Depois da interpretação própria de dados do IBGE em relação ao PIB e
ao PIB per capita, agora querem fazer a mesma coisa com os dados inteiramente
negativos do ENEM. Com o PIB, só conseguiram mostrar que estagnamos no que já
havíamos alcançado. Já colocados em 16° lugar entre todos os estados, lá
continuamos empacados. E no PIB per capita, continuamos detentores do pior do
Brasil, contudo, agora com a companhia do Piauí em 26° lugar, separados pela
gigantesca diferença de 17 reais. E fica a dúvida sobre quem está pior e causou
o empate: se foi o Piauí, que caiu um pouco, ou foi o Maranhão, que subiu
microscopicamente. Vejamos o que escreveu o professor José Lemos:
“O Maranhão, de acordo com o IBGE, tem a oitava maior população do
Brasil (6.569.687 de habitantes pelo ultimo Censo Demográfico de 2010). O IBGE
também sinaliza que 3,5 milhões (53%) da população que vive no estado sobrevive
com bolsa família do Governo Federal. Este contingente não contribui para a
formação do PIB, porque não trabalha e, portanto, não gera riqueza.
Proporcionalmente o Maranhão é o estado que mais tem gente participando desse
programa, cujas fontes são os impostos diretos e indiretos pagos pelos
brasileiros que trabalham. Assim, apenas 43% da população que vive no estado
(3.069.687) participam ou dependem, direta ou indiretamente, da geração do PIB
do estado. Se fizéssemos um exercício de calcular o PIB per capita apenas dessa
população, o seu valor ascenderia para R$16.972,42 e saltaríamos para a décima
quarta posição no ranking nacional. Isto ainda distante da oitava posição que
detemos na hierarquia das populações, mas bem melhor do que a 26ª posição que o
IBGE nos enquadra junto com os nossos
infortunados irmãos piauienses.
Tomando por base este valor potencial, e considerando o verdadeiro
tamanho da população do Maranhão, este deveria ser o menor PIB per capita a ser
perseguido para o estado, que nos proporcionaria uma riqueza total de R$111,50
bilhões, em vez dos atuais R$52 bilhões. Por que não atingimos este potencial?”
Essa é uma provocação interessante proposta pelo professor para
definir os atuais limites do estado. Para isso, é preciso um salto na educação
e uma mudança completa na administração do estado. Mas 2014 está aí mesmo.
No Enem, embora o resultado seja deplorável, como não poderia deixar
de ser, já que a educação não tem apoio de Roseana Sarney - em que pese os
esforços do secretário Pedro Fernandes - eles tentam dizer que melhoramos. Mas
os resultados do ENEM são péssimos, infelizmente.
Vejamos: No grupo das cem melhores escolas não temos nenhuma, embora
15 sejam do Nordeste. Cinco são do Ceará, quatro do Piauí, quatro de Pernambuco
e duas da Bahia. Cinco são do Centro-Oeste e três do Sul. Nós estamos em outro
planeta... Longe até do Piauí.
Mas temos um troféu: A pior escola do Brasil é nossa! E pertence à
rede estadual. É a CE Aquiles Lisboa do município de São Domingos do Azeitão,
onde Roseana só tem amigos. Média de 339 pontos.
E sob a indiferença da governadora, entre as cinquenta piores escolas do
Brasil, todas públicas, a grande maioria delas é do Maranhão.
Entre as melhores do estado quase não temos escolas públicas. Quase
todas são particulares ou federais. Mas me digam: o que poderíamos esperar
diante do governo mais ausente da história do Maranhão?
O péssimo desempenho do nosso estado é facilmente visto. A média geral
do ENEM está acima dos 500 pontos. Então vamos verificar qual é o número de
escolas maranhenses que tiveram média igual ou superior - não a média do ENEM,
mas essa mais baixa. Repetimos um parâmetro abaixo da média brasileira. Pode-se
verificar que temos apenas 58 escolas acima de 500 pontos. Dessas, temos
somente 2 públicas estaduais e do restante, 7 são federais e 49 privadas.
Dizer que estamos bem é brincadeira de muito mal gosto.
Ninguém vai mudar o estado sem trabalhar pesado para isso. Como nós
podemos crescer espetacularmente de uma hora para outra, se todos os
indicadores sociais continuam ruins como antes e praticamente todos são os
piores do país? Nada mudou no IDH, na escolaridade, no número de excluídos, na
pobreza extrema, no analfabetismo, na carência habitacional, na falta de água
potável, de esgoto, enfim, em nada. Mas o senador José Sarney quer mudar de
qualquer jeito a herança que deixará, depois de tantos anos de poder absoluto,
e pensa que apenas com propaganda vai conseguir fazer isso. Ledo engano, nada
muda a realidade a não ser muito foco e trabalho duro. E o governo da filha não
trabalha e é omisso em relação aos problemas do estado. Não dá.
E parece que a engrenagem política da oligarquia começou a funcionar. Já
toma corpo dentro do clã a ideia de que o prazo de validade da candidatura de
Luís Fernando se extingue no final de março de 2014. Ele teve muitas
oportunidades, mas a sua falta de carisma não empolga a população. Praticamente,
de uns meses para cá, ele tem sido o governador. Nada lhe falta. Viajou sem
parar, fez discursos em toda parte, fez imensas promessas de investimento e
mudanças. Porém, ter que carregar o fardo da oligarquia nas costas foi demais
para ele.
Eu nunca acreditei que essa candidatura fosse para valer. Sempre disse
que o candidato do grupo Sarney seria o senador João Alberto. E cada vez mais
me convenço disso. Principalmente agora que foi chamado para intervir na
Secretaria de Segurança e nomeou gente com grande poder de mobilização,
experiente e com muito apoio. Levou Roseana Sarney em sua casa para ouvir a
cúpula da polícia e prometer apoio. A situação da segurança, antes caótica,
deve melhorar. Não se resolverá, contudo, porque para isso é necessário um
plano de curto, médio e longo prazo, que hoje não existe. Mas poderá fazer dele
um candidato mais forte do que Luís Fernando.
Creio que a oligarquia vai de João Alberto.
Enfim, para terminar, o Maranhão neste ano foi o terceiro estado
brasileiro que menos investiu, comparando com quatro anos atrás. Significa
dizer 41 por cento a menos que há quatro anos, embora tenha arrecadado 23 por
cento a mais. A administração de Roseana Sarney é um primor...
E não ficou nada claro para mim: dos 32 lotes de exploração de gás
ofertados na Bacia do Parnaíba, só um teve lance no leilão da ANP. Mas não
tínhamos aqui um lençol de gás do tamanho do da Bolívia? Por que não houve
interessados?
Só queria entender...
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