Num primeiro momento, funcionários do governo estadual,
sem ter o que dizer sobre a decisão do prefeito João Castelo de criar comissão
para estudar a caótica e prejudicial administração do sistema de água e esgoto
da capital por parte do governo do estado e tomar uma decisão sobre a falta de
cumprimento dos termos da concessão, renovada em 1996, começaram a repetir que
o município não teria a mínima condição de administrar o sistema. É só
desespero, pois quem já provou que não tem mínimas condições de fazer isso é
exatamente o governo de Roseana Sarney.
Além do sofrimento diário imposto à população, esse
estado de coisas impede a expansão da cidade. A ADEMI - Associação de
Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário - pretende procurar a Caema e a
Secretaria da Saúde, a quem a empresa é vinculada e se não houver solução, procurará
a governadora, a fim de tentar encontrar uma solução para o gravíssimo problema
que na verdade afeta toda a cidade. Sim, porque sem poder iniciar obras, quem
sofre mais são os trabalhadores que deixam de ser empregados nos
empreendimentos que não podem começar.
Vejam o que disse a entidade: “Reconhecendo a sua
condição pré-falimentar, a direção da Caema até que expede a licença, porém,
condiciona a captação de esgoto e fornecimento de água para após as obras a
serem executadas pelo PAC II, sabe-se lá quando, e sem a certidão definitiva a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente não expede licença ambiental definitiva”.
“Outro problema vem se verificando com os imóveis da Minha Casa Minha Vida,
pois a CAEMA só libera a certidão após dois anos de uso, mas sem esse documento
a Caixa Econômica não recebe a obra, ou seja, não deixa o mutuário entrar. É o cachorro atrás do próprio rabo”.
É o caos verdadeiro instalado no estado, por culpa do
governo Roseana Sarney que prejudica os empresários, impede o emprego e
prejudica a população. Tudo ao mesmo tempo!
Na semana passada o ex-deputado federal Domingos
Freitas Diniz um dos mais inteligentes, cultos e competentes engenheiros do
Maranhão, grande homem público, fundador do PT com Lula, entrou com uma denúncia
contra a governadora Roseana Sarney junto a Assembleia Legislativa, dirigida ao
seu presidente, deputado Arnaldo Melo, por crime de responsabilidade, solicitando
que a denúncia fosse recebida para que ela fosse processada e julgada como
manda a lei.
O trabalho minucioso do ex-parlamentar é todo baseado
em documentos públicos e é incontestável. No entanto, a maioria que ela tem na
casa deve blindá-la, mas esse gesto contextualiza e documenta a
irresponsabilidade que tomou conta do governo do estado.
Domingos começa com a descrição dos dois sistemas de água
que abastecem a cidade, operados pela Caema por concessão da prefeitura: um construído
pelo governador Newton Bello no Sacavém há cinquenta anos, que é abastecido por
água bruta da Barragem do Batatã. Desse sistema também constam poços de água
subterrânea de diversos lugares da ilha. A estrutura criada por Bello funciona
normalmente até hoje e responde por 30% da água total produzida.
O outro sistema, o Italuis, foi planejado e construído
pelo governador João Castelo há trinta anos com captação do Rio Itapecuru e
adutora de água tratada até São Luís com diâmetro de 1.200 mm em ferro fundido.
Fornece cerca de 70% da água da capital. No final da vida útil da tubulação e
com as “sangrias” que roubam água do sistema, a adutora não suporta mais a
pressão das bombas à plena carga, e a produção foi reduzida. Daí vem o
racionamento permanente de São Luís. Desse modo, sem o Batatã, morreríamos de
sede.
Continua Domingos: Em decreto publicado no DO de
23/9/2009 a governadora assina: “fica declarado, pelo prazo de 90 dias, estado
de calamidade pública no município de São Luís - MA”, “porque sofrerá um possível
colapso” com “o rompimento da adutora”. Vejam que para o art. 3°, inciso IV do decreto federal 5.376, de 17 de
fevereiro de 2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil, estado
de calamidade pública é “o reconhecimento pelo poder público de situação
anormal, provocada por desastres, causando sérios danos à comunidade ou a vida
de seus integrantes”.
O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, a quem
a Caema está subordinada, executando o decreto da governadora que declara
calamidade pública em São Luís, anuncia investimentos de R$ 225 milhões no
abastecimento de água da cidade, com destaque de R$ 170 milhões para a “substituição
de um trecho de 20 quilômetros da adutora,
no Campo de Perizes”. E prometia iniciar em 2010 e com “prazo de conclusão
em 10 meses”. A Caema não tinha nem canos em estoque para substituir os
rompidos, atestou a imprensa da época.
Desta forma, pelas declarações do secretário infere-se
que o prazo de calamidade pública de noventa dias foi prorrogado por mais dez
meses. Contudo, a calamidade continua, porque o trecho de 20 quilômetros da
adutora no Campo de Perizes não foi substituído.
Novo prazo foi aberto e em 1° de Julho de 2011, o
jornal Estado do Maranhão publicou aviso de Concorrência para as obras. Em 25
de janeiro de 2012 o mesmo jornal informou: “Escolhido consórcio que realizará
as obras da adutora do sistema Italuis” e anunciou que o consórcio Edeconcil,
EIT e Pb Construções fora selecionado pelo preço de R$ 107 milhões e prazo de
15 meses.
Mas a calamidade continua e o mesmo jornal, em 2 de
Abril de 2012, publicou: “adutora do Italuís se rompe e 60 bairros ficam sem água”.
O presidente da Caema frisa que a obra está aguardando apenas a ordem de serviço
para ser iniciada”. E informa que a obra tem prazo de 1 ano e custará R$ 131
milhões. Com efeito, por essas declarações infere-se que o contrato havia sido
assinado com o consórcio, aguardando apenas a ordem de serviço.
Entretanto, na edição do Diário Oficial de 26 de junho
de 2012 foi publicada a notícia da anulação da homologação da concorrência. Portanto,
ficou declarado sem prazo o estado de calamidade pública em São Luís, decretado
pela governadora em 21 de setembro de 2009. “Os prazos das leis não valem para
a governadora Roseana Sarney e muito menos os por ela mesma fixados”. Peticiona
Domingos.
Até agora, após três anos aproximadamente da decretação
de calamidade pública, apenas a dispensa de licitação para a contratação de
carros-pipa foi feita. Ressalte-se que muitos desses veículos carregavam
combustíveis e podem contaminar a população, configurando crime de
responsabilidade da governadora.
“Que inusitada balburdia administrativa criou a
governadora Roseana Sarney”, diz Domingos.
Esse mesmo teatro de enganação e irresponsabilidade,
digo eu, ela tentou fazer quando soube que a Globo mostraria uma matéria sobre
a total poluição das praias de São Luís. O que ela fez? Obviamente, anunciou de
forma teatral a execução de diversas estações de tratamento de esgoto na
capital. Pirotecnia pura.
Esse episódio relatado por Domingos Freitas Diniz em
sua petição à Assembleia mostra o verdadeiro resultado da total
irresponsabilidade desse governo em face das necessidades da população da
cidade. Só enganação!
O trabalho, muito bem feito de Domingos, completo, estará
em breve no meu blog. Vale a pena ler.
2 comentários:
sou seu admirador batista barros
sou seu admirador batista barros
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