Roseana Sarney se acostumou a promover reuniões com prefeitos,
objetivando unicamente demonstrar força política. Faz isso escorada no seu
poderoso sistema de comunicação, que existe para mostrar o que nem sempre
existe. Como a oposição não tem acesso às emissoras de televisão, fica fácil
tentar vender “gato por lebre”.
Mas está cada vez mais difícil para Roseana, que parece viver
antecipadamente as dificuldades inerentes e características de um governo que
se aproxima do final de mandato. E ainda falta mais da metade dele.
Pois bem, a reunião preparada com esmero e estardalhaço
midiático foi na verdade um retumbante fracasso. A começar pela ausência do
principal convidado, o recém-eleito prefeito de São Luís. O jornal da família
avisava todos os dias que ele havia sido convidado e que a governadora o
esperava para “continuar” a parceria com a prefeitura de São Luís. Esse seria o
troféu maior da reunião. Seja lá como for, ele não foi e isto contribuiu para
esvaziar a reunião. E fez muito bem.
Na verdade toda a classe política sabia que aquilo estava
sendo montado apenas para apresentar Luís Fernando para os novos prefeitos.
Toda a montagem foi com essa finalidade. Acontece, no entanto, que os políticos,
quando olham o Chefe da Casa Civil, só enxergam Jorge Murad e isso é péssimo
para o candidato.
O maior boicote à reunião partiu mesmo foi de parte
importante do próprio grupo político da governadora, deixando muito visível o
racha e a desunião do grupo, quase sem comando. E isso só tende a piorar.
O vice-governador certamente ainda não digeriu o que sofreu
na aventura da candidatura a prefeito, que assumiu contando com o apoio integral
do grupo, mas o que sentiu foi o abandono e o desinteresse da cúpula
governamental. Os prefeitos ligados a ele, que o consultaram se deviam ir,
foram desestimulados e lá não apareceram.
Gastão Vieira, que está sempre aqui pelo menor motivo,
estranhamente não compareceu. Na verdade não quis vir fortalecer a candidatura
de Luís Fernando certamente porque também alimenta pretensões de ser o
candidato. Lobão, hoje o político mais forte do grupo fora da família Sarney,
também não foi, tampouco mandou representante. Estava em recuperação de
problemas de saúde e se livrou do mico de ter que ir bater palmas para o
candidato oficial do governo. Muitos deputados também por lá não passaram, certamente
por terem outras preferências de candidaturas.
E o pior veio da reação dos futuros prefeitos que,
enfastiados com tantas aulas de “gestão”, queriam mesmo saber era de convênios
e o que estava programado de ajuda financeira e assistência aos municípios.
Ficaram tão enfarados que, depois da abertura, o quórum não passou de cinquenta
prefeitos sonolentos.
Enfim, mudando de assunto, foi patética a nota do governo,
incomodado pelo absoluto sucesso da obra ainda por inaugurar, mas já em uso
pela população, do prolongamento da Avenida Litorânea. É uma unanimidade o
reconhecimento da cidade pela conclusão da primeira parte da avenida prometida
por Castelo. Ela não veio antes e não foi mais extensa devido à perseguição total do governo Rosean, que não
queria deixar Castelo fazer essa obra. Primeiro não permitiu que Castelo usasse
os recursos conveniados por Jackson Lago antes de sair. Depois usou todo o seu
poder oligárquico para embargar a obra, não permitindo sua execução por
Castelo. Assim, o prefeito só conseguiu a liberação no seu último ano de
governo na justiça federal. A tremenda perseguição movida contra Castelo em
todo o seu período de governo na verdade só prejudicou a população da cidade.
Agora diz que não foi ela. Mas não adianta, todo mundo sabe.
O governo estadual está agindo como se não acreditasse na sua
continuidade a partir de 2014. Ou poderiam ter outra explicação os empréstimos
bilionários que deixarão o estado em situação financeira muito difícil? Eu
fiquei quase cinco anos como governador sem tomar empréstimos. Conseguimos isso
com o equilíbrio financeiro das contas estaduais havidas a muito custo e, em
decorrência disso, tivemos muitos recursos para investir.
Agora tudo mudou com o estado em busca de financiamento. E o
pior: não cumprindo com as suas obrigações constitucionais, pois não paga
precatórios a tal ponto que já deve R$ 420 milhões. Só em 2012 o contingente
que não foi pago atinge R$ 180 milhões. Estado caloteiro e que vai se
desacreditando agindo assim. Para questões dessa natureza, está prevista até
intervenção federal no governo.
O que fizeram com tanto dinheiro? O orçamento deste ano vai a
R$ 13 bilhões e não tem dinheiro?
E para concluir, estudo publicado na Folha de São Paulo, na sexta-feira
passada, realizado pela consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit)
com patrocínio do CLP (Centro de Liderança Pública), revela que a maior parte
dos estados brasileiros tem um ambiente de negócios pouco atrativo para
investidores de fora. Em média, as 27 unidades da Federação receberam nota de
41,5 (de um total possível de cem) para os 26 indicadores avaliados,
distribuídos em 8 categorias. Cinco estados têm um ambiente de negócios
considerado bom, 18 estados receberam classificação moderada e apenas três receberam
nota baixa. São Maranhão, Piauí e Amapá. E tem mais: o Maranhão e o Amapá
pioraram a nota em relação a 2011 respectivamente em menos 3,1 e 3,4.
E ainda têm coragem de dizer que o Maranhão está “bombando”.
Por enquanto, certamente apenas nas notas dos nossos alunos o estão lamentavelmente
como as menores do país.
E a prioridade da refinaria? Dilma nem se deu ao trabalho de
ir até lá...
Um comentário:
Tem muito babaca acreditando neste clã. Que povo sem visão. Pelo menos o cidadão que sao poucos continua gritando seus direitos. Espero ver este Estado mudar e no próximo mandato.
Ismael
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