
O biodiesel vem sendo adquirido em leilões do governo por um preço superior ao de venda, o que pode desestimular a participação de usinas privadas. A Petrobrás não comenta a questão, mas a forte presença da estatal no mercado, agora com uma empresa específica, mostra que a adoção do programa está garantida. Hoje, a quase totalidade do biodiesel produzido no Brasil usa como matéria-prima a soja, commodity com forte valorização no mercado internacional, o que sujeito o combustível renovável à sua variação de preços. A Petrobrás tem investido na diversificação e para sua usina na Bahia distribuiu toneladas de sementes de girassol, com o compromisso de comprar toda a produção dos agricultores familiares.
A Petrobras Biocombustível tem sede no Rio de Janeiro, conta com 250 funcionários, que vão ampliar a participação da estatal não só no mercado de biodiesel como também do álcool combustível. A empresa deve buscar a produção própria e também participação em outras empresas do setor, como já vem fazendo com a japonesa Mitsui.
Com a antecipação da adoção de 3% de biodiesel ao diesel (B3), em julho, o Brasil passou a consumir 1,25 bilhão de litros do combustível renovável. O B5 só deve entrar em vigor em 2013, elevando o consumo para pouco mais de 2 bilhões de litros. Mas antes desse prazo a estatal estará produzindo perto de 1 bilhão, ou 75% da demanda de B3. Hoje, cerca de 85% do biodiesel produzido no País vem da soja, apenas 10%, do sebo bovino e o restante de mamona, dendê, girassol e outras oleaginosas. O diretor executivo da União Brasileira do Biodiesel, Sérgio Beltrão, afirma que essa dependência de uma commodity como matéria-prima traz o inconveniente de altas de preços que podem tornar a produção do biodiesel inviável economicamente para os produtores.
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