Roseana Sarney repete sem cessar que está criando duzentos
mil empregos no Maranhão. Esse número inventado por seus marqueteiros tenta
sintetizar e demonstrar que o governo atual implantou no Maranhão os
fundamentos do desenvolvimento e da mudança no estado, sendo ela a criadora, a
líder inconteste dessa transformação maravilhosa. E em todas as propagandas do
governo ou nos programas do PMDB ela repete esse bordão. Ela tenta mais uma vez
na história seguir ensinamentos de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de
Adolf Hitler, segundo homem mais importante da hierarquia nazista, que foi
fundamental para que Hitler pudesse manipular as massas e levá-las à tentativa
do domínio do mundo por intermédio da terceira guerra mundial, que teve início
em 1939.
Entre as frases mais famosas de Goebbels estão: “Uma mentira
contada mil vezes torna-se uma verdade”. “Nós não falamos para dizer alguma
coisa, mas para obter um certo efeito” e “A essência da propaganda é ganhar as
pessoas para uma ideia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final,
elas sucumbam a essa ideia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela.
A propaganda quer impregnar as pessoas com suas ideias. É claro que a
propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e
virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal
propósito nem o percebam”.
Porém, essa propaganda alardeada pelo governo do Maranhão é
tão sem sentido que beira o ridículo. Onde estão esses empregos? Ao alcance de
quem? A quem estes beneficiam? E onde foram obtidos? A farsa da refinaria de
araque, nem para inglês ver, como diz o ditado, está servindo. Foi apenas um
factoide eleitoral, irresponsável, e bem representado para ajudar a eleição de
Roseana Sarney em 2010. Talvez então na empresa Susano Celulose... Mas onde
mesmo?
Ninguém sabe, ninguém viu. Muito menos o Ministério do
Trabalho, que é responsável pelas estatísticas de empregos criados através do
CAGED- Cadastro Geral de Empregos, entidade responsável por elaborar as
estatísticas desde 1965. Isenta, e, portanto, não influenciável pelas
propagandas de Roseana.
O balanço publicado do ano de 2012 sobre o Maranhão informa o
seguinte: “Do montante de 1.301.842 postos
de trabalho formais criados pela economia brasileira em 2012, o Maranhão foi
responsável por apenas 0,96 por cento desse total, o que demonstra uma situação
muito ruim do estado frente ao restante do país.
Tomando por base os últimos três anos, verifica-se que entre
2010 e 2012 o estado vem apresentando uma geração de novos postos de trabalho
cada vez menor. Em 2010, apoiado em forte crescimento do PIB brasileiro, a
economia local gerou 46.206 empregos formais. Já em 2011 a geração de empregos
atingiu forte queda, atingindo apenas 28.563 empregos ou uma redução de 38,18%
de um ano para o outro.
Em 2012, geramos apenas 12.558 empregos, ou redução de 56,03
por cento em relação a 2011 e 78,82 por cento em relação a 2010.
Uma calamidade. Andamos para trás, piorando o que já era
ruim, cada vez mais profundamente.
Do total de 12.558 postos de empregos formais criados em 2012
pela economia local, 9.845, ou seja, 78,40 por cento foram originados no setor
de serviços e desses 7.720, ou seja, 61,47 por cento, o foram no setor de
comércio, que em nada depende do governo.
Já o setor de serviços industriais, agropecuária e construção
civil não geraram postos de trabalho em 2012. Na verdade, o setor industrial
perdeu 331 vagas, a agropecuária perdeu 476 e a construção civil perdeu 5.302
empregos formais.
Não existem dúvidas de que a economia maranhense em 2012, no
que concerne à geração de empregos, viveu um ano estarrecedor, sentindo
fortemente os impactos de um baixo crescimento econômico.
Então, mais uma vez pergunta-se: onde estão os empregos de
sua propaganda, governadora? Pare com isso! Não há como sustentar uma mentira
dessas!
Mas como ela não tem o
que mostrar mesmo, eu aposto que a mentira e a irresponsabilidade vão continuar...
E para concluir, a farra de gastos com avião e helicópteros
corre desenfreada. O Portal da Transparência mostra que a Casa Civil em janeiro
e fevereiro deste ano gastou R$ 1.625.913,96 com aluguel de aeronaves.
Quando um governo aluga aeronaves, está comprando horas de
voo, o que permite pagar preços muito menores, já que essa mesma aeronave
atende outros governos estaduais e empresas privadas. Aqui com Roseana, não.
Uma empresa do Rio Grande do Sul, que dizem não ter aviões à jato, intermedia
uma aeronave, sabe-se lá de quem, a PP-JSR, bela sigla, que fica permanente pousada
num angar em São Luís. E a informação é de que, voando ou não, recebe todo mês R$
1 milhão. Sem similar. Seria normal se o governo tivesse comprado a aeronave ou
feito um leasing para adquiri-la.
Como ninguém ouviu falar que o governo comprou um avião, não
há justificativa para esse avião, caríssimo, ficar à disposição o tempo todo
para voar apenas algumas horas.
Falta dinheiro para tudo que é fundamental para o ensino ou
para ação social. Para avião, não.
Estranho, não é mesmo ?