O Sociólogo e Doutor em Geografia Humana e Professor da USP, Demétrio
Magnoli, em artigo no jornal Estado de São Paulo da quinta-feira passada, faz a
distinção entre políticas de comunicação de estados autoritários e totalitários.
Vejam o que ele escreveu e me digam se qualquer semelhança é mera coincidência,
no que concerne ao que escreveu e o que se passa aqui no Maranhão.
“Totalitarismo é algo bem diferente de autoritarismo. O segundo se ampara, exclusivamente, na força e se contenta em calar, prender ou eliminar opositores. O primeiro também se ampara na força, mas nutre a pretensão de persuadir a sociedade a acreditar no seu enredo sobre a história - ou seja, numa narrativa que o torna depositário de uma legitimidade transcendental. George Orwell explicou isso: O Estado totalitário é, efetivamente, uma teocracia e sua casta dirigente, a fim de conservar sua posição, deve ser vista como infalível. Mas como, na prática, ninguém é infalível, torna-se frequentemente necessário rearranjar os eventos passados de modo a mostrar que este ou aquele erro não ocorreu ou que este ou aquele triunfo imaginário realmente aconteceu. Eis por que a política do totalitarismo demanda o controle sobre a linguagem empregada pelas pessoas.”O Sociólogo e Doutor em Geografia Humana e Professor da USP, Demétrio Magnoli, em artigo no jornal Estado de São Paulo da quinta-feira passada, faz a distinção entre políticas de comunicação de estados autoritários e totalitários. Vejam o que ele escreveu e me digam se qualquer semelhança é mera coincidência, no que concerne ao que escreveu e o que se passa aqui no Maranhão:
Assim, fica explicada claramente, a tentativa sempre renovada de
reescrever biografias, disfarçar verdades, contestar estatísticas e acusar de
maus maranhenses aqueles que ousam contestar as suas tentativas de ocultar ou
“dourar” verdades que estão a vista de todos.
Fazem isso com o formidável aparato de comunicações que amealharam ao
longo do tempo. Principalmente com o domínio absoluto da televisão que, por
isso mesmo, é vedada aos que os contestam. É uma terrível ferramenta de
dominação, que usa meios totalitários, como os descritos por Magnoli acima.
O governo não se cansa de informar a todos que o Maranhão cresce como
nunca e está combatendo a pobreza. Dizem isso e repetem para esconder a verdade,
que é o Maranhão afundando na pobreza, injustiça e desigualdade. O professor José
Lemos, estudioso do assunto, professor na Universidade Federal do Ceará,
maranhense da região da baixada, ex-secretário de Estado da Agricultura no meu
governo, escreveu artigo publicado no jornal O Imparcial, em que explica
pormenorizadamente o que está acontecendo:
“Começamos pelo desastre do PIB per capita. Em 2010 o Maranhão voltou
a ter o mais baixo entre os estados do Brasil. Isto não acontecia desde o ano
de 2002. Com base nas Taxas Geométricas Anuais de Crescimento, eu havia
antevisto que o Piauí ultrapassaria o Maranhão em 2010. De fato isso aconteceu.
Naquele ano o Maranhão teve o menor PIB per capita do Brasil (R$
6.888,60), o equivalente a 1,1 salário
mínimo daquele ano, a 35% da média brasileira e a 72% da média do Nordeste. .
Piauí, que até 2009 tinha o PIB médio mais baixo do Brasil, teve média de R$
7.072,80 em 2010. Em Alagoas, o PIB per capita
foi de R$ 7.874,21.
Entre 2002 e 2008, o
PIB per capita maranhense se elevou a uma taxa média anual de 21,0%. Entre 2008
e 2010, o crescimento do PIB per capita no estado foi de apenas 6,2% ao ano,
bem abaixo da inflação no período que foi de mais de 10%.
Mas o que é ruim
sempre pode ficar pior. Dos 217 municípios maranhenses, em apenas vinte e três
(incluindo a capital), o PIB médio é maior do que esta média. Nesses municípios
vivem 1.710.286 pessoas (um milhão na capital). Nos demais 194 municípios, onde
sobrevivem 4.859.397 pessoas, o PIB per capita é menor do que a média estadual.
Nesses, o valor médio do PIB é de apenas R$ 4.137,93, ou sessenta por
cento (60%) da média estadual, e 68% do
salário mínimo. Em 121 desses 194 municípios, cujo PIB per capita é menor do que a média do estado, o PIB médio é ainda menor do que a média
desse grupo.
Temos, portanto, no Maranhão uma renda
baixa e mal distribuída, deixando a maioria da população do estado com renda
insignificante. Não é por acaso que proporcionalmente o Maranhão tem o maior
contingente de dependentes do Programa “Bolsa Família” do Governo Federal, o
que as tornam presas facílimas para comporem os currais eleitorais que fazem a
festa daqueles de sempre. Também por isso a atual presidente recebeu a maior
votação proporcional entre os estados brasileiros. Um programa que se tornou
numa promissora máquina de compra de votos. Com porta de entrada e sem saída.”
Está mais do que na hora de mudar.
Um comentário:
Olá,
Postei seu artigo na Linha do tempo do meu Facebook e ainda compartilhei com mais 200 Contactos meus e em cerca de 30 grupos de todo o Maranhão...
Um abraço,
Josué Moura (Jornalista -Imperatriz-MA)
(99) 9167 35 99
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