O resultado das eleições de domingo trouxe vários ensinamentos. Um deles é o verdadeiro poder de Lula de transferir votos. A constatação obtida através da análise dos resultados das urnas é de que só funciona o apoio de Lula a candidatos que estejam em ascensão. Mas, para aqueles que estão estagnados ou em processo de queda entre os eleitores esse apoio não funciona. Vários são os exemplos. Em Natal a candidata do PT prosseguiu em queda mesmo depois da ida de Lula e a sua participação em carreatas e comícios. A queda nas pesquisas até se acentuou depois da ida.
Muitos outros casos aconteceram país afora, como em Curitiba e em outros municípios, mas o caso mais emblemático é o de Marta Suplicy de São Paulo. Lula participou várias vezes de carreatas, comícios, passeatas e de outros atos políticos juntamente com Marta. Empenhou-se bastante na campanha, mas não adiantou. Marta no começo estava subindo e deu certo. Em determinado momento se chegou a pensar que a rápida ascensão experimentada por Marta a levaria a ganhar ainda no primeiro turno. Cresceu até atingir um pouco além do seu próprio teto. Mas, não conseguiu manter-se lá. Repetiu em três pesquisas consecutivas o mesmo número: 37%. E então, começou a cair. Quando as urnas foram abertas no domingo passado ela não estava mais em primeiro lugar. É a segunda e assim vai haver um segundo turno em ambiente totalmente inverso. Marta caindo (32%) e Kassab, que estava em último, crescendo e já em primeiro. Lula só ajudou quando a candidata do PT paulista crescia.Quando começou a cair o apoio de Lula não funcionou.
Aqui em São Luis o apoio de Lula a Flavio Dino teve efeito pelos mesmos motivos. Flavio estava em ascensão e em processo de “descoberta” pelos eleitores de São Luis. Crescia também apoiado na forte militância do PC do B e do PT. Se estivesse estacionado ou caindo o apoio de Lula expressado por depoimento no programa eleitoral não funcionaria. Não iria adiantar. No fundo os méritos são do candidato Flavio Dino, integrante da Frente de Libertação que em 2006 derrotou Roseana Sarney e tirou da família Sarney a possibilidade de voltar ao comando do Maranhão. Ele cresceu sempre, durante toda a campanha, no conceito e na aprovação dos eleitores. Se estivesse estacionado ou caindo nada aconteceria.
Caso de polícia mesmo são os institutos de pesquisa. Erram com uma desfaçatez que espanta os mais incautos. Como acreditar em pesquisas que se mostram tão descasadas com a realidade? Cesar Maia, atual prefeito do Rio de Janeiro e estudioso de pesquisas e dos métodos adotados de aferição de opinião pública, contestava o Ibope e escrevia em seu Blog que estava tudo errado e que Crivella estava fora do páreo e quem ia para o segundo turno seria Gabeira. Foi o que realmente aconteceu. E no Maranhão como acreditar em pesquisas que não acertam nunca?
O tamanho eleitoral do grupo Sarney está medido em São Luis. Somaram exatos 7.82%. A Folha de São Paulo de hoje chega a essa mesma constatação. Puxa, que força eleitoral! Desse jeito vão acabar voltando ao poder. E olha que Cutrim, Gastão, Waldir e Pedro Fernandes não são desconhecidos e estão sempre na mídia poderosa dos Sarney e são deputados com razoável atuação política. Mas, o carimbo que levam de pertencentes ao grupo Sarney é demais para qualquer um. É mortal. Quem foi temerário ao ponto de desconhecer o caráter dos eleitores mostrando ostensivamente o apoio de Roseana Sarney deve ter se arrependido amargamente como Gastão que teve apenas 1,95%.
O fato se repetiu em Imperatriz onde Ildon Marques que disputava a reeleição amargou uma contundente derrota para Sebastião Madeira. Este teve mais de 50% dos votos contra 33,11% de Ildon. Foi uma das poucas derrotas de um candidato disputando reeleição no Brasil. Foi fulminado pelo apoio do grupo Sarney e pelas enormes qualidades de Sebastião Madeira.
Castelo e Flavio são do mesmo grupo político que esteve junto derrotando Roseana Sarney em 2006. Não adiantam as estripulias do senador José Sarney tentando colocar para a crédula imprensa nacional que está no jogo político de São Luis. O grupo Sarney acertou em reunião que vai constranger Flavio Dino aderindo em massa à sua candidatura. Esperem para ver. Mas isso não muda o Flavio que não tem nenhuma semelhança nem nunca na vida usou os métodos do grupo Sarney. Querem convencer a platéia de que estão elegendo Flávio Dino. Aqui não cola essa pegadinha.
Qualquer um dos dois, Castelo ou Flávio Dino, tem amplas condições de vencer e fazer um bom governo. E contará com o apoio do governador Jackson Lago.
Os partidos que formaram a Frente de Libertação em 2006 elegeram 121 prefeitos. E são mais 23 prefeitos que estão abrigados em outras siglas, mas que estão juntos conosco. Portanto são 144 municípios que apóiam o governo do estado. Ou seja, 2/3 do total. Eles fizeram 1/3.
Resultado muito bom.
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