A presidente Dilma definitivamente
parece viver em outro planeta. É impossível que ela não tenha um mínimo de
sensibilidade com o rápido desmoronamento das condições de vida do brasileiro e
da situação socioeconômica do país. Parece não saber que o desemprego está
chegando a níveis alarmantes, a inflação corrói sem pena as finanças familiares,
principalmente as dos mais pobres. Como se não bastasse os indicadores
financeiros que mostram o país piorando a cada dia, a inadimplência aumentando...
Tudo isso exige dela uma resposta à nação e ela simplesmente só dá mostras de
que está totalmente perdida, chegando ao ponto de apresentar como solução a
recriação do famigerado “imposto do cheque”, a CPMF, extinta pelo Congresso no
auge do poder de Lula.
Dilma e sua equipe parecem não
entender que a gravidade do momento requer do governo uma resposta responsável
que enfrente as raízes dos problemas que na verdade foram criados no seu
primeiro mandato. O mesmo sobre o qual lhe coube a alcunha de “direção
temerária”, por muitos atribuída.
Sem resolver problemas fundamentais -
e para isso é preciso que se os reconheçam primeiro - nada pode ser feito para
valer. Dilma parece não saber que o governo gasta muito mais do que arrecada e
que isso leva ao aumento insuportável dos juros, que impedem a nação de crescer
e investir. Qualquer dona de casa sabe disso, mas Dilma acha que, para resolver,
basta aumentar ou criar mais impostos, que já chegam a insuportáveis 35 por
cento, uma das maiores cargas tributárias do mundo. E assim vai o governo, criando
despesa atrás de despesa, sem que isso tenha reflexo na melhoria de vida da
população, pois todos sabem que os serviços que o governo põe à disposição são
sofríveis.
Não bastasse isso, as reformas
fundamentais no sistema de previdência, o aprimoramento do SUS, a reforma
tributária, e o engessamento do orçamento com despesas que chegam a 92 por
cento – fazendo sobrar pouca margem de manobra para investimento - não é nem
sequer mencionado. O excesso de gastança com 39 ministérios e 22 mil cargos em
comissão que só servem para abrigar gente muitas vezes sem as qualificações
necessárias para fazer concursos públicos e ser admitidas pelo mérito funcionam
apenas para criar instâncias burocráticas desnecessárias e que acabam por
aumentar a infernal burocracia de um governo que se revela ineficiente,
gastador e que dificulta a ação da iniciativa privada.
O governo gasta muito e gasta mal, despende
sem freios, pois não está limitado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que
hoje só limita gastos de estados e municípios.
Em outras palavras, não existem
limites para o crescimento da despesa com pessoal e nem de endividamento do
estado, que muitas vezes avança sobre recursos estaduais e municipais e repassa
encargos sem previsão orçamentária a esses entes federados. Com isso, não
existe um estado federado de forma plena no país, mas sim uma concentração de
poderes e recursos no governo federal, sem que isso resulte em melhorias para a
população. Tampouco existe uma aferição de resultados de programas de governo
que são lançados com o anúncio de boas intenções, mas que são mal executados e
mal concebidos, sem metas quantificadas que justifiquem a gastança.
Dentro desse quadro, o governo
ensaiou relançar a CPMF e, debaixo da indignação causada e da certeza de que
não seria aprovada, recuou, principalmente depois que os governadores se
negaram a dar apoio a essa aventura. Com isso a presidente perdeu o que lhe restava
de apoio na classe empresarial e na classe média, uma verdadeira atitude kamikaze
que só fez aumentar o desejo do povo de vê-la pelas costas. Enfim, Dilma age
como se tivesse desorientada, muito longe da realidade problemática do país.
Para encerrar, conto um fato ocorrido
na última vez em que estive no programa Avesso, da TV Guará. Programa, aliás,
muito bem conduzido por Américo de Azevedo Neto. Este mesmo que, na ocasião, me
perguntou o que eu achava de uma afirmação do senador Roberto Rocha de que iria,
sozinho, escolher o candidato a prefeito pelo PSB em São Luís. Respondi-lhe
então que o senador não conhecia a cultura do partido, um partido de base em
sindicatos rurais, em que ninguém mandava e tudo era resolvido coletivamente
por votação das instâncias partidárias. E que dessa forma seria feito novamente
na escolha do candidato do partido em São Luís. Não o agredi e nem o insultei,
apenas alertei que o partido era diferente de outros por onde andou o senador.
Para minha surpresa, este reagiu com
muita agressividade, tentando me insultar, como se isso fosse mudar alguma coisa
dentro do partido. Pois bem, o senador que, em discurso, chama a si mesmo de
“senador Roberto Rocha”, no último sábado, durante a reunião estadual, que
contou com a presença do presidente nacional, sentiu de perto o efeito de
desconhecer a realidade do partido.
Depois que uma entusiasmada plateia
lançou o nome de Bira do Pindaré para concorrer ao cargo de prefeito da
capital, e do discurso de aceitação do próprio Bira, o senador, ao fazer o uso
da palavra, e sem levar em consideração o desejo dos militantes, resolve - como
se fizesse uma concessão - repetir que quem escolhia o candidato, como
presidente do Diretório Municipal, era ele. E que assim se lançava candidato a
prefeito da capital.
Não sei o que Roberto Rocha pensou,
talvez contasse com o delírio da plateia, já que ele, senador, descia das
alturas para se lançar candidato. Não sei mesmo o que pensava, mas o resultado
da falta de conhecimento da cultura partidária só lhe valeu uma sonora vaia por
desafiar o desejo das bases partidárias. Não bastasse isso, teve que ouvir do
presidente estadual e do presidente nacional que essa decisão pertencia não a
uma pessoa, mas às instâncias partidárias como um todo.
Se me tivesse ouvido...
Nenhum comentário:
Postar um comentário