A governadora Roseana Sarney parece ter uma fixação por
chineses. Na hora em que a realidade se sobrepõem ao virtual, ela apela para os
chineses.
Sem saber o que dizer sobre a refinaria, que nunca foi um
projeto da Petrobras, ela declarou que irá em busca dos chineses, para que eles
invistam no empreendimento e salvem o que foi apenas um factoide político para reelegê-la
governadora em 2010. E ela, que nunca deu bola para a paralização do projeto,
que já vem de tempos atrás, agora, desperta do seu torpor, com a chiadeira
generalizada por parte daqueles que acreditaram e investiram no projeto e que
só acumularam prejuízos e diz que vai buscar investidores no exterior. Pura conversa
fiada!
Essa refinaria nunca foi um projeto para valer. Serviu apenas
para a sua eleição e dos senadores. E isso foi denunciado à época, mas a mídia
de enganação da oligarquia repetia sem parar que ali estava surgindo um outro
Maranhão, uma locomotiva de progresso carregada com 400 mil empregos. Um sonho,
uma quimera...
E haja cursos de
treinamento para a mão de obra que seria empregada no empreendimento, um
passaporte para uma vida melhor. Pena que era só uma enganação eleitoral.
Sergio Gabrielle, o ex-presidente da Petrobras, um mês antes
de vir aqui junto com a comitiva do presidente Lula, composta por ele e mais a
então ministra Dilma Rousseff, o ministro Lobão, o senador Sarney, a
governadora Roseana e de toda a oligarquia para anunciar a refinaria, respondeu em
depoimento na Câmara dos Deputados ao ser inquirido pelo deputado Carlos
Brandão sobre a refinaria no Maranhão: com franqueza, informou que o negócio da
Petrobras não era refinaria. Era prospectar e extrair petróleo que exigia
muitos recursos. E que um projeto de refinaria levava mais de cinco anos para
ser feito, inclusive com estudos de viabilidade econômica e financeira. E que
não existia esse tipo de projeto em prateleira para o Maranhão, e que fugia das
prioridades da empresa. Que no mundo havia capacidade de refino disponível e
repetia não era a finalidade da empresa.
Mas o projeto era político e o presidente da Petrobras poucos
dias depois fazia parte daquela encenação destinada a eleger Roseana Sarney.
Com isso, ela teve 43% dos votos de São Luís, o que lhe ajudou na apertadíssima
vitória que teve. Esses votos lhe foram dados pelos que acreditaram no emprego.
Na eleição, o projeto cumpriu a sua finalidade e, portanto,
não se viu em nenhum momento qualquer membro da família Sarney reclamar do governo
federal por esquecer a refinaria. Como reclamar, se todos sabiam que aquele não
era um projeto para valer?
A Petrobras na verdade não tem a menor possibilidade de
realizar tal projeto. Ela busca recursos desesperadamente para recuperar sua
produção de petróleo, em queda por falta de investimentos para recuperação de
seus poços e para a exploração de novos.
Só neste ano a companhia já perdeu R$ 53 bilhões em valor de
mercado, o que é mais do que a perda de todo o ano passado, que foi de R$ 36
bilhões. E está reestudando todos os seus projetos.
Não bastasse isso, o líder do governo na Assembleia disse
desanimado que esse projeto era um esqueleto desidratado. Ele exagerou, pois em
Bacabeira não há esqueleto nenhum, pois nada foi construído, apenas uma terraplanagem interminável está por
concluir, e quase parando. Só isto já consumiu três anos.
Agora o que se vê é uma tentativa de colocar a culpa no ministro
Lobão, mas é fácil aduzir que as responsabilidades são na verdade da oligarquia
e de seus chefes.
Esse negócio de chamar os chineses já deu em grande confusão
por aqui. Em 1998, Roseana era governadora, como sempre, e teve mais uma das
suas ideias mirabolantes. Resolveu fazer em Bacabeira uma fantástica fabrica de
confecções que iria gerar uma quantidade enorme de empregos, mudar a região e
para isso acreditou nas mágicas de um chinês muito esperto. A fábrica era
localizada quase em frente ao terreno hoje destinado à refinaria. Os futuros
empregados assinaram papéis, sem saber o que estavam assinando, e que na
verdade eram empréstimos para comprar os equipamentos. O resultado foi
lastimável, pois a fábrica só funcionou no dia da inauguração e nunca mais.
Ficaram anos com o crédito sujo, vivendo com dificuldades, sem poder ter contas
em bancos e o pior: sem emprego nenhum.
Como a inauguração precisava ser badalada, ela conseguiu
trazer o então presidente Fernando Henrique Cardoso para fazer parte da
pantomina.
Agora, segundo ela, outro chinês virá salvar a refinaria.
Estamos bem entregues.
Um comentário:
Também não esquecemos do sonho chinês da siderúrgica em São Luís. Maior polo siderúrgico do Brasil!
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