O quadro anterior não podia ser melhor
para o grupo Sarney. A oposição se dividia não só para a eleição municipal na
capital, onde o grupo Sarney é livre atirador, mas principalmente para a
eleição estadual de 2014, onde é protagonista. Estavam no melhor dos mundos,
pois nessa configuração repetia-se toda uma história de desunião das oposições
que permitiram à oligarquia manter o
estado sob controle durante tanto tempo.
Nesse modelo, o maior prejudicado seria
Flávio Dino em 2014, pois teria reduzida em muito a estrutura política que é
absolutamente necessária para o êxito nas eleições. Isto permitiria ao grupo
Sarney tentar colocar lá um seguidor para grande prejuízo da população e o que
precisa acabar
poderia assim ter mais
alguns anos de continuidade.
O simples chamamento à racionalidade política
ocorrido na semana que passou abalou em muito o sarneysismo. De uma hora para
outra eles tontearam a um ponto em que o próprio senador, chefe absoluto do clã,
produziu um artigo em seu jornal que não deixa dúvidas sobre quem é a oposição
no Maranhão, a oposição que ele considera capaz de abalar os alicerces já
combalidos da oligarquia.
Castelo é o alvo do artigo e, sem falar
no meu nome - assim sempre faz com quem odeia – chama-me de prefeito segundo e
o ato que me levou a assumir a Secretaria de Governo de “politicalha”.
Sentiu de verdade!
Ao atacar João Castelo, Sarney revela
toda a incoerência de seu artigo, pois primeiro pretende culpar o prefeito por uma greve que é quase nacional, como se
pode ver nos jornais nacionais e que aqui também vai encontrar com muita
brevidade uma solução. Diz ele que, em lugar da “politicalha”, os interesses da
população deveriam ser colocados acima dessa postura odienta e que é preciso
não falar de oposição e governo e que é preciso mudar essa visão anacrônica e
atrasada de utilizar a política para esquecer os problemas do povo, no caso, da
cidade, e vai por aí...
O senador está falando mesmo de São Luís
e do Maranhão? Quem é que quer impedir Castelo de trabalhar? Quem é que quer
tomar incansavelmente os recursos financeiros da prefeitura que Jackson Lago,
ainda como governador - antes de ser tirado do cargo através do que o ex-
ministro Resek chamou de “golpe de estado jurídico” - conveniou com Castelo,
recursos esses destinados aos trevos viários e avenidas que impediriam os
graves congestionamentos da cidade, que ele chama de caos?
Hoje, senador, se o governo do estado
comandado por sua filha não tivesse impedido o uso do recurso e obrigado o prefeito a devolver o dinheiro, como está sendo feito através de
parcelas de 2 milhões de reais por mês, esse caos não existiria, pois as obras
estariam prontas.
É Castelo que não quer fazer ou é o
governo do estado que não deixa?
O mesmo poderia ser dito do prolongamento
da Av. Litorânea, do Hospital de Urgência e Emergência, do Corredor Urbano de
Transportes, da pavimentação de tantos bairros.
Se o senhor pensa assim, deveria ter uma
conversa séria com sua filha e com os secretários dela, seria um gesto e tanto mandar
que acabassem com essa tentativa odienta de impedir o prefeito de trabalhar.
Mas antes de falar na prefeitura, por que
não cobrar do governo do estado, aí sim, o caos que é o famigerado “melhor
governo” que Roseana está impondo ao Maranhão? Ou não significa caos não termos
aeroporto, que chegou a ser internacional no meu governo; não termos a rodovia
de acesso a capital duplicada, por inoperância e desleixo do governo estadual; assistirmos
à transformação de São Luís na quinta capital mais violenta do país (há pouco
tempo era a penúltima menos violenta), ao incremento da pistolagem e ao
agravamento da situação no campo, com o aumento de crimes contra lavradores e
líderes rurais conforme denuncia a CPT?
E ainda, não significa caos não termos
aula em grande parte dos municípios do estado, com escolas de ensino médio
sendo fechadas todo dia; termos a Biblioteca Pública fechada desde que Roseana
Sarney tomou posse há alguns anos; estarmos sem Escola de Música; vivenciarmos
a falta cotidiana de água na cidade, com o sistema Italuís desmanchando, e
passarmos a receber água certamente contaminada em carros-pipa, como no sertão
árido nordestino; suportarmos os hospitais fechados em eternas reformas e a
agressão contra os servidores do estado ao tomarem deles o hospital feito com
recursos do FEPA e inteiramente custeado pelas contribuições deles; sofremos as
praias poluídas em sua totalidade por causa da paralização das obras de
esgotamento sanitário e estações de tratamento de esgoto; vermos os indicadores
sociais despencando cada vez mais? Este é o não é o verdadeiro caos?
Será que essa regressão ao passado não
causa prejuízos brutais à população e aos empresários? Ou essa não é a
realidade que todos conhecem?
Enfim, o senador José Sarney nos mostra
claramente o caminho a seguir. Se não estivéssemos certos, ele ficaria
tranquilo e não se abalaria a atacar o prefeito.
Pensem nisso!
3 comentários:
execelente artigo, nota dez.
Vá em frente, pura verdade esse seu artigo.
Parabems Dr. ZE REINALDO pela vontade a qual vc dedica-se ao povo do maranhao, muita das vezes indo ao sacrificio para ver este estado livre dessa opreçao e perseguiçao, nao deixando que este estado respire o ar do desenvolvimento. lembre-se NOS ESTAMOS DO SEU LADO!
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