O presidente Temer, mudando o marasmo administrativo que
caracterizou o país nos últimos anos, mobiliza o governo para fazer a mais
fundamental de todas as ações: o olhar em prol da educação. Ao mesmo tempo que
prepara uma medida provisória com uma importante reforma do ensino médio, proposta
pelo ministro da Educação, dá as mãos aos governos estaduais e abre uma linha
de financiamento pelo BNDES para essa que é uma das áreas mais importantes para
o futuro do país. A educação de qualidade é que vai resolver o problema da
renda e do emprego e é a melhor ferramenta para o desenvolvimento do Brasil.
O ministro da Educação, deputado Mendonça Filho, reagiu
imediatamente ao medíocre nível educacional do país, revelado pelo IDEB, e
propôs uma medida provisória para reformar o ensino médio. Este permanecia estagnado desde 2011, com
resultados longe das metas estabelecidas para melhorar a qualidade do ensino
brasileiro. Isso sem contar que quase 70% dos estudantes que o cursam estão
insatisfeitos com o desenho estabelecido. Eis o porquê de grande número destes quererem
abandonar a escola.
Basicamente o governo pretende fatiar essa etapa escolar e
transformá-la num sistema modular que permita ao aluno obter certificados
parciais.
Ao fim de cada semestre letivo, o estudante poderá trancar a
matrícula, com certificado de conclusão até aquele ponto, a partir do qual
poderá retomar os estudos posteriormente. Além disso, a educação
profissionalizante estará incluída no ensino médio como parte complementar às
matérias obrigatórias. O novo sistema deverá funcionar com 50 por cento da
carga curricular obrigatória e comum nacionalmente, que deve ser definida pela
Base Nacional Comum Curricular, atualmente em discussão, e os outros 50 por
cento incluirão disciplinas extras, como um ‘’aprofundamento da formação’’.
Ficará a cargo dos sistemas estaduais, que respondem por
cerca de 97 por cento das matrículas do ensino médio público do país, definir
quais disciplinas deverão ser ofertadas na metade ‘’aberta’’ do currículo nas
seguintes áreas: linguagem, matemática, ciências sociais e humanas, ciências da
natureza e formação técnica profissionalizante.
A ideia de flexibilizar o formato de ensino – dando às redes
locais independência para alinhar as expectativas do aluno ao conteúdo a ser
ministrado dentro de parâmetros gerais – está no cerne da proposta do governo.
O objetivo é fazer da escola um local mais atraente, enxugando disciplinas
excessivamente detalhadas e evitando repetir matéria que o aluno já domina. Dessa
forma, estudantes que já têm proficiência em inglês, ou tecnologia da
informação, por exemplo, poderão ser liberados das disciplinas ou pular para
turmas mais avançadas.
O inglês será obrigatório. E o espanhol não será a segunda
língua. Mas, se houver uma segunda língua, o espanhol será recomendado. Ademais,
o governo quer apostar na ampliação da jornada escolar para tirar o ensino
médio da estagnação verificada desde 2011, com o IDEB paralisado em 3,7 pontos,
longe da meta de 4,3 pontos projetada para 2015.
A do Maranhão foi 3,3 pontos.
A proposta foi avaliada positivamente por especialistas e traz
para o Brasil o mesmo método de ensino das nações desenvolvidas. “O Brasil tem
que parar de tentar inventar a roda. Precisa ir na direção de ter um núcleo
comum e trajetórias flexíveis, tanto acadêmicas quanto profissionalizantes.
Essas mudanças vão em uma boa direção”, afirma Ricardo Henriques,
Superintendente Executivo do Instituto Unibanco.
Com efeito, como os estados precisarão se incorporar à
reforma, pois serão os executores dela, o BNDES anunciou financiamento na área
de educação, uma inovação muito bem-vinda, porque, para terem acesso a esses
recursos baratos, os governos estaduais terão que apresentar projetos completos
de como pretendem gastar esses recursos, necessariamente baseados em metas e
objetivos bem delineados para a melhoria da qualidade de ensino. Isso sem
contar a formação continuada para os professores, peças-chave no êxito da
reforma.
Mudando de assunto, estive com o Comandante da Aeronáutica,
em uma conversa muito proveitosa, de quase uma hora sobre o Programa Espacial
Brasileiro, Frente Parlamentar e ITA.
Depois eu conto.
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