Roseana Sarney, quando sente que seu governo não produz nada bom e que o Maranhão esta caindo pelas tabelas, tenta criar um factóide ou uma entrevista. Então chama o seu jornal e produz uma primeira página bombástica. Desta vez tentou informar os leitores que o seu governo “deslanchou”.
Isto é inusitado, pois ninguém havia notado. Deslanchou em quê mesmo?
A área da saúde, ao invés de produzir tratamentos, só produz escândalos, com mais de R$ 700 milhões de contratos feitos por meio de dispensa de licitação. O que devia ser a exceção virou regra. E a CPL (Comissão Permanente de Licitações) existe mesmo? Antes de Roseana, não era assim que ocorria, quando a Comissão tinha que autorizar as dispensas. E vejam que o secretário apertado pela oposição na Assembléia Legislativa não conseguiu dar nenhuma explicação convincente.
Na educação, se examinarmos superficialmente, teremos logo a dura realidade do ENEM que mostrou nosso estado em ultimo lugar, com a pior escola do Brasil, fazendo companhia a mais duas entre as vinte piores. E nenhuma entre as vinte melhores (e o nosso vizinho Piauí com a segunda melhor do país). Nos indicadores sociais, nenhuma melhora. Apenas as evidências de que começamos a piorar.
Além disso, o Maranhão continua a ser um dos últimos do país na geração de empregos, a refinaria não vai para lugar nenhum, assim como o gás de Capinzal, a celulose e tudo o mais que constou da propaganda oficial do governo...
As estatísticas recentes do IBGE mostram uma triste realidade: o nosso estado é muito pobre e com o maior contingente de pobres e excluídos do Brasil... Em contraposição a isso, não custa lembrar, é possível um cenário diferente. Que o digam os dados do IPEA compilados no período em que governei o Maranhão, os quais tive a chance de compartilhar neste espaço em vários momentos.
Pois bem, como Roseana não tem o que dizer, ela resolveu reinterpretar - como só a oligarquia sabe fazer, diga-se de passagem - as estatísticas do IBGE. E resolveu afirmar que essas estatísticas estão erradas e que precisam ser lidas de outro modo, argumentando que o Maranhão não é pobre, já que possui o décimo sexto PIB do Brasil.
Portanto, em sua opinião, tudo é uma balela só.
Agora notem que, quando assumi o governo no início de 2002, o PIB maranhense, após oito anos da gestão dela, era apenas de pouco mais de R$ 15 bilhões. Quando saí, menos de cinco anos depois, ele havia dobrado para próximo de R$ R$ 32 Bilhões, o que caracteriza um crescimento chinês, maior que o crescimento que alcançou o Brasil e o nordeste.
Então ela diz que isto prova que o Maranhão é rico. Pode ser rico e pode ser muito mais, mas o que interessa para a população não é o PIB (Produto Interno Bruto), mas sim a renda per capita. Este índice sim mostra que o Maranhão tem a pior e a última renda per capita entre os estados brasileiros, abrindo para todos o grau de miséria e pobreza da população maranhense, principalmente nas áreas rurais e no interior do estado.
Isto ocorre pela falta de políticas públicas em favor da população, pois todas elas foram extintas pelo atual governo. E nos anteriores, nada existia.
Portanto, governadora, onde está esse deslanche? Acredito que não é com esse tipo de entrevistas que irá convencer alguém de que o governo está funcionando. Melhor seria trabalhar um pouco, mas isso, temo, é pedir muito…
Na mesma peça, ela revela que não está contente com a presidente Dilma, que nem se abalou para inaugurar UPAS, o que é, na verdade, muito pouco para trazer a presidente aqui. O que Dilma gosta é de trabalhar muito e coordenar e tomar conhecimento de tudo. Não deixa passar nada. Com estilos diametralmente opostos e distintos, elas não tem muito que conversar.
A presidente quer acabar com a pobreza absoluta e Roseana diz que isto não existe, de jeito nenhum, não aqui no Maranhão. Dilma sabe que Roseana foi a única governadora do Nordeste que não foi, e tampouco mandou representante para a reunião com o presidente do Banco Mundial, cuja pauta era discutir um grande programa de financiamento daquela instituição para os estados combaterem a pobreza.
Todos sabem que o senador Sarney é fortíssimo, mas tudo tem limites, pois Roseana nem tenta ajudar. Então o que continuará acontecendo é que Dilma seguirá recebendo a governadora do Maranhão protocolarmente, mas se esta não se empenhar e não apresentar bons projetos, vai continuar apenas com promessas e de cara amarrada”. Dilma é outro estilo, de muito trabalho, de enfrentamento e de luta. Muito diferente.
Para finalizar, comento o grande e alentador resultado nas pesquisas de intenções de voto nas futuras eleições para o governo estadual, publicadas pelo Jornal Pequeno no domingo: Flávio Dino desde já com 57% e vencendo seus principais adversários no segundo turno por grande diferença. Isto retrata bem o quadro político atual. A oposição tem um forte candidato, sem dúvidas.
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