PARABÉNS, CASTELO

Os eleitores decidiram e não há o que contestar. Parabéns e boa sorte ao novo prefeito Edivaldo Junior.

Entretanto, não há como negar que João Castelo foi um grande prefeito. Quem conhece o trabalho que foi feito, tem que reconhecer que há muito tempo não tínhamos uma transformação tão grande na cidade e um prefeito que lutou para modernizar a capital e fez um trabalho tão importante, que mesmo sendo do PSDB, partido considerado o maior adversário do PT e do governo, ganhou o apoio necessário do governo federal para realizar esses importantes projetos modernizadores da nossa querida cidade. Muitos estão em andamento, muitos concluídos e alguns, gigantescos, em fase de licitação, como o Corredor de Transportes e a urbanização do Itaqui-Bacanga, a integração do centro histórico, entre outros. Sem contar, é claro, o sistema VLT.

Os códigos que permitirão a modernização e o disciplinamento do crescimento da cidade, assim como o Programa de Recuperação Ambiental e outros, estão prontos e faltam ser submetidos as audiências públicas.

Foi uma administração perfeita? Longe disso, mas foi uma das melhores administrações da nossa capital. É uma pena que todo esse trabalho possa ser perdido ou deixado de lado, como é de praxe em nossa cidade, em mudança de administração.

Então, o que derrotou Castelo? Acredito que o ambiente de mudança política, muito forte no Maranhão, com uma população cansada da dominação do grupo Sarney, foi decisivo. Avalio que o combate sistemático do grupo Sarney à administração de Castelo, levada a efeito desde o primeiro momento em que assumiram o governo no lugar de Jackson Lago, também pesou muito contra o prefeito.

Com efeito, tivemos o massacre da mídia da família Sarney, dia e noite contra o prefeito, não mostrando nada que ele fazia. Ademais, quando não podiam esconder,  colocavam dúvidas na qualidade de tudo o que era feito. Um massacre que fez crescer uma grande rejeição a Castelo, injusta, mas que ele só conseguiu reduzir durante a campanha, quanto passou a dispor de espaço na televisão.

Não bastasse isso, os vencedores apostaram em um candidato muito simpático e bem sucedido eleitoralmente, de acordo com o momento de “renovação” e com a dedicação total de Flávio Dino, que jogou ali todo o seu prestígio, em um jogo de risco total.

Castelo, embora não ganhando, mostrou que tem grande liderança em São Luís e será importante em qualquer eleição na capital. Nunca teve apoio de Sarney nessa eleição, como tentaram divulgar,  e foi impiedosamente perseguido em sua administração.

Fui tentar ajudá-lo, por achar que é fundamental a união da oposição em 2014. Não consegui convencer a oposição disso e ainda fui agredido por alguns irresponsáveis que chegaram a dizer que eu teria participado de um grande acordo com Sarney, uma bobagem, só possível de imaginar na falta de controle de alguns.

Deveriam, já que nada parecem respeitar, se debruçar sobre a história política recente do nosso estado, para pelo menos respeitar o único político que se sacrificou para eleger pela primeira vez um membro da oposição ao governo do estado, impedindo que mais uma vez usassem o poder do governo para impedir a vitória de adversários. Para isso tive que abdicar de um mandato, fácil para mim naquela ocasião, ou de senador ou de deputado federal, ficando no governo até o fim. Quero ver quem fez,  faria ou fará tal nível de sacrifício, ou pelo menos quem se dispusesse a enfrentar o imenso poder de José Sarney.

Até hoje pago por isso. Sozinho. Sem apoio. E o que recebi em troca, foi que, quando tentei um mandato de senador, que poderia ser viável, ver  membros da oposição se prestarem ao comando de Sarney para diluir o voto da oposição por três candidatos e me derrotar.

Dessa forma, não estranhei os insultos que recebi desses oposicionistas por conveniência.

Parece que esses sempre se darão bem...

Mas o que aconteceu até aqui, no apagar das luzes? Se fosse uma partida decisiva de um campeonato de futebol, eu diria que o time ganhou o primeiro tempo do jogo, jogando bem e com garra. Mas o jogo não terminou e só começa em 1 de janeiro de 2013 e acaba em outubro de 2014. Agora é que virá a fase decisiva desse jogo e o time adversário jogará a partida de sua vida, está acostumado a vencer usando todas as armas. O time que ganhou o primeiro tempo não se fortaleceu como precisava e pode não chegar tão coeso como pareceu nesse primeiro tempo.

O gramado é maior, o campo de jogo esburacado, o juiz não merece confiança, embora a torcida mais informada continue querendo muito a mudança do gramado. É em janeiro que esse jogo cheio de perigos, dentro e fora dos gramados, vai realmente começar. E o time que poderia estar completo não juntou todos os principais jogadores vestindo a mesma camisa. Saiu muita gente contundida no primeiro tempo. E esse grupo ou dá caneladas ou alicia jogadores chave dos adversários. O jogo não terá moleza. 

Enfim, foi um privilégio conhecer Castelo mais de perto e ver nele uma ótima pessoa.

Desejo boa sorte ao prefeito eleito. Que possa honrar a confiança que lhe foi depositada.