Eu não escrevo artigos para atacar ninguém pessoalmente. Faço críticas
bem fundamentadas a tudo aquilo que contribui para a decadência do Maranhão
Apenas. Critico todas as questões que, em minha análise, nos converteu de
estado solução para o Nordeste - sem problemas climáticos e outros - no estado
mais atrasado, pobre e sem perspectivas do país. E principalmente a farsa
representada para a população feita por um sistema de comunicações montado só
para isso: para eternizar no poder os enganadores e predadores do estado.
Todas as críticas são fundamentadas nos indicadores sociais e
econômicos elaborados pelo IBGE e, por esse motivo mesmo, indiscutíveis.
Como o clã não tem condições de explicar ou justificar esse estado de
coisas, porque nada faz para mudar essa realidade, o seu chefe parte para a
agressão de maneira torpe, em artigos raivosos e mal elaborados, que buscam
apenas o insulto fácil. Nesses artigos tudo vale, até mesmo o insulto as
famílias do agredido. O chefe, como sabe que isso contraria a sua imagem de
político que chegou a presidência da República (por acaso, é verdade), tenta se
esconder. É óbvio que não consegue tal
intento, tal o ódio que não pode conter.
O que leva um homem que chegou tão alto na política a agir assim?
Só pode ser o ódio que, aliás, diz não ter. Jura que não sente ódio,
mas é um poço de raiva incontida.
Nesse tresloucado artigo - que não assinou e chamou de editorial - e
que na verdade não teve nenhuma repercussão, chamado de “Traição, Traidor uma
obsessão que tem com adversários que não pode contestar”, ele começa dizendo
que eu o chamava de pai. Sobre isso nem entrarei em considerações, tal o
absurdo e debito a questão ao começo da ação inclemente da idade. Nunca desejei
ter outro pai, pois devo muito ao meu, um homem de bem e amigo da família. É
típico desse tipo de agressor. Na verdade a senilidade o faz cometer confusão,
pois ele é que dizia publicamente que “José Reinaldo é o melhor de meus
filhos”. Uma coisa sem propósito que muita gente ouviu. A confusão vem daí,
acredito. O problema era dele e não meu.
Sempre se faz de vítima repetindo sem parar que é um homem sem ódios.
Mas na verdade traiu a todos e a mim. Mas antes de entrar diretamente no
assunto, lembro-me que, quando jovem, eu e outros daquela geração do Maranhão,
acreditamos muito naquele outro jovem que nos parecia brilhante e em quem
depositamos a esperança de um Maranhão de progresso e oportunidades. Essa foi a
maior das traições a toda uma geração bem preparada do estado, depositada em um
homem que veio se revelar o contrário do que pensávamos. Na política, sempre
esteve ao lado do governo federal de plantão e chegou até, mesmo que por acaso,
a presidente da República. Amealhou uma formidável força, que ele nunca usou
para desenvolver o estado, mas apenas para se eternizar no poder. E agredir e
amedrontar adversários.
Sua vida, no entanto, foi um rosário de traições. Qual o político
importante que não foi traído por ele? Cito os governadores Pedro Neiva de
Santana, Luís Rocha, João Castelo, Antônio Dino, Clodomir Millet e tantos
outros. E o artigo ignóbil que escreveu e publicou em seu jornal contra Pedro
Neiva de Santana?
Pois bem, agora vamos aos fatos que levaram ao rompimento comigo, em
que eu de fato fui traído por ele, mas que ele tenta passar, repetindo isso mil
vezes, que foi eu quem o traiu. Vejamos:
Em um sábado pela manhã, logo
após minha eleição ao governo do estado, em outubro de 2002, fui procurado por
ele. Queria falar comigo algo muito importante.
Quando José Sarney chegou, eu disse que estava à disposição. E ele me
disse que tinha um grande desejo, um sonho que queria ver realizado. Perguntei
o que seria e ele me disse que seu sonho era ter dois filhos eleitos
governadores do estado. Perguntei quem seria o filho e ele me disse que era José
Sarney Filho, pois Roseana havia deixado o governo naquele ano e havia sido
governadora por oito anos.
Pensaram que eu disse não? Errado. Eu disse que tudo bem, que contasse
comigo. O problema era o fato dele não ter combinado com ela antes e quando a
notícia começou a vazar pelos amigos do deputado, a filha soube, não gostou e
começou a mandar ameaças para mim. Mandou o recado de que eu não aguentaria um
mês o peso do ataque do Sistema Mirante. E não disse mais nada.
Eu recebi a informação e fiquei sem entender.
Só fui compreender quando me informaram que teria havido uma reunião
familiar muito tensa - repleta de gritos e cobranças - e que no final a filha
teria perguntado porque ele teria feito isso com ela (escolher o irmão) sem lhe
tratar o assunto antes, logo ela que teria mais votos na família. Nervoso,
respondeu que não havia sido ele e que o culpado seria eu. A ideia seria minha
e não dele. Se ele não dissimulasse tanto, poderia dizer a verdade, que teria
sido ele, mas que ele voltaria a falar comigo, dando o dito pelo não dito. Mas
não. Disse a ela uma terrível mentira. Que eu seria o autor da ideia. E daí em
diante a filha resolveu mandar atacar-me de todas as maneiras e o rompimento
foi inevitável.
Sem saber de nada, fui três vezes encontrá-lo em Brasília, levando
recortes e gravações de tudo o que acontecia aqui. E ele me dizia sempre que eu
voltasse tranquilo, pois tudo ia cessar. Até que, na terceira vez, eu perguntei
a ele sobre a candidatura do filho e ele partiu em minha direção perguntando se
eu queria causar a cizânia na família dele, se eu queria jogar um filho contra
o outro.
Eu, acima do tom, repliquei que parasse com isso, pois ele sabia muito
bem que ele é que havia me procurado com essa ideia, que era única e
exclusivamente dele. E falei em seguida que daí em diante eu não o procuraria
mais e veio o inexorável rompimento, que ele ainda tentou evitar por duas
vezes.
Ele já absorvera a mentira que contou para escapar da ira da filha e
já passara a agir como se a ideia fosse minha. Estava de cabeça feita no maior
cinismo. Seus amigos sabem bem que ele se tornou perito em mudar a história em
seu favor...
Mas, vejam, ele publicou o violento
artigo (a título de editorial) apenas por um motivo: eles, que tem
convívio muito próximo com agiotas, publicaram uma lista difamatória acusando
prefeitos de conivência com aqueles. O tiro saiu pela culatra, pois irritou
profundamente os prefeitos e os agiotas amigos dele e assim, tenta jogar a
culpa em mim, que nunca falei de Décio Sá, nem de agiotas e tampouco de
prefeito algum.
A única coisa que fiz foi defender Raimundo Cutrim da sanha de
vingança deles, comentando que ninguém do grupo estava livre de alguma coisa
parecida, e quem não tem o sobrenome Sarney, é usado e descartado quando achaam
conveniente.
É só ler o artigo, que foi publicado semana passada no Jornal Pequeno.
E para concluir esse longo, mas necessário artigo, menciono a carta do
agiota Glauco Alencar destinada a Roseana Sarney, encontrada em sua cela dentro
de uma revista. A carta foi redigida na prisão a próprio punho e nela o agiota
fala que logo que começou a “trabalhar”, comprou uma casa vizinha a de Sarney.
E fala também que quer realizar o seu sonho, “que é conhecer o presidente
Sarney e receber dele um abraço”. E diz ainda que é apaixonado por Sarney e que
“vivia dizendo que um dia faria parte do grupo e teria o poder de receber
ordens e conselhos do presidente do senado”.
Sem comentários. Está postada no Blog do Luís Pablo. Vejam que tipo de
admiração ele consegue agora...
Então aí vai um desafio: seria muito importante mostrar claramente
para a população quem está e quem não está envolvido com agiotas. Ajude a
tornar realidade a CPI proposta por Raimundo Cutrim e, para que seja isenta e
verdadeira e não apenas uma manipulação, permita que a oposição indique o
Relator ou o Presidente da Comissão.
Está na hora de saber quem é quem.
Mas desconfio que são mínimas as condições de fazer isso. Não podem
permitir...
Um comentário:
prezado zé reinaldo, não imaginava que vc teria coragem de nos divulgar os pormenores do rompimento com a oligarquia; acho que falas a verdade, pena que a verdade no maranhão seja uma virtude que poucos consideram.parabéns pelo artigo e espero que algum dia o zé sarney volte atrás e assuma a bobagem que fez com vc.talvez na sua próxima biogradia
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