Quando me candidatei a deputado federal decidi intimamente estabelecer
metas para o meu mandato. Conhecedor com bastante profundidade das nossas
deficiências socioeconômicas, estabeleci a meta de colaborar para que o estado
melhore a qualidade da sua educação e da renda de sua população. E óbvio que
isso não foi aleatório, mas sim porque acredito a única forma de conseguirmos
transformar o Maranhão em um estado desenvolvido se dá por essas vias.
A pergunta seguinte que me fiz foi como fazer isso como
deputado em um curto mandato de quatro anos. A resposta a isso tenho mostrado
ao longo do último ano e meio: O foco dos meus esforços está em metas
estruturantes, daquelas que podem fazer uma grande diferença, que sejam tão
importantes a ponto de, pela presença desses projetos entre nós, haver também a
atração de empresários em busca de oportunidade. E está claro que, para criar
esse ambiente, temos que ter entre nós abundante mão de obra qualificada, muito
qualificada.
Um deputado pode pouco, mas uma bancada grande como a do
nosso estado, pode muito, se estiver unida em torno de um projeto muito
importante. Desde que assumi meu mandato tenho esses objetivos em mente. E
trabalho nisso todos os dias.
O projeto que elegi como minha meta principal era na verdade
um sonho antigo. Trazer a melhor e mais conceituada escola de engenharia do
Brasil e uma das melhores do mundo, o ITA, Instituto Tecnológico da Aeronáutica,
para o Maranhão. Nosso desejo é repetir aqui o que aconteceu em São José dos
Campos, que, considerada nos anos 50 como região das cidades mortas de São
Paulo, se transformou em um dos maiores polos de desenvolvimento do mundo, sede
da indústria aeronáutica brasileira e de muitas indústrias de ponta, um grande
polo de desenvolvimento do estado de São Paulo.
Focado nessa meta, procurei inicialmente estudar
profundamente Alcântara e o Centro de Lançamento da Aeronáutica. Quando me considerei
preparado, pedi ao deputado Pedro Fernandes, então eleito Coordenador da
Bancada maranhense, que marcasse uma audiência com o Comandante da Aeronáutica
para tratarmos do assunto. Era uma tarde de quinta-feira e nem todos os
deputados puderam ir. Éramos uns seis naquele dia.
Quando introduzi o assunto, o Comandante Brigadeiro Nivaldo
Rossato nos respondeu que esse era um desejo de muitos estados, como a Bahia,
Pernambuco, Ceará e tantos outros e que não tinha como se comprometer com o
Maranhão, passando por cima de tantas outras solicitações ocorridas antes de nos
pronunciarmos. E acrescentou que o ITA não considerava a ideia de se instalar
em outro lugar, além de São José dos Campos, onde já estava.
Como estava preparado, argumentei: “É, Comandante, mas nenhum
desses estados tem um Centro de Lançamentos de importância mundial. Só o
Maranhão!”. O Comandante ficou calado por um tempo e respondeu depois de alguma
reflexão: “É verdade, o único é no Maranhão. Os senhores têm toda razão, esse é
um argumento que ninguém pode contestar, baseado na realidade”. Em seguida
iniciamos uma conversa extremamente produtiva, cujo transcorrer acabou
ensejando a sugestão do próprio Comandante de implantar em Alcântara o curso de
Engenharia Aeroespacial. Ganhávamos ali um aliado de peso, fundamental mesmo,
para o nosso projeto do ITA no Maranhão. O projeto começava.
Daí em diante, estivemos no ITA e conseguimos nessa visita importante
apoio de um professor da instituição, o Brigadeiro Pazini, que muito nos ajudou
com as suas orientações. Também estivemos várias vezes com o Comandante da
Aeronáutica e também com o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial, enfim, avançamos sempre, até conseguirmos o apoio do próprio ITA.
Ato contínuo, por delegação do Comandante Fossato, escolhemos
a UFMA como parceiro do projeto, principalmente porque, como universidade
federal, tal qual o ITA, ficava mais fácil a destinação de recursos federais. De
fato, durante todo o processo, cada vez mais nos certificávamos do acerto da
escolha, pois a universidade entrou com força no projeto e fez um ótimo
trabalho.
Hoje temos o curso de Engenharia Aeroespacial todo definido,
do primeiro ao quinto ano, semestre a semestre, contendo ainda os requisitos
para a concepção dos laboratórios e a formação de professores e alunos. Além
disso, aconteceu um fato fundamental para dar credibilidade ao projeto: a
bancada maranhense destinou uma de suas duas emendas impositivas à LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) para o nosso instituto. Foi unânime o apoio recebido por
nossos parlamentares.
Na sexta-feira da semana passada o Reitor do ITA, engenheiro
Anderson Correa esteve na UFMA a meu convite em reunião com a Reitora Nair
Portela e com o grupo de trabalho formado por chefes de Departamentos da
universidade e professores. Esse grupo é muito bem chefiado pelo professor Alan
Kardek.
Essa reunião foi decisiva. Todas as dúvidas foram tiradas e
tudo foi equacionado. O curso será dado em completa interatividade pelo ITA e
pela UFMA. Os alunos passarão períodos em São José dos Campos, farão trabalhos
nos laboratórios de lá e serão acompanhados pelos professores de lá e daqui.
Terão também aulas interativas em videoconferências e serão certificados ao
final pelo ITA e pela UFMA. Perfeito. Conseguimos o que ninguém conseguiu e a
solução é a melhor possível.
Acordamos também na visita do Reitor que o UniCEUMA realizará
em suas instalações o processo seletivo para o ingresso dos alunos no ITA de
São José dos Campos. O ITA já faz isso em 23 instituições e agora chega também
ao nosso estado. Isso beneficia os alunos que, dessa forma, não precisam se
deslocar para aquela cidade, a fim de se submeterem aos exames de admissão ao
ITA. Poderão fazê-lo aqui mesmo.
Com efeito, teremos dois vestibulares para o ITA em São Luís.
Um na UFMA - para o nosso ITA - e outro no UniCEUMA para o de São Paulo.
Tudo resolvido e dever cumprido em apenas um ano e meio de
muito trabalho. É claro que ainda há muito trabalho a fazer, mas agora temos um
grande número de professores muito capacitados que se encarregarão das
providências. No que couber, sabem que contarão sempre comigo e o mais
importante: com o apoio de toda a bancada.
Estou muito feliz e pronto para a minha segunda meta: ajudar
a trazer a refinaria e o polo petroquímico para o Maranhão. Estamos também
muito próximos disso! Avante!
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