Impressiona como a governadora Roseana Sarney está alienada
das obrigações do cargo que ocupa. Podem quebrar tudo que ela nem se pronuncia,
tampouco aparece, nem faz reuniões com seus auxiliares, em suma, não é com ela.
Nada lhe diz respeito. Mas com quem é então?
O povo na rua pede transporte, educação, saúde, segurança,
mas seu governo só produz escândalos, endivida o estado como nunca, e gasta
muito, contudo não gasta em nenhuma das demandas acerca das quais protestam os
manifestantes. A esbórnia que é o programa mais conhecido como Bolsa Eleição é
um escárnio, um escândalo inexplicável.
A presidente Dilma não para de fazer reuniões, pronunciamentos,
encontros com a sua base política na tentativa de estancar a sangria em sua
popularidade, consumida nas ruas e nas manifestações. Sabe que não pode se
omitir. Mas Roseana deve estar acima da presidente, pois nem se importa. Acha
que tudo passará e a sua rede de jornais, rádios e televisões vão tirá-la do
aperto. Será? Ela ou não está entendendo nada ou não se importa mais com nada
mesmo.
Mas não há como ignorar os novos tempos. E, acuada pela
oposição e pela terrível repercussão nacional do novo escândalo, pela ameaça de
representação contra ela a ser feita pela OAB, Roseana acabou sucumbindo. É
incrível que um governo, no afã de juntar apoio político para as próximas
eleições, tenha enveredado por um caminho como esse. Um mensalão!
Seus empregados tentam argumentar que não foi ela quem criou
a aberração. Foi sim!
Nos governos anteriores, havia um conselho de gestão formado
apenas pelos secretários de estado, que se reuniam para discutir problemas de
gestão do governo e tentar melhorar o entrosamento das secretarias na execução
dos programas prioritários. Eram do governo e faziam gestão mesmo. Tinham
autoridade e responsabilidade.
Entretanto, Roseana Sarney, com um governo sem gestão e que não
executa nenhum programa com prioridade real para melhorar o estado, resolveu
desmoralizar tudo criando um conselho com pessoas de fora do governo, que são (por
coincidência, certamente) políticos que perderam eleições municipais – ex-prefeitos
ou suas mulheres. Mas para gerir o que mesmo? Sim, porque não possuem
autoridade nenhuma no governo, já que dele não fazem parte.
Se pensarmos bem, o
Maranhão possui uma Assembleia Legislativa formada por 42 deputados eleitos
pelo povo incumbidos, aí sim, de grandes responsabilidades. Mas parece que esse
número é muito pouco para a gestão de Roseana.
No tal conselho, são 206 membros que não tem o que fazer e
são regiamente pagos para isso mesmo. Daí o entendimento geral de que isso é
apenas cooptação política descarada, na esperança que os agradecidos
conselheiros votem nos candidatos do governo no ano que vem.
Quanto aos prefeitos, eles acham que resolvem os problemas
com convênios e os perdedores, com a bolsa eleição. E o povo sem saúde, sem
segurança sem educação de qualidade, sem transporte, será que concorda com
isso? Claro que não, o provo brada é por saúde, educação de qualidade,
segurança, emprego. Não por implantação de ditos “Conselho de Gestão”.
Quem será que deu ideia tão brilhante à governadora? Veio dos
itinerantes?
Como se não bastasse, em uma nota marota tentando dar
seriedade ao que não é sério, o governo informou que cancelara a tal iniciativa
porque a governadora está preocupada com o equilíbrio fiscal. Mesmo assim, na
semana passada, na véspera do cancelamento, ela ainda nomeava dezenas de
conselheiros. É mesmo?
Roseana nunca se preocupou com equilíbrio fiscal. Em 2002,
quando saiu do governo, deixou o estado quebrado. Arrecadávamos R$ 65 milhões por
mês e, só com dívidas, pagávamos R$ 50 milhões no mesmo período. Equilibrávamos-nos
com os fundos federais compulsórios. Mesmo assim, sem tomar empréstimos - a não
ser o Prodim de US$ 30 milhões - quando saímos, deixamos o estado totalmente
equilibrado, sem dívidas e com quase R$ 400 milhões em caixa. Fomos inclusive
elogiados pela Secretaria do Tesouro nacional, tenho os documentos guardados
até hoje. E Jackson Lago, quando saiu, também deixou um estado com dinheiro em
caixa, equilibrado.
Porém, Roseana Sarney no governo fez o que sabe: gastar
desmedidamente e tomar empréstimos, endividando o estado mais uma vez. Gasta
por meio de transferências de dinheiro para suspeitas associações, creches,
escolas comunitárias fazerem estradas e fazerem poços e sistema de
abastecimento, coisas alheias as suas finalidades. Dinheiro a rodo. Chegaram ao
cúmulo de mandar construir o que pode ser considerado o banheiro mais caro do
país: 300 mil reais, repassado a uma entidade semelhante.
Isso sem contar o que se passa despercebidamente, pois não publicam
tudo como são obrigados por lei. Tentam esconder...
Há seriedade nesse governo? Fazem tudo sem medo, já que prevalece a impunidade no estado.
Nada lhes é cobrado, nada é investigado. O Maranhão, no governo de Roseana, é o
reino da impunidade.
Agora, com medo das ruas e porque não dá para controlar a
opinião pública nacional, fez um recuo. Mas por ela, seguia em frente. Alguém,
contudo, gritou mais forte, ordenou que parasse, pois os tempos são outros.
Até que enfim.
Um comentário:
Leio sua acoluna todas as terças do JP, parabéns pela competencia e pela clareza como escreve, pura verdade.
Na coluna do dia 15/09, eu avaliei tambem o acordo que está sendo costurado entre a Prefeitura e a Dinastia de + ou - 1/2 século, tem uma cerveja Fab. em Pernambuco Chamada cerveja CARACU, esse acordo como todos os outros que eu tenho visto é muito paracido, eles como são mais sabidos, entram com a cara e o coitado do Edvaldo entra com resto da marca.Desculpe a bauxaria.
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