Há
cerca de duas semanas, a convite da secretária de Minas e Energia,
Crisálida Rodrigues, e do secretário de Agricultura, Marcio Honaiser,
estive na Mata, área rural de São José de Ribamar. Nesse evento, houve a
entrega de um sistema de energia solar composto por placas
fotovoltaicas e um conversor, com o objetivo de fornecer energia
elétrica para um sistema de irrigação por aspersão de frutas e
hortaliças já existente ali, que abastecem São José e São Luís com
produtos disponibilizados em feiras e supermercados.
O
sistema funcionou muito bem, mesmo com o dia nublado que encontramos. A
iniciativa trará grande benefício aos produtores, pois economizarão
muito em energia. Foram apenas quatro placas fotovoltaicas, mas o
conversor suporta doze delas. Certamente, em pouco tempo ele estará
completo, ampliando em muito as vantagens do projeto. Foi uma manhã
festiva, de comemoração e ali estavam vários agricultores familiares -
até de outros municípios - desejosos de ver o sistema funcionar. Revi
agricultores que conheci no meu governo, época em que demos um forte
apoio ao setor, com as Casas da Agricultura Familiar, com a assistência
técnica e com os financiamentos do Pronaf. Esse apoio traduziu-se no
período a quase 400 milhões de reais por ano, em trabalhos muito bem
conduzidos, inicialmente por Conceição Andrade e depois por José Lemos. A
tudo isso somou-se, no final do governo, um segundo esforço que foi a
aprovação do empréstimo contraído junto ao Banco Mundial para o fundo de
combate a pobreza.
Lá
na Mata reencontramos o Abdon, grande liderança na região, agricultor
familiar muito bem sucedido, um exemplo a ser seguido, entre outros.
Vale
a pena contar como Abdon, que era funcionário público, que tinha um
sítio onde plantava por diversão, resolveu largar tudo para se tornar um
bem sucedido agricultor familiar. Ele mesmo conta que no meu governo
integrou uma comitiva de agricultores familiares que mandei ao Ceará
para aprenderem como se faz agricultura familiar usando tecnologia e
assistência técnica para ganhar produtividade e ter lucros,
ultrapassando a subsistência que caracteriza esse tipo de agricultura.
Contou
ainda que voltou de lá outra pessoa, aprendeu com tudo aquilo,
acreditou e largou o que fazia, chamou a família e se dedicou
inteiramente a agricultura familiar. Hoje, além de frutas e hortaliças,
cultiva um milho de excelente qualidade, e que aprendeu os segredos
desse cultivo com outro agricultor, de Paço do Lumiar, conhecido da
Julia, outra amiga que tem orgulho de ser agricultora.
O
que mais me alegrou foi ver a família toda trabalhando, com os filhos
orgulhosos de serem agricultores. Esta é sem dúvida uma nova
mentalidade, muito bem-vinda, pois muitos jovens agricultores trabalham
quase obrigados pelos pais, ansiosos para irem para as cidades e
investirem em outros caminhos.
Abdon,
líder esclarecido, faz questão de mostrar a sua casa, que diga-se é uma
daquelas casas grandes e acolhedoras cercada de varandas, muito
confortável. Mostra-nos ainda o caminhão frigorifico que adquiriu e que
lhe permite entregar produtos frescos, todos os dias em feiras da região
e nos supermercados.
Os
Superintendentes do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste estiveram lá
e gostaram do que viram. O Superintendente do BNB, José Expedito, me
disse que tem muito dinheiro para emprestar para esses empreendimentos
(de energia, de fruticultura, doces, etc). Disse-me ainda que
recentemente fez uma viagem a Barreirinhas e, vindo pela estrada, viu
tantos cajueiros carregados sem nenhum aproveitamento…"Um desperdício",
me confessou. Com recursos baratos do Fundo Constitucional do Nordeste,
vê com tristeza que parte dessa verba volte sem aplicação produtiva no
Maranhão. Um desperdício que não podemos nos dar ao luxo de aceitar.
Falei
a ele que, pelo excelente trabalho que o João Martins do Sebrae está
fazendo, talvez uma ação focada entre os dois possa ajudar a quebrar
esse imobilismo. Os jovens maranhenses, principalmente, precisam
acreditar na iniciativa privada, sentimento muito mais forte entre
aqueles dos nossos vizinhos Ceará e Piauí.
Mas
as coisas estão mudando. Com esses exemplos, se os agricultores tiverem
uma boa e disponível assistência técnica, treinamento e capacitação,
esse setor poderá contribuir muito para a erradicação da pobreza e o
aumento da renda familiar.
Nesse
dia, à tarde, a afluência dos agricultores familiares à Secretaria de
Minas e Energia foi muito grande. Todos querendo participar do programa,
pois o custo de energia pesa muito na irrigação.
É uma ótima iniciativa do governo de Flávio Dino, por intermédio da Secretaria de Minas e Energia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário