O Banco Central divulgou sábado que teve um prejuízo de R$ 47,5 bilhões, 254% maior do que o do ano anterior, a ser coberto pelo Tesouro Nacional, o que elevará a dívida interna. Esse prejuízo se deve ao crescimento das reservas internacionais, que permitiram ao Brasil se transformar em credor externo. No final de fevereiro as reservas atingiram o montante de US$ 191,5 bilhões, quantia superior a dívida externa privada e pública. Acontece que reservas expressivas possuem um custo elevado, pois a redução da dívida externa se traduz em aumento da dívida interna, cujo custo é maior.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, no ano passado o BC comprou US$ 75,59 bilhões, que representaram R$ 155,3 bilhões na economia. Isso obrigou o BC a vender títulos da dívida interna para evitar que o aumento da base monetária favorecesse uma grande inflação. Paralelamente, o BC aplica as reservas em títulos da dívida norte-americana que, com a crise das hipotecas, rendem cada vez menos. A diferença entre a taxa de aplicação e o custo da dívida interna é hoje de 8%, devendo os efeitos da valorização cambial, serem acrescentados à diferença daquela taxa. Assim alguns economistas acham que já é hora de parar de comprar divisas.
Entretanto essas reservas expressivas representam o melhor seguro que a economia brasileira já teve, pois reservas fortes reduzem a vulnerabilidade do país. Elas também funcionam como um colchão de segurança diante da possibilidade de uma queda, no futuro, dos preços dos produtos exportados pelo Brasil.
Portanto, muitos benefícios podem ser trazidos, mas a um custo elevado, trocando dívida externa mais barata por dívida interna mais cara. A maneira de reduzir essa despesa é cortar os gastos públicos e diminuir a dívida interna, medidas que, infelizmente, o governo resiste em tomar com unhas e dentes. É um equilíbrio instável.
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