3,8 POR CENTO!

No Maranhão de Roseana Sarney todos já sabem como o estado se tornou decadente e caminha para a inviabilidade social e econômica. Os números não mentem e, embora o grupo Sarney tenha montado e venha operando uma máquina de propaganda com a finalidade de evitar que a população conheça a gravidade dos fatos, não há como esconder. Esse número que serve de título ao artigo mostra o horror a que pode levar o desprezo pelo estado e pela sorte de seus jovens que são o futuro do estado.

No Maranhão 3,8 por cento é o número de alunos que estão preparados para acompanhar o ensino médio entre todos os que completam os oito anos do ensino fundamental no estado. Os outros 96,2 por cento, infelizmente, não estão preparados para acompanhar o ensino médio, tornando inexorável o desastre no futuro, pois sem ensino de qualidade, sem formação adequada para o trabalho, não poderemos ser produtivos e tampouco competitivos.

O dado é oficial, publicado pela Fundação Lemann, na edição do jornal Estado de São Paulo do dia 16 de abril e é um estudo resultante dos dados da Prova Brasil. Vejam o que foi dito:

“Na rede municipal do Amapá, por exemplo, apenas 2,4% dos alunos vão para o ensino médio com aprendizado adequado para enfrentar a nova etapa. Porcentual parecido com o apresentado por outros Estados com desempenho ruim, como Alagoas, com 3,6% dos estudantes com aprendizado adequado para a série e Maranhão, com 3,8%.”

"A não ser que considerássemos que os alunos dessas regiões podem aprender menos do que os de outras regiões – e, obviamente, eles não podem –, os números mostram que existe alguma coisa muito errada", afirmou o autor do estudo, o economista Ernesto Martins Faria, coordenador de projetos da Fundação Lemann.

 

Os resultados apontam que, ao fim do ensino fundamental, no nono ano os estudantes que moram em Alagoas, no Maranhão e no Amapá sabem menos português e matemática do que aqueles que estão terminando o quinto ano na rede pública de Estados como Minas Gerais, Distrito Federal e Santa Catarina.

No outro extremo, em Minas Gerais, 87 por cento dos alunos do nono  ano têm conhecimento proficiente ou avançado do conteúdo do quinto ano. O índice chega a 85 por cento em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Ou seja, Minas Gerais consegue que 87 por cento dos alunos que chegam ao ensino médio se encontrem preparados para fazerem o curso, enquanto o Maranhão de Roseana Sarney só 3,8 por cento.

Se outros no Brasil podem, por que nós não podemos??? Fale, governadora Roseana, explique, se puder!

Essa fundação se dedica a melhorar a qualidade da educação no país e inclusive traduz os vídeos da Khan Academy e os disponibiliza em português. São métodos modernos e inovadores que buscam facilitar o aprendizado.

Notem quem são os nossos companheiros: Amapá e Alagoas. É preciso dizer mais alguma coisa?

Roseana Sarney, sem esboçar nenhum critério, vem dando grande contribuição para esse estado de coisas. O estado sempre teve uma grande rede de escolas de ensino fundamental nos municípios que, por serem melhores estruturadas, puxavam as municipais para cima. Roseana resolveu fechar todas essa escolas, por motivo de economia talvez, arrastando todo o ensino fundamental para baixo. E como não dá bola para os resultados das provas nacionais, tanto do ensino médio quanto do fundamental, não faz nada. Não deve ser com ela...

Será que a nossa sociedade, os intelectuais, grupos de pressão independentes, clubes de mães, jovens, UNE e outras organizações vão aguentar tudo isso calados? Não é pouca coisa não. É o futuro do Maranhão, gente!

Teremos que esperar por Flávio Dino para mudar? Eu não tenho dúvidas, você tem?

Enquanto isso, Luís Fernando, o ex-prefeito de São José de Ribamar e atualmente acumulando a função de Secretario de Infraestrutura e candidato ao governo do estado, o preferido de Jorge e Roseana Sarney Murad, foi presenteado com uma agressiva campanha de marketing do sistema de comunicação da família Sarney, que procurava mostrá-lo como um grande administrador e que teria transformado aquele município em um modelo de eficiência, tal os resultados alcançados. Prefeitos eram convidados, com ampla divulgação, por óbvio, a visitarem o município e testemunharem tanto progresso. 

Em artigo anterior mostrei que os indicadores sociais do município eram muito piores do que Paço do Lumiar, que no mesmo período teve uma administração caótica e que, mesmo comparando os dados de 2010 com os de 2000, três dos sete principais indicadores pioraram ao invés de melhorarem com tanta eficiência.

Pois bem, agora se descobre, com um estudo de novos dados fornecidos pelo IBGE, que São José de Ribamar perde para trinta e sete municípios do estado - mesmo beneficiado pela proximidade à capital - e em termos de Brasil, numa comparação com os demais municípios do país no quesito renda per capita, fica atrás de mais de cinco mil municípios. Com efeito, não há como mostrar Luís Fernando como grande administrador público. O IBGE não deixa. Vamos aos fatos:

O ranking do PIB per capita dos municípios brasileiros de 2010 (ultimo disponibilizado pelo IBGE) coloca São José de Ribamar entre os 100 municípios de menor PIB per capita do Brasil. Está na 98ª posição, com valor insignificante, de R$ 3.303,24. Como o salario mínimo mensal naquele ano era de R$510,00 depreende-se que a média anual é de R$ 6.120,00, isto significa que o PIB médio de São José tinha poder de compra equivalente a apenas 54 por cento do salario mínimo daquele ano. E mais: o município ficou na 38ª posição entre os 217 municípios maranhenses de menor PIB per capita médio.

Muito longe da propaganda.

Roseana Sarney viaja pelo interior assinando convênios, fazendo promessas e entregando tratores que não comprou, se apropriando do que o governo federal está fazendo. Todos os prefeitos sabem que para ganhar esses tratores, basta se cadastrar no site do MDA. Mas isso ela faz sempre. Dá a entender que o programa é do estado.

Pelo que me informam, amigos do interior, o pessoal está recebendo os brindes, batendo palmas educadamente, mas dizendo baixinho para quem está a seu lado: mas eu vou votar é em Flávio Dino!

É dura a vida da oligarquia...