Sábado passado, mais uma entre várias notas publicadas especulava
sobre a inesperada viagem da presidente ao Maranhão, onde havia muito não
aparecia. Na seção Painel da Folha de São Paulo foi publicada uma nota,
transcrita na íntegra: “Primeira Classe - Além de afagar José Sarney com a
Presidência da República e de ter viajado para o Maranhão, comandado por
Roseana Sarney, Dilma convidou a governadora para integrar sua comitiva na incursão
europeia a partir de amanhã”. O jornal O Estado de São Paulo, de mesma data,
mostra que a presidente manobrou para que Sarney, quarto na ordem hierárquica
para ocupar a Presidência da República, exercesse a presidência por dois dias
com a viagem do vice-presidente e do presidente da Câmara para o exterior na
mesma época da viagem da presidente ao exterior.
Essa Presidência interina seria uma “homenagem” de Dilma ao aliado. A
matéria também se refere à viagem da presidente ao Maranhão, quando destacou a
parceria do Planalto com o Estado e tratou Sarney como uma das “mais destacadas
personalidades” maranhenses. Assessores do Planalto, no entanto, negam que a
composição seria uma tentativa de fazer um agrado ao senador no momento em que
ele poderá ser instado a colocar a derrubada do veto presidencial ao projeto
dos royalties do petróleo, conclui o jornal.
Seria a questão do veto, que,
se derrubado pelo Congresso Nacional, configuraria uma grande derrota da
presidente, que seria desautorizada pelos congressistas, o motivo da visita?
Essa especulação domina a imprensa nacional, já que o presidente do Senado é
maranhense e, em tese, parte interessada na votação, pois o veto presidencial
ao projeto dos royalties do petróleo, que beneficiou os estados do Rio de
Janeiro e Espirito Santo com apoio de São Paulo, prejudicou todos os demais.
O senador altamente paparicado pela presidente na verdade encontra-se
em um momento decisivo de sua biografia de politico maranhense. O estado
precisa dos recursos dos royalties do petróleo, o que mobiliza todos os
governadores do nordeste e do Brasil, com exceção dos três já citados. Tendo a
faca e o queijo nas mãos, ficará com o Maranhão ou com a gratidão da
Presidente? Vamos acompanhar.
Com efeito, a imprensa sulista explica a intempestiva viagem da
Presidente, rápida e sem objetivo definido, sem tratar de nenhum dos grandes
problemas do estado, que continuam sem solução e cada vez mais expostos ao
país.
O senador José Sarney novamente escreve sobre um Maranhão que poderá
ser da maneira que ele descreve, mas necessariamente a partir de 2014, com uma
possível derrota de seu grupo politico na eleição para o governo do estado.
Hoje está muito longe disso... É de um ufanismo delirante o artigo, a ponto de
achar que está tudo maravilhoso e que só alguns maus maranhenses se recusam a
não ver o grande progresso e vivem tentando convencer o país que o Maranhão é
um estado pobre. Chega a dizer que o estado teve um crescimento do PIB maior
que todo mundo, mas não explica porque estávamos em 16o. lugar e
agora com todo esse crescimento, ficamos em 17o. lugar, como ele
mesmo coloca no seu artigo.
O mais interessante é que eles fazem uma administração caótica e que
os institutos federais de pesquisa mostram que somos os últimos na educação,
temos a menor renda per capita do país, a nossa capital é a quinta capital
brasileira mais violenta, vivemos em eterno racionamento de água, a entrada e
saída da ilha é um congestionamento só, perdemos o aeroporto internacional que
já tivemos, nossas praias estão todas poluídas, nosso IDH é o pior do país e nós,
que lutamos para mudar, é que
prejudicamos o estado por não nos conformarmos com a pobreza e o
abandono do estado.
A Fundação Getúlio Vargas publicou semana passada um indicador que
mede o desenvolvimento social dos estados, levando em consideração educação,
saúde, segurança, que coloca em primeiro do país o DF e o estado de São Paulo e
adivinha quem em último? O Maranhão. Atrás de todos os outros. E o governo
publicou o SIS (Síntese dos Indicadores Sociais), mostrando que a população brasileira
estava em 2011 vulnerável segundo critérios sociais e/ou de renda, mas esse
percentual tem fortes variações regionais: chega a 40 por cento no Norte e 40,1
por cento no Nordeste, mas não passa de 11,3 por cento no Sul. O estado
recordista negativamente é o Maranhão com, 53 por cento.
O senador não consegue ver defeitos no governo da filha, entretanto, vê
muitos defeitos em quem ousa discutir esses assuntos. Se não conhecermos a
realidade ou tentarmos escondê-la, como quer o senador, jamais poderemos
melhorar.
Pelo contrário, só o estudo criterioso da nossa realidade e dos
programas necessários para resolver os nossos problemas nos levará a superar
esse quadro terrível de pobreza e desigualdade.
Do governo nada poderá vir de bom, pois, embora os diversos
indicadores sejam indiscutíveis, eles não querem reconhecer a terrível situação
em que vive a nossa população. Para eles está perfeito e deve ficar como está.
Nada de mudar.
Fica mais que evidente que só a oposição poderá mudar o Maranhão e
isso poderá vir já em 2014, com a vitória da oposição e mudança desse estado de
coisas.
O Maranhão merece mais, muito mais.
2 comentários:
valeu Zé reinaldo fique de olho, por nós. A oposição precisa se fortalecer.
Parabéns Reinaldo, pelo menos vc tem coragem de cidadãao e nao de povo, para esclarecer pontos importantes (saude, educação e seguranca) que jogam nosso Estado na lama na atualidade.
Parabéns.
Ismael
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