DEGRADAÇAO AMBIENTAL E POBREZA CAMINHAM JUNTAS
Existe uma relação inequívoca entre pobreza e degradação ambiental, que se torna mais nítida e mais problemática, devido ao contínuo domínio da riqueza e do poder, por sujeitos privilegiados da sociedade que se apropriam de todos os ativos, inclusive os recursos naturais. A concentração de riqueza e dos recursos naturais contribui para o aprofundamento da privação material de segmentos significativos da população e para a vulnerabilidade dos grupos sociais pilhados em estado de apartação social, e é determinada, principalmente, pelas políticas em nível local. Contudo, esses efeitos podem ser reforçados por políticas nacionais e pelo comportamento da economia mundial. Nesta perspectiva, os programas de ajustes conjunturais (estabilização monetária), normalmente levados a efeito nos países subdesenvolvidos, contribuem significativamente para elevar os fossos existentes entre ricos e pobres, sobretudo nas áreas mais carentes e têm aprofundado as contradições sociais, gerando mais exclusão social. Isso porque o fardo desses ajustamentos sempre recai sobre os mais pobres sob a forma de salários aviltados e desemprego.
A literatura que aborda a conexão entre pobreza e degradação do meio ambiente assegura que os pobres agridem o ambiente porque não têm acesso à terra (em quantidade e qualidade) ao crédito, à tecnologia adequada, à informação e às condições dignas de moradia. Como conseqüências, são forçados a depredarem os recursos naturais e o ambiente para poderem manter a sobrevivência. As táticas de sobrevivência dos pobres os conduzem a uma ação indiscriminada, ainda que não necessariamente consciente que degrada os recursos naturais. Afinal, “Que significado pode ter a idéia de ecossistema, de estabilidade biológica ou de contaminação ambiental para as imensas massas analfabetas do mundo subdesenvolvido, cuja luta cotidiana e desigual é por sua própria sobrevivência em condições precárias e absolutamente hostis? A rigor, sem uma prévia solução dos graves problemas sócio-econômicos, que assegure uma perspectiva de vida razoavelmente digna para as populações carentes do Terceiro Mundo, pouco ou nada pode ser feito para evitar que elas também contribuam para a degradação dos recursos naturais. É utópico, e politicamente equivocado, supor, ou esperar, a formação de uma consciência ecológica sob os escombros da miséria que prevalece no Terceiro Mundo”. (Lemos, 2005).
Além disso, se forem privadas de locais adequados para colocarem os seus dejetos e também privadas do serviço de coleta sistemática do lixo, as famílias pobres darão qualquer destino para esses resíduos, e os colocarão nos córregos, nas ruas, sobre a vegetação, ou em outros lugares não apropriados. Deve ficar claro que este comportamento se constitui numa atitude extrema de famílias que sobrevivem em condições absolutamente indignas com a sua condição de seres humanos. Não se trata, portanto, de uma ação depredatória deliberada, mas sim de busca de mecanismos (ainda que inadequados) para livrarem-se de resíduos indesejáveis, e que não o podem fazer da forma que provavelmente desejariam, por absoluta falta de oportunidade. Afinal nenhum ser humano quer conviver com lixo ou com dejetos nas suas imediações. Ao agirem dessa forma, acabam contribuindo para a poluição e para a degradação do ambiente em que sobrevivem. Também por isso tornam-se mais pobres e mais vulneráveis às doenças que lhes reduz a disposição ao trabalho, num verdadeiro ciclo vicioso. Pobreza causa depredação do ambiente, que reduz capacidade de trabalho, que causa mais pobreza. Ciclo que se torna difícil de ser rompido na medida em que aumentar o contingente de famílias que estejam obrigadas a viver em semelhantes situações.
A degradação ambiental assim se torna ao mesmo tempo causa e efeito do estado de exclusão social. A deterioração da base de recursos naturais, ou do espaço onde vivem os pobres, enfraquece a capacidade produtiva dos recursos naturais. Isto inclui não apenas o solo, rios e as florestas, mas também, e principalmente, o mais importante de todos os recursos, que é, sem qualquer dúvida, o ser humano. As pessoas podem chegar a um estágio de exclusão que as levam a admitir que sejam incapazes de construírem um outro destino para elas e seus familiares. Daí para se transformarem em presas fáceis de aventureiros de toda ordem, como políticos inescrupulosos e de religiosos charlatões é apenas uma questão de tempo. Assim, há incompatibilidade entre preservar recursos naturais e pobreza. Para preservar e recuperar ambientes degradados há que reduzir a pobreza. Ações de recuperação de áreas degradadas devem ser também de redução de pobreza. Foi feito assim no Projeto Piloto de recuperação da mata ciliar do Rio Itapecuru do Governo do Maranhão em 2006.
A literatura que aborda a conexão entre pobreza e degradação do meio ambiente assegura que os pobres agridem o ambiente porque não têm acesso à terra (em quantidade e qualidade) ao crédito, à tecnologia adequada, à informação e às condições dignas de moradia. Como conseqüências, são forçados a depredarem os recursos naturais e o ambiente para poderem manter a sobrevivência. As táticas de sobrevivência dos pobres os conduzem a uma ação indiscriminada, ainda que não necessariamente consciente que degrada os recursos naturais. Afinal, “Que significado pode ter a idéia de ecossistema, de estabilidade biológica ou de contaminação ambiental para as imensas massas analfabetas do mundo subdesenvolvido, cuja luta cotidiana e desigual é por sua própria sobrevivência em condições precárias e absolutamente hostis? A rigor, sem uma prévia solução dos graves problemas sócio-econômicos, que assegure uma perspectiva de vida razoavelmente digna para as populações carentes do Terceiro Mundo, pouco ou nada pode ser feito para evitar que elas também contribuam para a degradação dos recursos naturais. É utópico, e politicamente equivocado, supor, ou esperar, a formação de uma consciência ecológica sob os escombros da miséria que prevalece no Terceiro Mundo”. (Lemos, 2005).
Além disso, se forem privadas de locais adequados para colocarem os seus dejetos e também privadas do serviço de coleta sistemática do lixo, as famílias pobres darão qualquer destino para esses resíduos, e os colocarão nos córregos, nas ruas, sobre a vegetação, ou em outros lugares não apropriados. Deve ficar claro que este comportamento se constitui numa atitude extrema de famílias que sobrevivem em condições absolutamente indignas com a sua condição de seres humanos. Não se trata, portanto, de uma ação depredatória deliberada, mas sim de busca de mecanismos (ainda que inadequados) para livrarem-se de resíduos indesejáveis, e que não o podem fazer da forma que provavelmente desejariam, por absoluta falta de oportunidade. Afinal nenhum ser humano quer conviver com lixo ou com dejetos nas suas imediações. Ao agirem dessa forma, acabam contribuindo para a poluição e para a degradação do ambiente em que sobrevivem. Também por isso tornam-se mais pobres e mais vulneráveis às doenças que lhes reduz a disposição ao trabalho, num verdadeiro ciclo vicioso. Pobreza causa depredação do ambiente, que reduz capacidade de trabalho, que causa mais pobreza. Ciclo que se torna difícil de ser rompido na medida em que aumentar o contingente de famílias que estejam obrigadas a viver em semelhantes situações.
A degradação ambiental assim se torna ao mesmo tempo causa e efeito do estado de exclusão social. A deterioração da base de recursos naturais, ou do espaço onde vivem os pobres, enfraquece a capacidade produtiva dos recursos naturais. Isto inclui não apenas o solo, rios e as florestas, mas também, e principalmente, o mais importante de todos os recursos, que é, sem qualquer dúvida, o ser humano. As pessoas podem chegar a um estágio de exclusão que as levam a admitir que sejam incapazes de construírem um outro destino para elas e seus familiares. Daí para se transformarem em presas fáceis de aventureiros de toda ordem, como políticos inescrupulosos e de religiosos charlatões é apenas uma questão de tempo. Assim, há incompatibilidade entre preservar recursos naturais e pobreza. Para preservar e recuperar ambientes degradados há que reduzir a pobreza. Ações de recuperação de áreas degradadas devem ser também de redução de pobreza. Foi feito assim no Projeto Piloto de recuperação da mata ciliar do Rio Itapecuru do Governo do Maranhão em 2006.
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José Lemos é Engenheiro Agrônomo e Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. lemos@ufc.br. Autor do Livro “Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre”.
José Lemos é Engenheiro Agrônomo e Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. lemos@ufc.br. Autor do Livro “Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre”.
4 comentários:
ÓLEO DE PEROBA PARA A SENADORA ROSEANA SARNEY
O cinismo e a falta de respeito com o povo maranhense por parte da senadora Roseana Sarney alcançou seu pico máximo na terça-feira, quando numa de suas RARAS aparições no senado (APENAS TRÊS VEZES NO ANO PASSADO) subiu à tribuna e num discurso que misturava hipocrisia e descaramento (ALGUÉM FAÇA O FAVOR DE DOAR A ELA UM LITRO DE ÓLEO DE PEROBA) e disse que “O Maranhão é uma terra de oportunidades perdidas".
Ora, quem redigiu o discurso da senadora quis usá-la para fazer uma piada de muito mau gosto ou Roseana deve achar que nós maranhenses somos o povo mais idiota do mundo para acreditar nessa sandice.
Engraçado que só nessas horas A FANTASMINHA GASPARZINHA NADA CAMARADA se manifesta, mas não a propósito de apresentar um projeto que beneficie a população, mas de fazer o mais simples criticar. Em seu desavergonhado discurso, a senadora HELLO KITTY filha de Sarney, tentou jogar a responsabilidade pela falta de investimentos no Estado nas costas do ex-governador José Reinaldo e do atual Jackson Lago, quando todos sabem que durante os 8 anos que Roseana foi governadora, o Maranhão passou por seus piores momentos.
Como Roseana pode falar em oportunidades perdidas se foi ela quem deu os maiores calotes nos maranhense com falcatruas comprovadas?Isso que a nobre excelência chama de geração de oportunidades em seu governo?Por que ela não fez isso durante a gestão de seu governo?Vou refrescar sua memória Vossa Excelência.
Falcatruas como o Pólo de confecção de Rosário que deixou de herança para a gente pobre daquele município apenas enorme dívidas junto ao banco do Nordeste.
O Projeto Salangô em São Mateus que consumiu milhões e milhões de reais e nada foi feito, o escândalo do BEM, que tomou emprestado 333 milhões para saneá-lo e o vendeu ao Bradesco por apenas 78 milhões, o caso Usimar, a Cemar um dos patrimônios mais produtivos do estado e foi vendida a preço de banana para os americanos.
Tudo isso aconteceu no trágico período em que Roseana e seu marido governaram o Maranhão, e agora ela tem essa disparate de subir à tribuna do senado e no auge de seu cinismo vem dizer que uma terra de oportunidades perdidas??!! Se Roseana quer realmente prestar algum favor ao Maranhão, que se recolha à sua insignificância e que esqueça os maranhenses, pois os maranhenses já se esqueceram ela já faz muito tempo.
Blogue John Cutrim www.johncutrim.zip.net/
JORNAL ESTADÃO SE REFERINDO AOS “ALIADOS” DE LULA
Seu ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB-PE), foi até presidente do antigo PFL e filiado ao PSDB. Sua “líder no” Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), foi adversária direta do PT no Maranhão durante muitos anos.
Blogue John Cutrim www.johncutrim.zip.net/
SENADORA TERTA, PASMEN ESTAVA ONTEM NA FESTA DO MENSALEIRO ZÉ DIRCEU.....QUE BELA AMIZADE HEIM!
Poderoso
Alencar, Dilma e Roseana Sarney na festa de Dirceu
O consultor de empresas José Dirceu completou 62 anos, ontem, exibindo prestígio no governo e na base de sustentação política de Lula.
A festa no Lago Norte, em Brasília, contou, entre outros, com a presença do vice José Alencar, da presidenciável Dilma Rousseff, dos ministros Hélio Costa e José Múcio Monteiro e da senadora Roseana Sarney.
http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/post.asp?t=alencar_dilma_roseana_sarney_na_festa_de_dirceu&cod_Post=94235&a=98
Excelente artigo abordando a questão do meio-ambiente e pobreza. Este artigo foi reproduzido no Espaço/blog do ambientalista Giovanny Cid Castro, meu amigo pessoal e de Spaces e teve o meu comentário no livro de visitas.
Sobre questões ambientais recomendamos o Espaço do Giovanny:
http://cid-c5e8093927152bc1.spaces.live.com/
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