segunda-feira, 15 de junho de 2009

Templos da Corrupção

Em julho de 2007, um relatório do Bird (Banco Mundial) mostrou que o nível de corrupção no Brasil era o maior em 10 anos. Mas os relatores não podiam prever que José Sarney seria o presidente do Senado em 2009 e muito menos o “sequestro” do Congresso Nacional, considerado o templo da democracia, por homens como Renan Calheiros, o próprio Sarney, Valdemar Costa Neto, Roberto Jefferson, entre outros. Não tinham idéia do que poderia acontecer no Brasil nos anos de 2008 e 2009. E certamente suas aferições não incluíram o triste Brasil dos atos secretos e dos parentes ocultos.

Segundo Daniel Kaufmann, do Bird, dizendo o que todo mundo já sabe, o ônus da corrupção recai, de maneira desproporcional, sobre o 1 bilhão de pessoas que vivem em extrema pobreza. A mesma extrema pobreza dos maranhenses que ora são obrigados a engolir a volta do regime sarneysista ao poder. Um regime que privilegia todos os pecados públicos para que a máfia em torno da famiglia se aproprie dos patrimônios físico e financeiro do estado.

Alguns homens, como Mahatma Gandhi e Martin Luther King, são considerados templos de virtudes. Outros, como os supracitados, são exemplos crassos de templos da corrupção encarnados, o que explica a degenerescência da atividade política no país.

Santo Agostinho, há 1.500 anos, descrevia os corruptos como homens capazes de se apropriar de lugares, apossarem-se de cidades e subjugar populações. Ele também não podia prever a existência do Maranhão, onde uma única família se apropriou do Convento das Mercês, um patrimônio público, tomou de assalto o Palácio dos Leões, ocupou a Ilha de Curupu, comprou um castelo em Portugal e subjugou uma população a ponto de subtrair-lhe o direito ao voto.
Os templos da corrupção, em sentido estrito ou figurado, estão descritos em diversas passagens da Bíblia, provocando a revolta dos justos inconformados com a impunidade dos que tomam posse do que pertence ao povo e, por conseguinte, a Deus.

O esperneamento quase hidrófobo dos escribas de Sarney contra os verdadeiros democratas e a reação psicótica dos doutores da lei, também em Brasília, contra a ausência de Sarney no poder, no Maranhão, só reforçam a idéia de que há gente demais se alimentando das migalhas que sobram das atividades ilegais nos templos da corrupção.

Não há, entretanto, como evitar a revolta dos justos e cedo ou tarde os vendilhões dos templos (os sagrados templos da democracia, da integridade e da liberdade) haverão de ser expulsos deste estado e deste país.

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