terça-feira, 6 de outubro de 2015

UMA LUZ QUE SE ACENDE

Já escrevi várias vezes sobre o sonho de termos no Maranhão uma escola de engenharia de ponta, de altíssimo nível, um embrião de um salto tecnológico que faria o nosso estado pular etapas em seu desenvolvimento. A presença de professores, mestres e doutores, e alunos de alto gabarito aqui no nosso estado criaria esse ambiente absolutamente necessário para atrair todos os tipos de empresas de tecnologia e inovação, uma alavanca indispensável para transformação e desenvolvimento. Uma fórmula irreversível para atrair a atenção de maranhenses - jovens, talentosos e de grande potencial - que acabam se perdendo por falta de oportunidades ou então vão para o sudeste do país em busca do seu próprio desenvolvimento pessoal.

Pois bem, na região sudeste esse mesmo movimento aconteceu nos anos cinquenta, com a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, do Instituto Militar de Engenharia, do Coppe, da USP, e de tantas outras escolas de prestígio. Se examinarmos o perfil dos candidatos ao vestibular do ITA, veremos que quase 60 por cento é do sudeste e 19 por cento é do nordeste. Os demais 21 por cento são das outras regiões do país. Mas veremos que dos aprovados, 48 por cento são do sudeste e 42 por cento do nordeste, que apresenta então um aproveitamento melhor. A tendência é que esses alunos do nordeste acabem ficando no sudeste, não retornando a sua região de origem. É exatamente esse tipo de fator que ajuda a manter a diferença entre o desenvolvimento do sudeste e do nordeste. 

Entre os mais evidentes benefícios da presença do ITA em São José dos Campos destaca-se a EMBRAER, indústria aeronáutica de grande relevância mundial, que desenvolve tecnologias não somente para a indústria aeronáutica, mas para outras indústrias que também as utilizam.

Já falei várias vezes sobre isso neste espaço, mas por que volto a falar novamente? Eu não desisti e nem desistirei deste projeto. E na Câmara tenho vários companheiros nessa jornada. Todos os deputados apoiam essa ideia, mas Pedro Fernandes também tem projetos nesse sentido e, como coordenador da bancada, tem usado essa prerrogativa para tentar viabilizar o projeto.

Na quinta-feira da semana passada estivemos com o Comandante da Aeronáutica, Ministro Rossato, que nos recebeu muito bem, com grande cordialidade. Homem preparado, informado e inteligente, nos recepcionou por mais de uma hora. Representando os dezoito deputados da bancada, estávamos eu, Pedro Fernandes, Waldir Maranhão, João Castelo e Rosângela Curado. Ali esclarecemos os problemas da Base de Lançamentos de Alcântara, com o danoso convênio com a Ucrânia, patrocinado pelo governo federal, uma verdadeira lambança que só nos fez perder tempo e dinheiro. Além disso, explicitamos os problemas com comunidades quilombolas, ainda por decidir, o que poderá inviabilizar a base e sua expansão.

A conversa girou em torno de assuntos voltados à tecnologia de ponta produzida pelo ITA até entrarmos no assunto que mais nos interessava: a sondagem sobre o ITA do Nordeste em Alcântara. Levei um levantamento sobre o ITA e a grande participação de jovens do nordeste aprovados, ano após ano, no vestibular do instituto e argumentei sobre a necessidade de um instituto desses em nossa região. Outros estados nordestinos também querem o ITA, como Bahia e o Ceará. Mas nenhum desses tem em seu território uma base de lançamentos aeroespacial e uma estrutura tão grande como a existente em Alcântara. Esse argumento pesou muito para uma decisão inicial muito importante do Ministro Rossato: um acordo em prol de estudarmos em conjunto a implantação de um curso de Engenharia Aeroespacial em Alcântara. Hoje só existe um, muito concorrido, ministrado pelo próprio ITA em São José dos Campos.

Este é um curso de alta tecnologia, com duração de cinco anos, contando com um grande número de matérias muito importantes. Vejam a definição de engenharia aeroespacial: "é o ramo da engenharia que, com base em diversas áreas de física, como a termodinâmica, a mecânica dos fluidos, a mecânica clássica e outras, lida com o projeto, construção e aplicação de aeronaves, espaçonaves e satélites”. 

Vamos preparar um estudo completo para apresentarmos ao brigadeiro Rosatto, que acionará o próprio ITA no projeto e no seu estudo.

Ainda não temos nada, mas convenhamos que este é um passo gigantesco rumo ao desenvolvimento do nosso estado. Pode ser o embrião de um projeto muito maior. 

Ficamos muito animados!   

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