Esse título pode parecer estranho, mas trata de assuntos de grande
interesse para nós. Quando cheguei da viagem ao Irã e a Índia, fui procurado
pelo jornalista Samy Adghimi da Bloomberg, uma das maiores agências de notícias
de negócios do mundo inteiro. Ele estava interessado em saber detalhes da nossa
viagem e sobre as tratativas da refinaria e do polo petroquímico de Bacabeira.
Eu o recebi em Brasília e coloquei logo a minha
impossibilidade de falar abertamente sobre o empreendimento, por envolver
outros países e empresas estrangeiras. Ele me explicou que morou por três anos
no Irã e gostava muito daquele país e que o objetivo dele era apenas dar uma
informação geral e dos motivos da escolha do Maranhão para sediar um
empreendimento empresarial tão grande. Na verdade, depois do nosso encontro, ele
ainda me procurou por WhatsApp para tirar as dúvidas que remanesciam.
Quando a matéria foi publicada, foi logo reproduzida por O
Globo, Exame e UOL, portanto teve uma grande repercussão no Brasil. Eu
destaquei que o projeto ajudaria o país a ser menos dependente das importações
de combustível refinado e a alavancar a economia local. O Embaixador do Irã no
Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, disse em entrevista que seu governo “estava
muito interessado” e “disposto a colocar dinheiro e energia” no projeto.
A Engineers Índia Ltd, empresa de engenharia com sede em Nova
Délhi, confirmou que está participando das discussões, mas seu envolvimento
dependerá das condições de financiamento. Condições essas que já estão
equacionadas, posso informar.
No dia 4 de janeiro o jornal Valor publicou uma matéria
intitulada “Sem investimento, refino arrisca depender muito de importações”,
alertando que a expectativa é de que o déficit mais que dobre até a metade da
década. A Petrobras - descapitalizada pelos descalabros de toda a ordem em que
foi envolvida nos governos passados e em vias de recuperação - não tem como se interessar
em refino, pois todo os recursos de que dispuser serão prioritariamente
investidos em exploração de petróleo no Pré-Sal. Basta recordarmos que a empresa
estava investindo pesado em refino, com os projetos das refinarias Premium do
Maranhão e do Ceará, da Comperg no Rio de Janeiro e da Abreu e Lima em
Pernambuco, que totalizariam 1,2 milhão de barris por dia. Em outras palavras,
gastou muito dinheiro com esses projetos, se endividou e hoje só tem como
resultado 112 mil barris por dia na Abreu e Lima. Nem dez por cento do investimento!
Portanto, a Petrobras realmente não tem o menor interesse em
refinarias e a única maneira do Brasil equilibrar as suas contas com refinados
é com a iniciativa privada ou com o interesse de outros países em construir refinarias
no Brasil.
Partindo desse pressuposto, é nesse projeto fundamental para
o país e para o Maranhão que estamos muito envolvidos agora, pois acreditamos
que uma iniciativa desse porte, agregada a um polo petroquímico, que é um
projeto multiplicador de investimentos e de empregos, o nosso estado terá um
impulso inédito em seu desenvolvimento. Nossa luta não está sendo em vão e
temos motivos para crer que em poucos anos esse cenário será uma realidade.
Reparem que no título desse artigo também falo em violência e
é disso que vamos tratar agora. A América Latina tem 8 por cento da população
mundial e responde por um terço dos homicídios que ocorrem no mundo. O crime e
a violência fazem parte da realidade de quase todos os centros urbanos dessa
região. Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes
(UNODC,) com 58.492 assassinatos somente em 2015, o Brasil concentra sozinho o
maior número de mortes violentas intencionais do mundo, ultrapassando
estatísticas de países em guerra. Com uma realidade tão grave, o controle da
violência no país tornou-se um dos principais desafios ao seu desenvolvimento
sustentável.
Compreendendo essa realidade, que está além da ação isolada
de governos estaduais, o governo Temer vem dando os passos certos para a
superação dos problemas, encarando-o como uma questão nacional.
O fato novo é a nacionalização da atuação das grandes facções
criminosas do Rio de Janeiro e São Paulo. A tragédia em Manaus colocou em
realce um novo patamar na ação dessas facções, que hoje disputam o mercado de
drogas nas fronteiras com o Paraguai e a Colômbia.
Pela primeira vez em muitos anos, o governo federal tomou
iniciativas para coordenar ações de combate ao crime organizado e construção de
novos presídios, reunindo os chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário e várias autoridades responsáveis pela Segurança para definição de
ações conjuntas em três eixos. São eles: redução de homicídios dolosos e da
violência contra a mulher, racionalização e modernização do sistema
penitenciário e fortalecimento das fronteiras no combate aos crimes
transnacionais, em especial narcotráfico, tráfico de armas, contrabando e
tráfico de pessoas.
A visão estreita e regional da abordagem da Segurança Pública
que a inclui como responsabilidade dos governos estaduais, embora correta do
ponto de vista jurídico e constitucional, já não corresponde à necessidade de
enfrentar um problema que tem características nacionais e ameaça a segurança do
país.
Temer está aí para fazer as reformas que conduzirão ao
conserto do Brasil, com apoio do Congresso Nacional. Esse movimento na área da
segurança será sem dúvidas uma dos mais importantes, pois temos na América
Latina exemplos de países destruídos pelo narcotráfico e pelo crime, que nos
alertam para regiões do nosso país que estão nessa rota.
Esse é verdadeiramente um projeto de segurança nacional ante
a violência que explode em todo o lugar e em todas as cidades brasileiras.
E aqui volto a um outro tema que me é caro: Falta, no entanto,
uma ferramenta fundamental para completa eficiência dessas ações de
inteligência, que aliás, praticamente todos os países continentais já dominam o
processo. É a existência de programa espacial, que, por meio de satélites próprios,
viabilize uma vigilância efetiva de nossas fronteiras por onde passam as armas
e as drogas que financiam o crime organizado.
Para isso, o Centro de Lançamentos de Alcântara é fundamental
e está pronto. E o ITA-UFMA será indispensável e já vai começar. Portanto, se
for dada prioridade ao Programa Espacial Brasileiro, poderemos dominar todo o
ciclo da tecnologia espacial que inclui satélites, lançadores e propelentes
líquidos, aqui mesmo a partir de Alcântara.
Avancemos!
Um comentário:
Fico esperançoso em dias melhores para nosso povo, com o trabalho sério e compromissado do nosso empenhado deputado José Reinaldo.
Forte abraço.
Evando Silva,
Vila Nova dos Martírios-MA.
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