O ministro Joaquim Levy foi o primeiro a dizer: “O dinheiro
acabou!”. Depois foi a vez do ministro da Educação falar: ”Não tem dinheiro”. Em
seguida veio o ministro dos Transportes e disse a mesma coisa. Por fim, o ministro
das Cidades, Gilberto Kassab, foi didático: “Os governadores e os prefeitos
precisam saber que não tem dinheiro para saneamento básico, água e esgoto e o
melhor é procurarem fazer essas obras por meio de PPP”.
Portanto, todos os setores governamentais estão sem dinheiro
e o governo federal perdeu toda a capacidade de iniciativa, assistindo à
inflação aumentar mês a mês, a economia travar, a recessão tomar conta da vida
nacional e esperando o pior, que é o aumento do desemprego. O déficit no balanço
de pagamentos é crescente e o preço das commodities vem caindo no mercado
internacional. O endividamento do governo só aumenta e não sobra dinheiro para
investimentos. Essa situação contraria totalmente o que dizia a presidente
durante a campanha de reeleição e existe uma revolta intensa da população, que se
acha enganada. Como consequência o número de pessoas que aprovam o governo só
chega a dez por cento, com tendência de cair ainda mais. Pior impossível.
Agora descobre-se que ela autorizou o aumento artificial do
orçamento no ano eleitoral - as famosas pedaladas - em benefício de sua própria
eleição, tomando empréstimos em bancos públicos sem autorização legal.
Resultado disso é que o Tribunal de Contas da União está em vias de desaprovar
as suas contas, o que poderá levar a pedidos de impeachment, correndo riscos de
repetir o que já aconteceu com Collor de Mello. Se aceito o pedido de
impeachment, dificilmente a Câmara dos Deputados deixará de autorizar.
Hoje a presidente é atacada na Câmara, sem que ninguém apareça
para defendê-la. Para piorar a situação, o ex-presidente Lula também aderiu ao
grupo de críticos da presidente, logo ele que sem dúvidas foi o causador da
maior parte dos problemas atuais que ela enfrenta. Mesmo assim vem atacando Dilma
como se não tivesse nada com isso...
A recessão, como não poderia deixar de ser, reflete-se também
nas finanças estaduais, trazendo muitas dificuldades para a gestão dos
governadores, que “pagam o pato” pelos desastres causados na economia no
governo anterior da presidente Dilma e que, nas circunstâncias atuais, não
podem se valer de recursos federais para socorrê-los.
Essa situação deve perdurar. Deve levar alguns anos, levando
o país à estagnação econômica. Os empresários, a população toda, os políticos estão
preocupados. E o pior é que tudo acontece no início do segundo mandato de Dilma,
assombrado pela “Lava Jato”, que invade as entranhas do governo. Isso influencia
a inexistência de condições políticas para liderar uma grande mudança,
fomentando uma grande união para salvar o país. Em outras palavras, o governo
mal começa e já está sem condições de governar. Como será então nos próximos
três anos e meio que ainda faltam? Vamos todos assistir a quebradeira do país
sem nada podermos fazer?
Pois bem, daí vem a ideia do parlamentarismo. Eu, aliás,
sempre votei pela adoção do parlamentarismo no Brasil, como é em quase toda a
Europa. Se estivéssemos no regime parlamentarista e Dilma fosse a Primeira
Ministra, o governo cairia e o Presidente convocaria novas eleições gerais e
assumiria o novo Primeiro Ministro, que seria o líder do partido que tivesse
eleito o maior número de parlamentares. Com efeito, o líder negociaria para ter
maioria na Câmara, a fim de dar estabilidade ao governo e poder governar. Dessa
forma, o novo Primeiro Ministro teria condições de liderar forças capazes de
enfrentar os problemas e encontrar soluções sem o caos que nos ameaça, a todos,
nesse momento.
Mudando de assunto, como o Maranhão não tinha projetos na
área de logística e no passado recente nada apresentou ao governo federal, ficamos
fora do programa do governo. O Pará, cheio de projetos, dominou as discussões.
Como resultado, nas soluções apresentadas pelo governo federal, esqueceram o
Porto do Itaqui, a Ferrovia dos Carajás, o Tegram e só falam sobre Barcarena no
Pará e sobre a construção de uma ferrovia de 800 quilômetros entre Açailândia e
aquele município. Então, aí está mais um trabalho urgente para o governo
estadual e os parlamentares maranhenses: recolocarem as coisas nos devidos
lugares.
Para isso, temos que dar prioridade total aos estudos e
projetos de nosso interesse, pois sem eles nada poderá ser feito.
Trabalho extra, governador!
Um comentário:
Caro Deputado,
Concordo com a maioria de sua análise mas, 50% dessa crise é política. O Congresso hoje, já age como se o regime fosse Parlamentarista! Será que estamos preparados politicamente?
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