A desastrada condução da administração do sistema de água
em São Luís por sucessivos governos de Roseana Sarney acabou por agravar de tal
maneira a situação que hoje a Caema não tem água para entregar à população. O
que acontece é uma tragédia. Essa situação que a companhia tenta disfarçar de
todas as maneiras, inclusive com carros-pipa, foi toda causada pela governadora
Roseana Sarney, principalmente em seu segundo governo, tudo consequência de uma
licitação, ao seu estilo, que o TCU teve que impedir e acabou por proibir
durante muitos anos que o orçamento da união tivesse recursos para essa obra.
Fato que perdurou até há pouco tempo. Isso levou o sistema Italuis, construído
pelo governador João Castelo nos anos 80, à falência estrutural e hoje precisa
urgentemente de substituição e ampliação.
Mas não foi só isso. A péssima administração do
sistema pela Caema resultou em 24 “sangramentos”, ou seja, ligações ilegais
diretas na adutora - até para posto de gasolina na BR - o que jamais poderia ser feito, pois a consequência
disso é a perda de pressão do sistema e assim as bombas não podem mais bombear
o mesmo volume de agua para São Luís. O resultado disso é que dos 3 metros cúbicos
por segundo de água que eram fornecidos a São Luís, somente chegam aqui 1,4.
Menos da metade.
Com efeito, a cidade mais do que dobrou a sua população
dos anos 80 para cá e a água que chega é menos da metade do que era entregue. Dessa
forma, não existe milagre que possa resolver a questão de forma rápida, nem que
tragam todos os carros-pipa que puderem trazer para cá.
É um desastre total e completo com efeitos diretos na
saúde da população.
E qual seria a solução? Seria um trabalho coordenado
por verdadeiros profissionais do setor, que entendam do assunto e do que está
acontecendo.
Não adianta apenas consertar a atual adutora. É
preciso primeiramente construir a duplicação, a fim de que seja aumentada a
quantidade de água em São Luís e proibir sangramentos. E então consertar a
antiga tubulação, mudando os canos de grande parte dela.
Mas nem Roseana e nem o seu governo fez o projeto da
nova adutora e sem projeto não tem obra e tampouco financiamento para executá-la.
Só o prestígio político do seu pai não resolve o problema.
De quanto mesmo estamos falando, em termos de investimento?
Estamos tratando aqui de nova adutora, de nova distribuição, nova instalação elétrica,
novas casas de bomba, etc. Cada tubo tem 7 metros de comprimento e cada um
deles custa R$ 28 mil na fábrica. Como são 70 quilômetros de comprimento, isto
equivale a cerca de 11 mil tubos necessários ao todo por exigências técnicas do
projeto. Os 11 mil tubos a R$ 28 mil cada um custam 308 milhões de reais, mais
o transporte e a colocação e a mão-de-obra, ascendem a valores em torno de 500
milhões de reais. Ao todo, com obras complementares, chega tudo em torno de 800
milhões de reais. Agora, some-se a isso o conserto da atual adutora - que é
absolutamente necessário – então chegamos facilmente a valores acima de 1 bilhão de reais. De onde tirar?
A presidente Dilma colocou 20 bilhões de reais para
emprestar a juros camaradas aos governadores - no meu governo nunca teve essa
possibilidade! Se Roseana pensasse com um pouco mais de seriedade na população,
ela direcionaria a parte que cabe ao Maranhão para resolver o problema da água
de São Luís, mas, para isso, teria que entregar a execução das obras a
engenheiros experientes e sérios. Sugiro que Pedro Fernandes, por exemplo,
fosse designado presidente dessa comissão de notáveis. Tenho certeza que assim
encontraríamos a solução urgente que precisamos. De outra maneira é ‘chover no
molhado’.
Depois venham dizer que não estou ajudando... Pena que
ela vai usar o dinheiro só em asfalto e estradas vicinais. É assim que ela faz
sempre.
Enquanto isso, Castelo inaugurou sexta-feira a nova Avenida
Mário Andreazza. É a melhor e mais bem construída Avenida de São Luís, muito
moderna com visual bonito e calçadas perfeitas. O nome da avenida é uma justa
homenagem ao ministro, já falecido, que fez muito pelo Maranhão. A rodovia São Luís – Teresina, a primeira asfaltada
no estado, foi feita graças ao ministro, assim como a BR-226, a Belém-Brasília
e a BR-230. Sem ele, não teríamos o porto do Itaqui, dificílimo de executar com
a tecnologia daquele tempo. Sem ele não existiriam a Cidade Operária e tantos
conjuntos habitacionais construídos no governo Castelo. Nem haveria o Promorar,
que tirou muitas palafitas em São Luís, nem as barragens dos Rios Pericumã e Flores,
entre tantas outras obras menores. Portanto a homenagem é muito merecida a esse
benfeitor do Maranhão. Seu filho Mariozinho Andreazza e esposa estiveram na
solenidade representando o pai.
E para terminar, ainda não consegui entender quais os
benefícios para Flávio Dino, obtidos com a sua interferência na eleição de prefeito
deste ano, em relação a sua candidatura em 2014 para governador. Acho que eles
estão vendo alguma coisa que não consigo vislumbrar.
Só vi três candidatos zangados com a decisão que os
excluiu do apoio de Dino e a semente da desunião que prejudica a oposição na
eleição de governador daqui a dois anos. Parece-me muito com a repetição de um
passado de desunião que permitiu ao clã Sarney ter o domínio do estado por
tanto tempo.
Lobão, fazendo cara de paisagem, assiste animado, de
longe, o imbróglio. Definitivamente não vai se meter. Sarney, o semeador
contumaz da discórdia na oposição, parece satisfeito com o que acontece. Só eu
não estou entendendo nada e não foi por falta de aviso.
Fico preocupado, pois eu faço parte do grupo dos que
almejam a vitória de Flávio Dino em 2014 e sei que ele tem tudo para ganhar,
mas esses erros só fazem dificultar a vitória.
Se havia dúvidas em alguém, já não há mais. No último
domingo, um secretário do governo de Roseana Sarney publicou artigo virulento
em que me ataca, porque aconselhei Flávio Dino a não participar da campanha de
São Luís deste ano, pois isso dividiria a oposição. Ele não procurou contestar
com argumentos o que tenho colocado. Apenas diz que Flávio, como líder, não
pode ser covarde e tem que vir reafirmar sua liderança. Como ele não é eleitor
de Flávio, nem consta que ele está abandonando o governo de Roseana, seu artigo
apenas nos dá a certeza de que estou certo e que o que digo não é bom para o
candidato do governo em 2014.
Enquanto isso, Lobão...
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