Blog do Josias - Folha: Há cinco dias, João Carlos Zoghbi, ex-diretor de RH do Senado, reuniu-se em segredo com Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
Vem a ser um dos mais celebrados advogados criminalistas de Brasília. Deve sua fama à habilidade com que livra os clientes de encrencas com a lei.
Zoghbi acertou-se com Kakay. Contratou-o não para a defesa no Senado, onde arrosta duas sindicâncias e um inquérito da Polícia Legislativa.
Recorreu ao advogado depois de receber a informação de que o Ministério Público decidira esquadrinhar os atos que praticara como diretor do Senado.
A Procuradoria vai apurar a suspeita de que Zoghbi usou uma ex-babá como “laranja”, para faturar milhões no filão dos empréstimos consignados do Senado.
Vai investigar também as acusações feitas por Zoghbi e pela mulher dele, Denise, contra Agaciel Maia, o ex-diretor-geral do Senado.
Segundo o casal Zoghbi, Agaciel enriqueceu graças à corrupção. Teria comandado um esquema de desvios nos contratos do Senado com fornecedores de mão-de-obra.
O Ministério Público entra no caso a contragosto de José Sarney (PMDB-AP), que tentatava circunscrever as investigações ao âmbito do Senado.
Na semana passada, quando as estripulias atribuídas a Zoghbi ganharam as manchetes, Sarney determinara a abertura de duas sindicâncias internas.
Como parecesse pouco, encomendara também a abertura de um inquérito no âmbito da Polícia Legislativa do Senado.
Alguns senadores chiaram. Tasso Jereissati (PSDB-CE) instou Sarney a acionar o Ministério Público.
Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que a participação da Polícia Federal seria inevitável. Sarney fez ouvidos moucos.
No último sábado (2), alcançado pelo blog em Londres, o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) explicou as razões da aversão ao MP e à PF:
“Alguns senadores estão pedindo isso, mas é uma bobagem. Há dois anos a Polícia Federal invadiu o Senado para descobrir irregularidades praticadas pelo Agaciel...”
“...Não apuraram nada. Se tivesse apurado naquela época já teriam encaminhado ao Ministério Público. Mas não levantaram nada de concreto”.
Heráclito acrescentou: “Não fica bem para o Senado recorrer à Polícia Federal, que vive grampeando as pessoas, inclusive os senadores...”
“...Um pedido nosso serviria apenas para que a Polícia Federal se instalasse no Senado. Há outras maneiras de agir. O Senado tem como investigar”.
A pergunta que percorre os corredores do Senado é a seguinte: a investigação do Ministério Público vai chegar aos senadores?
Na conversa que manteve com João Carlos Zoghbi, o criminalista Kakay deixou claro: não advogaria para o ex-diretor se houvesse relação dele com senadores.
Dos 81 senadores, 16 são clientes de Kakay. O advogado é amigo íntimo de Sarney. Daí a preocupação.
Zoghbi lhe assegurou que nada tinha a dizer contra nenhum senador. Tampouco teria acusações a fazer contra Agaciel Maia.
Dali a 48 horas, a revista Época levaria à web as acusações de Zoghbi e da mulher dele contra Agaciel.
Eram trechos de uma entrevista que o casal concedera na semana anterior. Não se limitaram a maldizer Agaciel.
Enfiaram no rolo dois antecessores de Heráclito na primeira-secretaria: os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Efraim Morais (DEM-PB).
Kakay não gostou. “A entrevista criou mal estar. Já tem gente falando em interpelá-lo criminalmente. Para alguém que está sendo investigado, é ruim”.
O advogado acha que os Zoghbi injetaram complicação num caso que lhe parecera “simples”. Nesta semana, Kakay terá novo encontro com seu cliente.
Escrito por Josias de Souza
Comentário do Blog: Sarney está muito preocupado com o rumo que as coisas estão tomando no Senado. Não queria de jeito nenhum que o Ministério Público investigasse o Senado, pois perderia o controle absoluto do processo - que precisa ter para evitar que as coisas sejam para valer. A solução que havia autorizado era a tal Polícia do Senado fazer as investigações, tudo dentro dos conformes, sob sua orientação. Agora, com a entrada do Ministério Público, ele já colocou em cena o seu amigo Kakay, renomado advogado criminalista, seu amigo do peito, sócio em empreendimentos imobiliarios, para defender Zoghbi, com receio deste último falar demais. A primeira ação do advogado foi impor a condição de que seu cliente não falaria do envolvimento de senadores. Era o que queria Sarney.
2 comentários:
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Equipe do Blog do ALMIR BRUNO
Caro Sr. José Reinaldo,
Ne eleição para Reitor da UEMA a sua irmã, Professora Ana Sílvia Tavares, bancou o nome do Professor Gustavo Pereira da Costa para Vice Reitor. Varias vezes o Sr. foi avisado , seja pelo seu Chefe da Casa Civil Lourenco Vieira da Silva e pelo Deputado Pavao Filho das ligacoes do Professor Gustavo com a familia Sarney e com o Deputado Cesar Pires. Agora e so o Sr. e a Professora Ana Silvia olharem a conduta dos dois depois que a Governadora Roseana assumiu e os elogios que foram colocados na pagina da UEMA pelo magnifico apos a posse do Deputado na Secretaria de Educacao.
Desculpe-me pelo desabafo, mas atraves do seu blog foi a forma que encontrei para chamar a sua atencao para que o Sr. nao mais se deixe enganar.
Atenciosamente,
Ana Lucia
guaimbes@hotmail.com
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