Se Michel Temer assumir a presidência, como se prenuncia,
terá que enfrentar uma gigantesca tarefa imediatamente a partir dos primeiros
dias. Ele não terá muito tempo, pois a economia brasileira está destroçada, a
Petrobras quase quebrada, o sistema elétrico se equilibrando precariamente, a
renda dos trabalhadores caindo e o desemprego já atingiu 10 milhões de pessoas.
Em outras palavras, a cada hora 246 brasileiros ficam desempregados, a
infraestrutura em ruínas - sejam portos, ferrovias, rodovias - empresas aéreas
diminuindo de tamanho vertiginosamente, o sistema de saúde em péssima situação,
a educação idem (ao ponto de professores do ITA me pedirem para votar “sim”,
porque o governo estava tirando o dinheiro do Instituto mais conceituado do
país), as empresas fechando. Só o que cresce no país é a miséria...
Uma situação muito pior do que conheceu Itamar Franco, quando
herdou o governo de Collor após o impeachment deste.
Eu não tenho dúvidas de que Temer está preparado. Conversa
muito, está informado das profundezas do abismo em que caímos, mas sabe também
que O PT não lhe dará tréguas. Sem contar que o PSDB como sempre se deixa levar
pelo cálculo político e corre o risco de copiar o PT, que patrocinou o
impeachment de Collor, mas não quis participar do governo Itamar. E levou essa decisão
a tal ponto que expulsou da legenda Luiza Erundina, porque ela aceitou um cargo
no governo que ele montava.
Só que a situação brasileira é muito, muito pior do que
aquela e a classe política precisa dar uma resposta imediata sob pena de
acarretar o total descontrole do país. Quem apostar no quanto pior melhor, está
apostando contra a população brasileira.
Não gostam ou não confiam em Temer? Mas ele é a única solução
legal que temos, chefiará um governo de transição que precisa dar certo. Depois
então teremos eleições gerais, que podem ser ganhas por qualquer um dentro do
jogo democrático.
As regras são essas e precisam ser cumpridas ou viramos uma
republiqueta.
Falar em eleições presidenciais ou em parlamentarismo agora é
quase um golpe, pois não estão previstas na nossa Constituição. A única solução
democrática é essa que está nas regras constitucionais. O resto é conversa
fiada.
De modo que não vejo outro jeito. Os partidos que lutaram
pelo impeachment como solução para o descalabro do governo Dilma, que estava
acabando com o país, sem nenhum vislumbre de melhoria devido à personalidade
isolacionista da presidente, não podem se omitir nessa hora. Se o PSDB tomar esse
caminho, estará colocando em risco as reformas que precisam ser feitas para
corrigir os rumos do Brasil. Essa destrambelhada posição do partido, se vier
mesmo a ser tomada, só pode ser entendida como soberba ou até como oportunismo
e pode contribuir para agravar a situação. Sim, porque, se o governo Temer não
der certo, o que virá em seguida dificilmente dará também, e ficaremos a mercê
de “salvadores da pátria”, que terminarão por afundar profundamente o país.
O restante pode ser considerado como uma baixa política, vendendo
a ilusão de que só alguns iluminados poderão salvar o país. Itamar era mal
visto, mas fez um dos mais importantes governos que tivemos, embora tenha tido um
mandato curto.
Dito isso, não quero deixar de fazer o registro de que o
ministro de Minas e Energia Eduardo Braga, antes de sair do cargo, fez o que
nos havia prometido há mais de um ano e realizou o leilão para o linhão que
ligará as subestações de Bacabeira e Parnaíba, conectando toda a região do
litoral leste ao resto do país. Finalmente, teremos agora a infraestrutura que
nos faltava para participar efetivamente e ativamente da geração de energia
renovável, como a eólica e a solar. Valeu, ministro, o Maranhão agradece.
E, para concluir, espero que o governador Flávio Dino,
merecedor de nossas esperanças de mudanças, não tome uma posição isolacionista,
pois o Maranhão não aguentará, nas atuais circunstâncias de recessão,
desemprego e de economia frágil, uma posição dessas em relação ao governo
federal. São quase sete milhões de
maranhenses que depositam esperanças no governador e que precisam de apoio.
O Maranhão confia em seu governador.
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