Os últimos dez dias foram muito ruins para a presidente Dilma Rousseff. Nas ruas tiveram uma ideia - que se revelou ruim - de fazer um contraponto à grande manifestação contra ela realizada no domingo dia 18. Resultado: não conseguiram colocar nem dez por cento das pessoas que espontaneamente foram protestar contra ela, seu governo, Lula etc no dia 18. E olha que mobilizaram a UNE, CUT, Movimento dos Sem-Terra, Sem-Teto e muitos outros. Isso sem contar que proveram inclusive o transporte. Mesmo assim foi uma iniciativa ruim que escancarou ainda mais o grande isolamento atual do governo federal e de Dilma.
Mas grave mesmo foi o que aconteceu depois. O anúncio de que o vice-presidente Michel Temer está abandonando a articulação política do governo. Isso pode ser o passo decisivo para que o PMDB - que vinha sustentando politicamente o governo - abandone Dilma à própria sorte, fazendo com que aquilo que já era precário deixe de existir. Com a saída de Temer, ela perde também o apoio empresarial, pois ele ainda goza de confiabilidade desse setor.
E para culminar, o ministro Gilmar Mendes, apoiado pelo TSE, determinou o início de investigação para apurar se a campanha de Dilma foi financiada com recursos do Petrolão. Conforme falou o ministro, existem fortes indícios desses ilícitos, que foram obtidos em delações premiadas dos donos das empresas investigadas. Isso poderá anular os diplomas da presidente e do seu vice, obrigando a deflagração de um novo pleito.
Como se não bastasse, a opinião de muitos juristas e advogados acerca do pedido de investigação feito pelo Ministério Público Federal sobre o presidente da Câmara Eduardo Cunha é de que a acusação tem muitas lacunas e que, mesmo ocorrendo a aceitação do inquérito pelo tribunal, tornando-o réu, dificilmente ele seria condenado, deixando-o livre para agir, motivado pela sensação de estar sendo perseguido. Isto, claro, se não surgirem provas que o incriminem em novas delações.
Para completar, consta que o apoio da presidente já é de apenas 6por cento, o menor da história, e que dada a gravidade da situação da economia, sempre pior a cada dia, a insatisfação dificilmente reverterá em favor da presidente. Ao contrário, tenderá a piorar.
Enquanto isso, na Câmara,aA perspectiva no momento é de que, depois das palavras de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tenderá a se unir ao PMDB, apoiando um possível governo desse partido liderado por Michel Temer. Este, que começa a se livrar de suas amarras junto ao governo, alega boicote sistemático de palacianos do PT, que interferem a todo o momento e não o deixam trabalhar. Pois bem, com isso ele entrega a Articulação Política e fica livre para conversar com todos os partidos em busca de uma solução política para a crise que se instalou profundamente no país.
Com efeito, ao invés da presidente se livrar de um adversário abatido pela denúncia do Ministério Público, o que poderia lhe dar algum alívio, o que ela vê é o agravamento do quadro de tal forma que hoje são poucos os que acreditam que ela cumprirá todo o seu mandato.
Sem dúvida viveremos tempos politicamente muito tensos nesses próximos meses. Mesmo políticos que fazem parte da base do governo e que tem exercido forte protagonismo em todos esses anos já não acreditam que ela concluirá este ano de mandato.
A coisa está muito feia mesmo.
Se estivéssemos em um regime parlamentarista, possivelmente o governo se dissolveria e teríamos a convocação de novas eleições para que o novo governante tivesse tempo e condições de construir o apoio necessário para enfrentar a crise, fazendo o que fosse necessário para sairmos dela. Acredito que estamos cada vez mais maduros para a implantação do parlamentarismo no país. Basta ver o que acontece na Grécia com a renúncia do Premier. Agora ele vai tentar - fora do governo - construir o apoio político que já não tinha, combatido que era por seu próprio partido. Assim, ele será novamente candidato, talvez apoiado por uma grande coalisão.
E para concluir, o governador Flávio Dino, por meio da Secretaria de Minas e Energia e da Gasmar, convidam para um Seminário cujo tema “Gás Natural a Nova Fronteira Energética do Maranhão” objetivará apresentar as potencialidades do estado como produtor de gás natural e demonstrar que o atual governo garante um ambiente atrativo para o desenvolvimento e a industrialização dessa energia.
Participarão diversos presidentes de empresas que estão trabalhando com muito sucesso no estado nesse setor. O evento servirá também para chamar a atenção de novas empresas que estão interessadas no novo leilão que a Agência Nacional de Petróleo realizará no próximo dia 7 de outubro.
A abertura dos trabalhos se dará com uma conferência do governador Flávio Dino e o encerramento será feito pelo deputado Rodrigo Castro, presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara. O evento ocorrerá em São Luís, no Hotel Pestana, na tarde do dia 27 de agosto próximo.
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