FACTOIDES DURAM POUCO

A cada dia fica mais clara a quantidade de mentiras usada por Roseana Sarney e seus marqueteiros, para que ela aumentasse suas chances na  eleição para governador em 2010. Cada dia é mais uma mentira que chega ao fim.

Para não cansar muito, vamos ver o que aconteceu com quatro delas, das mais importantes, porque serviram para criar um discurso novo de que ela teria a confiança e apoio do governo federal, de que iria transformar o estado em um estado de progresso, desenvolvimento, muito emprego e segurança para todos. Seria o melhor governo de sua vida. Isso, na verdade, não queria dizer nada, porque os seus outros governos foram muito ruins. Mas uma mentira leva a outra...

Como carro chefe dos factoides, nada melhor do que um projeto gigantesco, capaz de fazer sonhar, pois com ele viriam centenas de milhares de empregos. Nada melhor do que a Refinaria Premium que a Petrobras construiria aqui. A maior do mundo, repetiam sem parar, e essa fantasia acabou por dar a ela a maior votação que ela obteve na capital, perto de 43 por cento, fundamental para a sua vitória. A refinaria, diziam, daria emprego para todo mundo. 

Outro anúncio mistificador e enganador foi a descoberta de gás em Capinzal, um lençol comparável em tamanho aos lençóis de gás da Bolívia, alardeavam e a governadora  e o empresário Eike Batista, hoje bastante conhecido. Eles convenciam a todos que, com a intermediação do governo, tudo iria mudar.

Esses dois gigantescos projetos levaram ao terceiro factoide eleitoral: o de que seriam criados 400 mil empregos no estado. Era o paraíso proporcionado pela ação da família benfeitora. E o trabalho insubstituível de Roseana Sarney.

E o quarto foi a promessa de que o crime estava com os dias contados no estado. Roseana Sarney dizia com enorme convicção que, a partir de sua posse, todos poderiam dormir de janela aberta, seguros e tranquilos, pois ela, a guardiã, estaria velando pela segurança dos maranhenses.

Quase não deu certo, tal o desgaste anterior dela, e só não houve o segundo turno, que a derrotaria, por meros 2 mil votos. Mas vamos ao que interessa. O que realmente aconteceu?

A refinaria só trouxe prejuízos. Empresários de todos os tamanhos investiram acreditando no projeto. Terrenos foram comprados, apartamentos foram construídos, pedreiras foram adquiridas, hotéis foram construídos em investimentos sem retorno até agora. Hoje as estatísticas de embarques e desembarques do aeroporto de São Luís, comparadas ao mesmo período do ano passado, mostram que houve uma diminuição de 150 mil passageiros. Quanto prejuízo deu a mentira e a irresponsabilidade aos que acreditaram nela!

O gás de dimensões bolivianas, por seu turno, também não foi muito diferente. Não era verdade. Havia muito menos gás do que prometia a propaganda. Quem colocou a mentira por terra foi o governo federal que na semana passada exigiu a conversão do projeto capitaneado pelo empresário Eike Batista em Santo Antônio dos Lopes de gás natural para operação com biocombustíveis - com óleo combustível também- após a companhia dele ter apresentado como garantia de suprimento volumes insuficientes de gás. 

Autoridades brasileiras concluíram que o volume de gás natural apresentado como suprimento da térmica Nova Venécia II em Santo Antônio dos Lopes no Maranhão não garantiria o seu funcionamento na hipótese de seu uso integral durante todo o período de contratação da energia. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a MPX terá de arcar com os custos adicionais da mudança do projeto sem repassá-lo ao consumidor final.

Mas uma vez, a mentira não demorou muito para ser desmascarada, mas Roseana se beneficiou dela para se eleger.

O estado prodígio a ser erigido com a criação de tanto emprego - 400 mil era o número prometido - virou uma tragédia, pois nem manter os empregos já criados consegue.  A decadência atual em que mergulhou a economia maranhense, por força de um governo paralisado pela falta de projetos e pela falta de foco na solução dos nossos gargalos socioeconômicos, está conseguindo  essa façanha. Isso em um momento em que quase todo o país cria empregos. 

Enquanto isso, o Maranhão empacado, paralisado em seu desejo de progresso e desenvolvimento, continua sem criar e, mais grave, perde empregos antes existentes. Só no mês de abril, perdemos 736 empregos em relação ao mês anterior, que, por sua vez, também já tinha perdido empregos em relação ao mês anterior e assim sucessivamente. E isso vem acontecendo mês após mês desde meados de 2012, há quase um ano. Esses são dados oficiais do governo federal, compilados pelo CAGED do Ministério do Trabalho. Não dá mais para encobrir...

E o quarto factoide eleitoral, o da segurança total? Bem, esse virou piada. Chego a pensar que nunca antes na história do Maranhão se matou tanto, se roubou tanto se traficou tanto como agora.

No Mapa da Violência de 2013, publicado pelo jornal O Globo, a unidade federada que apresentou maior variação na taxa de óbitos por arma de fogo a cada 100 mil habitantes, entre 2000 e 2010, foi o Pará, que teve uma taxa de crescimento do crime maior do que a do Maranhão. O campeão Pará teve uma variação de 307,2 por cento e o Maranhão aparece em segundo com 282,2 por cento. Ou seja, se nada for feito, nosso estado em pouco tempo será o mais violento do Brasil. A realidade é tão diferente das promessas e enganações do governo de Roseana Sarney...

A polícia não tem apoio nenhum e, do orçamento estadual para investimento e custeio, que foi de R$ 2,4 bilhões em 2012, a segurança pública teve apenas R$ 84 milhões, enquanto a segurança privada na Secretaria de Educação gastou R$ 82 milhões. Na verdade, isso é um mistério completo por si só, e, por exemplo, em publicidade, prioridade maior desse governo, gastaram-se R$ 60 milhões. É quase mais importante do que a segurança pública. Não é a toa que a educação esta caindo pelas tabelas..

E para concluir, o contingente de policiais no Palácio dos Leões é de 200 policiais. Maior do que o número de policiais em serviço em mais de 97 por cento dos municípios do Maranhão. Por quê?