Há poucos dias, encartado em um jornal da família Sarney, recebi uma
revista chamada O Maranhão e a nova Década. Luxuosa e com excelente feição
gráfica - certamente muito cara - não era mais que uma dispendiosa amostra do desvario
do governo de Roseana. O texto é em português e inglês.
Certamente permite o entendimento de que a revista foi feita para ser
mostrada a bancos internacionais em busca de novos empréstimos. Mas a verdade é
que, quando muito, só servirá mesmo para enganar estrangeiros, visitantes e quiçá
o governo federal.
Mas não deixa de ser uma pena que não passe de enganação...
Olhem o que contém a revista: No início há o título “Década de
Oportunidades e Desafios”. Relaciona
alguns projetos, todos da iniciativa privada, e como não podia deixar de
ser começa com a refinaria de petróleo Premium I de capacidade gigantesca - 600
mil barris por dia - que será a quinta maior do mundo e a maior do Brasil, como
é descrita na revista. Contudo, omite a informação de que nem no orçamento da
Petrobrás o empreendimento consta e que nada foi feito. Em seguida mais descrições de projetos privados, quase todos
parados e cita também o píer IV da Vale e a duplicação da ferrovia da empresa
de uso quase restrito da companhia.
Depois fala de terminais portuários da refinaria, também não
existentes, ampliação da refinaria da Alumar (uma empresa sem contato com a
economia local), nas termelétricas do grupo Eike Batista - que produzirão
energia para mercados externos ao Maranhão e pelo menos a planta de São Luís é altamente
poluidora e prejudicial ao meio ambiente.
Menciona ainda a Hidrelétrica de Estreito e a implantação de parque
eólico da empresa Bioenergy, ainda em projeto. Relaciona a usina de Laminados
de Açailândia do grupo Ferroeste, a fábrica de celulose da Suzano, paralisada,
e outros projetos como ampliação de fábrica de cerveja e da Coca-Cola. Na lista, entra até a Base de
Lançamento de Alcântara...
Enfim, a maioria esmagadora dos projetos são privados, a maior parte
não existe, e tudo veio para cá antes de Roseana assumir o governo, naquele
fatídico episódio que foi chamado um dia de ‘golpe de estado jurídico’.
Não passa de propaganda.
O difícil é explicar porque o Maranhão perde mais empregos do que cria
e porque os hotéis de São Luís registram as mais baixas taxas de ocupação dos
últimos anos e os empresários apelam, sem resultado, ao poder público por mais
estímulo ao setor. A nota da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira,
seção do Maranhão, diz que “a rede hoteleira
está em pânico”. E olha que esses dados de janeiro e fevereiro foram meses de
férias e de carnaval. Vejam onde chegamos!
Esses dados são confirmados pela Infraero, ao informar que em
fevereiro os embarques e desembarques de passageiros no Aeroporto Cunha Machado
de São Luís, foram de 127.842 passageiros, enquanto no mesmo mês de 2012 foram
189.107, ou seja, uma queda de 16,6 por cento. No acumulado dos dois meses já neste
ano, foram 300.470 contra 342.538 no mesmo período de 2012.
E não adianta culpar o Ministro do Turismo Gastão Vieira, porque com
todas as praias poluídas, com a criminalidade correndo solta, com o aeroporto
de Barreirinhas fechado porque não fazem o muro ao seu redor, com o Centro de
Convenções sem cumprir a sua finalidade (que é de abrigar grandes convenções,
grandes feiras e mostras setoriais e quando abre as portas é para receber
eventos do governo estadual) e sem a vinda de empresários que antes vinham
acreditando no factoide da refinaria e agora sabem que não é para valer e ainda
com os outros badalados projetos parados, o baque foi grande.
Não bastasse isso, agora o
Brasil todo conhece a forma com que o governo apaga incêndios no Maranhão - uma
modernidade e inovação desse governo, que a rede Globo mostrou ao país – o uso
do conteúdo de um caminhão limpa-fossas que levou o líder do governo na
Assembleia, na ânsia de defender o governo da indignação dos deputados, a fazer
a infeliz afirmação de que “é melhor se salvar fedendo do que morrer cheiroso”,
uma frase que correu o mundo. Evidentemente isso não ajuda muito na motivação e
desejo das pessoas para conhecerem a maravilha que o nosso estado se tornou com
essa maneira ímpar de governar de Roseana Sarney. É um estado decadente, na
verdade.
Chegamos ao fundo do poço da desmoralização do Maranhão. O que falta
acontecer?
Um comentário:
É impressionante a capacidade surrealista desse Gobierno.
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