaço do PT que ainda pende para o Dino convocara para este final de semana um “encontro estadual extraordinário”.

Pretendia-se ratificar o apoio ao PCdoB. Em comunicado oficial, o PT federal proibiu a realização do encontro.

Assina o ofício o secretário nacional de Organização do PT. No texto, ele expõe em letras vivas a desorganização do braço maranhense do partido.

Frateschi chega mesmo a mencionar que a pendenga derivou para “ameaças físicas”. Não menciona os argumentos pecuniários dos Sarney.

Neste sábado, nas pegadas do noticiário acerbo, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, veio à boca do palco para anunciar que decidiuapurar os fatos.

"Vamos montar uma comissão da Executiva nacional para apurar os fatos e, quem sabe, instruir um possível processo de quebra de ética”.

Quem sabe? A ficha ainda não caiu. Mas o PT do Maranhão não é problema para a Executiva partidária. É caso de polícia.

A fase da política expirou no instante em que, para afagar Sarney, um aliado de conveniência, o PT jogou ao mar Dino e seu PCdoB, parceiros históricos.

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PT vai investigar denúncia de compra de votos a Roseana no Maranhão

A Executiva Nacional do PT vai investigar as denúncias de suposta compra de votos de integrantes do diretório maranhense do partido por aliados da governadora Roseana Sarney (PMDB). O comando petista já decidiu intervir no Estado para garantir o apoio à governadora.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, vai enviar uma comissão ao Estado para apurar as acusações que teriam como objetivo reverter a decisão do diretório estadual do PT de apoiar o deputado Flavio Dino (PC do B-MA), e não Roseana, na corrida pelo governo do Estado.

"Vamos montar uma comissão da executiva nacional para apurar os fatos e, quem sabe, instruir um possível processo de quebra de ética. A única forma de saber é enviar pessoas externas para lá", disse.

Dutra afirmou que a investigação é necessária porque o clima entre os petistas pró e contra Dino é de "guerra" e está "envenenado" em consequência da disputa política.

Hoje mesmo, a ala do PT do Maranhão pró-Dino desrespeitou determinação da direção nacional para cancelar um encontro que vai definir os candidatos a vice governadora e ao Senado. O grupo manteve a agenda prevista para este sábado.

A intervenção do PT nacional no Maranhão ocorre após forte pressão da família Sarney na semana passada. Roseana esteve em Brasília em várias reuniões para discutir as eleições no Estado. Além disso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) colocou em votação e defendeu projetos polêmicos para o governo federal --como o reajuste de 7,7% aos aposentados e o projeto que estabelece "ficha limpa" nas eleições.

Em São Paulo, o diretório nacional do PC do B está reunido para discutir o impasse. A deputada Manuela D'Ávila (PC do B-RS) disse, no microblog twitter, que o partido não vai desistir da candidatura de Dino.

Denúncia

Segundo reportagem da revista "Veja", a tentativa de suborno variou entre R$ 20 mil e R$ 40 mil. Na convenção do diretório petista, em março, o partido decidiu por 87 votos contra 85 apoiar formalmente a candidatura de Dino.

A revista afirma que, após a reunião, o clã Sarney teria proposto o pagamento a petistas para articular um abaixo-assinado contrário à decisão do diretório.

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