O Maranhão avança com melhorias crescentes em seus indicadores sociais, conforme atestam os dados divulgados pelo IBGE, obtidos pela PNAD, nesta semana no Rio de Janeiro. Esses resultados representam uma grande conquista para o Maranhão, pela rapidez como avançamos modificando uma tendência histórica terrível. De fato, há muito que o Maranhão só apresentava resultados desabonadores.
Em outras palavras, eram “tempos em que estávamos mergulhados na pobreza crônica", como descreveu muito apropriadamente o professor José Lemos em recente artigo. Lemos é professor associado na Universidade Federal do Ceará, ex-secretário de Projetos Estratégicos e de Agricultura do Maranhão, autor do livro “Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre”.
O artigo diz ainda que "sempre estávamos no último lugar na fila do ranking de qualquer indicador de bem estar, ou liderando-o, quando se tratava de indicador de privação”. E nesta época, quem criticava, tinha dificuldades de encontrar espaços para expor sua discordância com o sistema. Lemos complementa: “outro tipo de reação vinha de outro grupo que não tinha interesse em mudar, porque tirava proveito dessa situação, acumulava riqueza, além de prestigio, fora das fronteiras do estado.” Era a época do “paraíso tropical” e quem criticasse sofria tentativas de desmoralização e campanhas difamatórias.
Em seu artigo, analisando os dados do PNAD publicados agora, mas que retrata 2007, ele confirma os avanços nos indicadores sociais maranhenses que vem ocorrendo nos últimos anos. O Índice de Exclusão Social (IES), de 2007, regrediu para 37,8%. Em 2001, tempos de Roseana, era 45,89%. Em 2006 o IES já era de 39,77%.
Portanto entre 2001 e 2007, o Maranhão teve mais de 8% de sua população deixando de ser privada de serviços essenciais e de renda. Isto representa cerca de 520.000 pessoas em 6 anos. Um resultado e tanto, considerando-se a herança recebida e o bloqueio político junto ao governo federal, com a finalidade de obstar o envio de recursos para ajudar no esforço saneador do estado empreendido pelo meu governo. Queriam que não tivéssemos resultados a apresentar, a fim de que pudessem investir na tese de que a pobreza no Maranhão era uma fatalidade sem jeito e, portanto, sem culpados. Mas não conseguiram.
Só para lembrar, o estado tinha a pior escolaridade média em todo o Brasil. O pior índice de repetência escolar e de inadequação de idade- série em 2001. E, para não esquecer, não tinha ensino médio em 159 municípios e por isso apresentávamos a menor taxa de matrícula no ensino superior.
Em contrapartida, além da implantação do ensino médio em todos os municípios do estado, tivemos redução da taxa de analfabetismo da população maior de 10 anos, que em 2007 somou 17,76% contra os 22,77% em 2001. Em 2006 já era 19,63%. O maior salto foi na escolaridade média, que em 2007 chegou a 6,04 anos. Em 2001 a escolaridade média era de apenas 4,47 anos e em 2006 já havia atingido 5,75 anos. E o melhor de tudo, diz o professor Lemos, foi a constatação de que a taxa anual de aceleração desse indicador entre 2001 e 2007 foi de 5,18%. Uma das maiores do Brasil no período.
Outros avanços mostrados pelo professor: em 2001 tínhamos 55,30% das residências do estado sem água encanada. Fizemos um esforço gigantesco e os dados do PNAD mostram o avanço. Em 2007 baixamos para 35,74%. Um avanço extraordinário de praticamente 20% do total das residências no estado em 6 anos.
Como até 2001 a escolaridade média era de 4,47 anos, ou seja, o maranhense na média não tinha nem concluído a primeira parte do ensino fundamental, a renda tinha que ser baixa e iria continuar baixa por muito tempo, já que o indicador escolaridade média só consegue avançar vagarosamente. E foi isso o que aconteceu, segundo o IBGE. Em 2007, a renda média domiciliar foi de R$ 1.057,00. Em 2006, já havia sido de R$ 1051,00, o que demonstra a dificuldade de avanço. Contudo, esses valores representam quase o dobro dos R$ 638,00 de 2001.
“A PNAD mostra um Maranhão diferente, ainda longe daquele que almejamos, mas muito distante daquele do início desse milênio, que nos legaram”, completa Lemos.
Em mensagem eletrônica, depois de saber que setores da oligarquia tinham feito, como sempre, leitura errada e interpretação, idem, de dados do PNUD sobre IDH, Lemos acrescenta: “os nossos dados do IDH ainda não são bons, mas bem melhores que em 2001. Claramente, deixamos o último lugar em 2005 com 0,683. Vamos chegar a 2006 com o que projetamos, ou seja, acima de 0,700. Quando assumiu o governo o IDH do estado era 0,636 (equivalente ao Gabão e a Namíbia, dois dos mais pobres países africanos). Em 2005, a comparação já era com a Guatemala. Difícil, mas muito melhor. O que projetamos foi alcançar em 2005 o IDH de 0,684, com margem de erro de 2,5%. Portanto fomos em cima, já que o dado do PNUD é 0,683 (...) E os próximos dados do PNUD, já levando em conta 2006, mostrarão o acerto do nosso governo”. Por fim, complementou a mensagem, expondo que "a utilização de métodos científicos nos dá a chance de fazer as coisas corretas, ao contrário do achismo”.
O fardo que herdamos é pesado. É por isso que gente ligada à oligarquia e ao passado nefasto não consegue mais votos no Maranhão. Chega de descaso e irresponsabilidade.
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