Chega a beirar a ingenuidade esperar parcerias por parte da
governadora Roseana Sarney. É como acreditar em Papai Noel. Esse jogo ela faz
muito bem, sempre fez. No fundo, ela joga fazendo promessas que jamais passarão disso. E só ela ganha, pois,
dominando os meios de comunicação do estado e com uma filosofia totalitária que
está na base do poder da oligarquia, ela divulga a versão que é melhor para ela,
cuja preferida é a de “governadora parceira”.
A única maneira de jogar esse jogo e não perder muito é levar qualquer
solicitação por escrito e divulgar cópia do pedido na imprensa. Isso a obriga a
responder e mostrar suas verdadeiras intenções.
Foi o que ficou comprovado com o pedido objetivo do prefeito Edivaldo
Holanda para parceria no Socorrão. Ela teve que responder que toparia administrar o hospital, desde que a
prefeitura lhe repassasse os recursos. Setenta e sete milhões de reais. Uma
parceria e tanto!
Fez muito bem o secretário Marcio Jerry, que imediatamente detonou a empreitada.
Roseana nunca fez parcerias. O que ela faz no governo é cooptação. Nunca fará
uma parceria sem imediato interesse de cooptação política.
Imaginem então no caso de São Luís em que o prefeito é parceiro
político leal do atual maior adversário político do clã, Flávio Dino. Ela só
cobriria Holanda de benesses se este prometesse a ela - e disso desse provas - que trocaria Flávio pela oligarquia. Então viraria
herói no estado, pois tudo o que fizesse seria descrito pelo sistema Mirante de
comunicações como uma gestão municipal maravilhosa. Como isso não acontecerá, o
tratamento será igual ao que dedicaram a mim e ao Jackson Lago. Não há meio
termo. Na hora em que ela se convencer de que Holanda não será cooptado,
entrará em campo a artilharia pesada. Não adianta sonhar. O Maranhão só será
democrático com a vitória da oposição unida em 2014.
Isto posto, passemos ao endividamento criminoso que Roseana Sarney
submete o estado. Nenhuma dúvida resta sobre o assunto. O primeiro bilhão que
pegou, também antes da eleição de governo, ninguém sabe onde foi aplicado.
Total mistério. O que se sabe com certeza é que mais uma vez ela deixa para a
população pagar a farra feita com dinheiro público.
Esse poderá ser diferente?
Nunca! Podemos dizer sem risco de errar, pois ninguém sabe onde será
empregada essa montanha de dinheiro, mas com certeza não será para tratamento
de esgoto, que continuará a ser jogado sem tratamento nas praias e poluindo o
litoral da ilha. Tampouco será aplicado na solução do gravíssimo problema da
falta de água na capital, nem na educação - que é a pior do país, nem no apoio
a agricultura familiar, nem em programas destinados a aumentar a renda per
capita no estado - a menor do país - nem no combate a pobreza absoluta, que
sufoca 44,6 por cento da população, nem em nenhum programa social...
Certamente irá tudo para empreiteiros amigos. Sempre foi assim. Para
que mudar? - deve pensar ela, sem se importar com a pobreza e o atraso do
Maranhão.
Como será pago tudo isso? Não podemos saber, já que o governo não
esclarece nada.
Mesmo assim, os jornais da governadora noticiaram uma nova reunião com
secretários (desprovida de sentido), mas que, segundo veiculado, serviu
basicamente para que ela pedisse para ninguém gastar muito.
Como isso adiantasse para alguma coisa. Governos que tratam bem suas
finanças não precisam fazer reuniões como essa, pois são desprovidas de
sentido. Governos competentes não têm esse problema. Para isso precisam
elaborar orçamentos reais, com cada secretaria sabendo, sem quaisquer dúvidas,
o seu quinhão. Em seguida é só dividir o valor por doze avos, que serão depositados
mensalmente na conta de cada secretaria sem necessidade de solicitação.
O segredo que garante evitar compras desnecessárias é que o empenho só
é feito na secretaria de Planejamento, que só libera a autorização do gasto, se
a despesa for condizente com o programa aprovado.
Fácil e seguro. Desta forma era feito no meu governo pelo secretário
de Planejamento, Simão Cirineu.
Isso permitiu que eu saísse do governo sem dever ninguém.
O resto é falta do que fazer.
O resto é falta do que fazer.
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