Tomando emprestado o termo “politicalha”
do chefão do Clã Sarney, nada é mais apropriado para caracterizar o lançamento
apoteótico da refinaria Premium, “a maior do mundo”, durante a campanha para
eleição de governador em 2010 aqui no Maranhão. O evento ajudou sobremaneira a reeleição
de Roseana Sarney para o governo e do ministro das Minas e Energia Edson Lobão
ao senado, a tal ponto que Roseana conseguiu ter perto de 43 por cento dos
votos em São Luís, fato que a ajudou muito a vencer o pleito, embora ela tenha
usado de tudo nessa campanha, inclusive uso ilegal de dinheiro público. Para
termos ideia, ela nunca tinha passado aqui de 33 por cento.
Eu nunca acreditei na lorota
e fui muito criticado pela oligarquia por isso, pois quando o presidente da
Petrobras à época, Sergio Gabrielle, em depoimento na Câmara dos Deputados, ao
ser inquirido pelo deputado Carlos Brandão sobre a refinaria, se tinha projetos
e recursos e também sobre cronograma da obra, inicialmente desconversou, mas
depois informou que o foco da empresa era a extração de petróleo e que
refinarias não tinham prioridade no momento. Falou ainda que os projetos de qualquer
refinaria levam de 4 a 5 anos para serem executados. Dias depois, acompanhando
comitiva presidencial até o município de Bacabeira, no local destinado a
refinaria e na presença de Sarney, Roseana, Lobão e de todo o grupo, ele lançava
uma refinaria que na verdade nunca entrou nas prioridades da empresa.
Daí para frente, foi penoso
manter a “chama” da refinaria acesa por Roseana e equipe. Deu-se então grande
publicidade a atos banais, tentando passar a ideia de que estavam trabalhando.
Depois a Petrobras começou a cortar os recursos para o refino, sempre com a
informação de que a do Maranhão estava fora dos cortes. Até que a atual
presidente declarou que as refinarias seriam reavaliadas – e não adiadas - exceto
a de Pernambuco e uma parte da Comperj no Rio de Janeiro. Finalmente a verdade.
Infelizmente, isso nos mostra
que a refinaria era apenas - e não mais que isso - um projeto eleitoreiro conseguido
pela oligarquia para eleger Roseana, que estava muito desgastada. Brincou-se
com o nosso estado e suas expectativas de crescimento e acabaram as promessas
de 400 mil empregos da empresa desse Maranhão que estava exultante de
progresso. Roseana nunca mais falou nada do assunto e tampouco reagiu sobre a
notícia. Dá a impressão de que ela sempre soube que aquilo não era para valer.
O governador do Ceará botou a boca no mundo, mas Roseana Sarney, como tudo que
acontece aqui acerca de obras paralisadas do governo federal, não diz nada. A
parceria parece ser apenas política.
Agora é colocar a viola no
saco e trabalhar. É investir urgente em educação de qualidade, única opção de
nos tirar do buraco em que estamos. Entretanto, para um governo que trata a
educação a pontapés, é quase impossível. Basta ver a semelhança entre a situação
vivida pelo técnico Joel do Flamengo e a secretaria de educação do estado,
ambos publicamente demitidos, mas ainda nos cargos porque seus patrões estão
muito ocupados com outras coisas. Lastimável!
Para concluir, foi deplorável
a ação dos “novos na política” na amalucada intervenção na convenção do PSB,
ocorrida recentemente em São Luís. Ao que parece, tudo leva a crer ter sido uma
combinação entre o presidente da convenção municipal do PSB e os “novos” para
impedir a votação por meio da qual se decidiria o posicionamento que o partido teria acerca de duas chapas: uma
pró-Castelo e a outra pró-Edivaldo, com Roberto Rocha de vice. No episódio,
viu-se de tudo. Impediram que o partido tivesse o numero mínimo de credenciados
para iniciar a votação. Impediram ainda que o partido decidisse
democraticamente, pelo voto de seus filiados, qual o rumo a seguir. Como fizeram
isso?
A convenção foi marcada para as 9 horas da
manhã, mas Roberto Rocha, que a presidia, permitiu, depois de muito tumulto e
protestos, que o credenciamento dos filiados para votar só começasse à tarde,
em um atraso aparentemente sem explicações, mas deliberado dentro de um plano
seguido à risca. Logo depois, começaram a chegar dezenas de ônibus repletos de
pessoas vindos da convenção de Edivaldo, todos com a ficha amarelinha de filiação
do PSB nas mãos e começaram a invadir o local de credenciamento do PSB. Aquilo
chamou a atenção, pois o verdadeiro filiado não anda com a ficha na mão, já que
seu nome faz parte das listas de filiados do partido. Ademais, para votar é
obrigatório que a filiação tenha prazo maior do que 60 dias para evitar fraudes
de última hora. Um policial que trabalha comigo viu uma porção de amigos seus,
moradores de seu bairro, chegando para votar e, ao perguntar se eram do PSB, eles
lhe disseram: “Estávamos recrutados para a convenção do PTC e aí nos pediram para
vir para cá após assinarmos essa ficha para votar num tal de Fernando”. O
policial perguntou: “Não seria Roberto Rocha?” E recebeu a resposta: “É esse
mesmo”. Pediram que fôssemos para o credenciamento e que haveria uma pessoa para
dizer o que devíamos fazer. Depois disso, voltaríamos para a convenção do Edivaldo”.
E perguntou por fim o que ganharam para fazer aquilo e a resposta foi: “Alguns,
como eu, combustível e outros, uma ajuda”.
Essas pessoas, eram centenas,
ocuparam a fila do credenciamento e não deixaram que os verdadeiros filiados,
aptos a votar, se credenciassem, até que, cansados e enfadados, foram para
casa. Com efeito, os “novos”, os renovadores da política maranhense, impediram
e interferiram violentamente para que o partido, que sempre foi aliado,
escolhesse democraticamente no voto o seu rumo, achando que assim poderiam
decidir por uma decisão monocrática o rumo do partido. Esse voto seria do
presidente municipal do partido, que era vice da chapa de Edivaldo.
Esse tipo de violência e de
vale-tudo na política maranhense era prática de poder da oligarquia. Não fica
nada bem e traz prenúncios terríveis para o que pode vir por aí com tal tipo de
procedimento. Evitar a democracia é tudo que não precisamos e lutamos para
evitar na política do Maranhão.
Foi um péssimo começo dos “novos”,
inexplicável.
No mais, ouvir Washington dizer
que se junta a Roseana Sarney contra o atraso é piada de muito mau gosto...
4 comentários:
Realmente é verdade, a Refinaria foi mais uma armação para enrolar o ingênuo povo maranhense. Nas eleições para prefeito de São Luís, espero que João Castelo e Edvaldo Holanda Jr. se concentrem no objetivo comum de não deixar que Washington Sarney vá para o segundo turno.
Eu sempre falei aos meus amigos que essa refinaria era papo furado. E sempre fui colocado no descrédito. Essa droga de refinaria, ao meu ver, só serviu pra movimentar o mercado especulativo daqui de São Luís. De repente os imóveis daqui se tornaram um dos mais caros do Brasil. Triste realidade!
Padilha desmente governo Roseana
A imprensa miranteana inventou que o ministro da Saúde, Alexandre Não é só refinaria, vejam como continuam mentindo. Segundo eles o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, estaria ao lado do secretário Ricardo Murad inaugurando os Hospitais Gerais de Peritoró e Alto Alegre do Maranhão, que ocorreriam, respectivamente, ontem (3) e hoje (4). No twitter, Padilha negou peremptoriamente com um ‘Não’ que estaria no Maranhão. Só invenção mesmo. Tanto é que as duas inaugurações foram adiadas.
Governo de puríssima ficção que nem chega a ser científica é sim, ficção exotérica.
O eleitor do interior do maranhão deu uma resposta nas urnas para esse governo de faz de conta. Pena que São Luís empobreceu culturalmente, e está aí um governo sem projetos na área da educação, saúde e segurança.
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