Fidelidade não existe no grupo Sarney. Só o que realmente
importa é o interesse da família, que não vive sem poder e que, fiel a esse
princípio, ninguém mais tem importância, se não tiver o sobrenome da família.
Todos sabem que Jorge e Roseana convenceram Luís Fernando,
então prefeito de São José de Ribamar, a deixar o cargo para o qual havia sido
eleito e assumir a Secretaria da Casa Civil e ser o candidato do governo ao
governo do estado. Foi uma jogada destrambelhada, porque deixou muito evidente
a motivação palaciana e dividiu o grupo irremediavelmente, já que Lobão se
considerava naturalmente o candidato do grupo, sem contestação. Claro, afinal
foi eleito senador com uma votação maior do que a da própria governadora. Mas
Roseana nunca pareceu gostar muito dele e pensava que poderia, com o governo,
eleger qualquer pessoa.
Entretanto, com um governo tão mal avaliado e que só contribui
para aumentar o desejo de mudança que hoje é predominante na política do estado,
a coisa não é bem assim.
Acontece que o candidato de Jorge e Roseana, pouco
carismático e sem raízes maiores entre os políticos - que preferem Lobão - não
empolgou a ninguém, muito menos a Roseana.
Agora parece que os famosos itinerantes convenceram a
governadora de que não será fácil eleger Luís Fernando e, como ela e Lobão não
se cheiram, Roseana começa a se preocupar apenas em se eleger.
Como sabemos isso? Nos encontros havidos com prefeitos
oposicionistas, ela promete recursos, convênios e mil maravilhas, desde que
eles votem em Roseana para o senado. Não pede mais por Luís Fernando, que vai
abandonando. O cargo que interessa para a família é o senado para garantir
tranquilidade ao clã.
É de espantar a alguém o que acontece? De jeito nenhum, pois
sempre está o interesse da família em primeiro lugar. Ninguém é mais importante
do que eles e sua teia de interesses.
Basta ver a baixeza de suas atitudes para com o correto
deputado Raimundo Cutrim, que nunca foi bandido, tem serviços prestados à
população do estado com o firme combate que sempre deu aos criminosos. Dizer
que Roseana não está por trás disso é impossível, basta ver que, por trás da
demolição da imagem dele, está o empenho desmedido da Mirante, que não faria
isso contra a vontade e a determinação dos donos. O que será que Raimundo
Cutrim fez a Roseana de tão grave? Certamente nada, apenas eles acham que não precisam mais
dele...
Isso é um aviso para todos do grupo que não se chamam Sarney.
As dificuldades de Roseana Sarney em fazer seu sucessor são
decorrentes do péssimo governo que faz e dos deploráveis indicadores sociais
resultantes de tanto descaso e indolência. Antes, se acostumou assistindo a sua
televisão, rádios e jornais ocultando a realidade e se habituou a essa solução
nefasta. Hoje essa prática já não funciona e o governo não sabe o que fazer.
Nunca trabalhou...
Pois bem, eis o que o professor José Lemos me envia
um estudo feito a partir de estatísticas recentes. Nele consta divulgação feita
pelo IBGE do PIB dos municípios, estados, regiões e Brasil em 2010. De imediato
constata-se que o Maranhão voltou a ter o menor PIB per capita (R$6.888,60)
entre os estados brasileiros, posição que havia perdido em 2005. Este valor
equivale a apenas 1,1 por cento do salário mínimo anualizado de 2010.
Constata-se ainda que, dos cem municípios com menor PIB per
capita do Brasil, trinta e nove (39) são maranhenses. São Vicente Ferrer tem a
terceira pior média em 2010, com um valor – pasmem - de R$ 2.404,20. Por ano!
São José de Ribamar está neste “seleto” grupo dos cem municípios com pior PIB
per capita. Foi destacado porque ele tem a singela peculiaridade de ser o
município de maior população nesse grupo desafortunado (163 mil habitantes).
A distribuição do PIB per capita maranhense é visivelmente
assimétrica. Apenas em 23 dos 217 municípios maranhenses, o PIB per capita
supera a média do estado. Nesses municípios vivem 1,71 milhões da população do
estado (26%). Neles são gerados 55,6% do PIB agregado do Maranhão. Nos demais
194 municípios, cujo PIB per capita é menor do que a média estadual, sobrevivem
4,9 milhões de pessoas ou 74% da população de um estado desigual, haja vista
que neles se geram apenas 44,4% da sua riqueza.
Com base na PNAD de 2011, estima-se que 58,7% da população do
estado sobrevivem em domicílios cuja renda varia entre zero e dois salários
mínimos. A maior taxa do Brasil. Querem mais? Pois bem, os analfabetos maiores
de quinze anos no Maranhão alcançam a incrível taxa de 21,6%. Também a maior do
Brasil. O Maranhão tem a segunda pior escolaridade média do País (6,4 anos).
Com base nesses indicadores de educação e renda, somados às carências no acesso
à água encanada, saneamento e coleta de lixo, estimou-se para o Maranhão o
maior percentual de população socialmente excluída do Brasil em 2011, num total
de 38,9 por cento. Houve decréscimos de excluídos entre 2002 e 2008.
Mas Roseana nem se abala e ainda quer ser senadora. Para
defender e lutar pelo Maranhão?
E, para concluir, o amordaçamento do PT maranhense chamou a
atenção do país. Eis o que publicou a colunista Dora Kramer, do Estado de São
Paulo, uma das mais importantes e lidas do Brasil:
“A direção nacional do PT baixou uma ordem unida proibindo a
seção maranhense de fazer criticas ao clã Sarney e à situação de penúria do
estado. O ato não apaga a realidade”.
“O Maranhão continua tendo o segundo pior índice de
Desenvolvimento Humano, a segunda maior taxa de mortalidade infantil do país e
está em quarto lugar no quesito analfabetismo”.
Como esconder?
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