A oligarquia sempre se aproveitou da divisão da oposição após
a eleição municipal de São Luís. Sempre partiu da certeza de que a oposição
sairia dividida da eleição e esse fato facilitaria a vitória, dois anos depois,
para o governo do estado. Sim, pois a capital do Maranhão é historicamente o local
de maior consciência política do estado, até por isso se tornou reduto cativo
da oposição, que nunca perdeu ali uma eleição para prefeito.
Com efeito, é natural que vários líderes oposicionistas
disputem a eleição uns contra os outros e campanha eleitoral deixa sempre
sequelas que levam anos para serem esquecidas.
O grupo Sarney sempre se aproveitou desse fato. Prepararam-se
para tirar a maior vantagem possível. Dão primeira página para quem se dispuser
a atacar outros membros da oposição. E muitos caem nessa com facilidade. Não
conseguem resistir a trinta segundos de fama. Na verdade à mídia oligárquica só
interessa noticiar aqueles que partem para a briga no seio da oposição. E
adoram noticiar a resposta, quanto mais agressiva melhor, porque assim fica
mais difícil consertar e unir depois. Eles não conseguem dar uma boa imagem
para o grupo a quem obedecem, tarefa hercúlea para qualquer um – convenhamos – e
se especializaram em criar intrigas, sempre no meio oposicionista, naturalmente.
Nada pode ser melhor para eles. A oposição destrói seus laços
e esquecem o combate real que precisa ser feito, que é denunciar o governo
terrivelmente ruim de Roseana Sarney. Não se fala da falta de água diária em
São Luís que penaliza a todos e nos remete ao início do século passado. Não se
fala no esgoto caindo direto em nossas praias, poluindo-as a ponto de tornar
perigosas para a saúde as ações de quem se aventura nelas. Ninguém fala dos
níveis medíocres da educação pública do estado, causa maior da pobreza da nossa
população, ou seja, 44,6 por cento da dos maranhenses vivendo na pobreza
extrema. Ninguém denuncia o endividamento criminoso do estado para obras sem
sentido e sem proveito para o nosso desenvolvimento.
E assim conseguem dupla vantagem. Ficam esquecidos e sem
cobrança pelos mal feitos e ao mesmo tempo lançam a oposição numa guerra
fraticida. Só têm a ganhar com esse quadro. E a oposição só tem a perder ao
aceitar esse jogo.
O candidato mais forte da oposição, Flávio Dino, precisa de
tempo para os programas eleitorais e para acomodar candidatos dos partidos que
coligarem com o seu para dar-lhe consistência política e eleitoral. Mas, mesmo
assim, agride-se Castelo sem se prestar atenção que Roseana já cooptou o
prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Se continuarem a politizar as
críticas a ele, como estamos vendo com grande cobertura dos meios de
comunicação sarneysistas, perderemos na oposição não só Castelo, mais Neto
Evangelista e o deputado Carlos Brandão, que não terá forças para levar o PSDB
para apoiar o candidato da oposição ao governo. Sem o PSDB, o tempo do
candidato será muito pequeno e levará enorme desvantagem para enfrentar o
candidato da oligarquia em uma eleição, sob todos os aspectos, será muito
difícil. Ademais, onde acomodar os candidatos a deputado estadual e federal?
Castelo tem condições de se defender do que o acusam. Deixem
os órgãos próprios o acusarem, mas não politizem o assunto, porque haverá
consequências ruins para a oposição. O senador Sarney está de olho grande no
PSDB, pois sabe o que isto significa para 2014.
E esse não é o único problema para a oposição, pois com a
criação do partido de Marina Silva, ela
será candidata a presidente e aqui precisará de um candidato a governador para
lhe dar o palanque de que tanto precisa. Não resta nenhuma dúvida de que
Eliziane Gama, que tem afinidades com Marina, será candidata ao governo do
estado, desfalcando a oposição maranhense.
Por enquanto, o grupo Sarney tem aproveitado muito melhor o
atual momento.
Mas a eleição não será agora e a oposição precisa se entender
melhor, conversar muito e evitar a briga interna.
Será um árduo trabalho. Mas vale à pena, pois instalar a
democracia no estado é um motivo nobre o suficiente e isso só será possível
vencendo em 2014.
Para finalizar, soube que o governo do estado vai ter muito
trabalho para botar a mão no bilhão de reais do BNDES. Como não pagam os
precatórios, não preenchem as condições fiscais para receber o dinheiro...
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