A última quinta-feira foi muito agradável e produtiva para
mim. Fui convidado para uma palestra sobre as potencialidades e problemas do
Maranhão e os projetos que, acredito, estejam ao nosso alcance a curto e médio
prazo.
No sábado, experimentei o mesmo sentimento em encontro
promovido pela Marinha e que reuniu a bancada maranhense, num momento muito
esclarecedor e promissor para o Maranhão.
Na FIEMA, mostrei os projetos estruturantes, importantes e
que, se implantados, mudarão por completo a economia ainda incipiente do nosso
estado. Projetos esses a que me dedico, junto com a bancada maranhense na
Câmara e muitos dos quais já se encontram em etapas avançadas.
Aqui cabe uma observação: o primeiro citado foi o Programa
Espacial Brasileiro. Por quê? Se ele engrenar, isso significa recursos
permanentes à disposição para o desenvolvimento de tecnologias importantes para
alcançarmos o domínio completo do espaço. Essa ação também será fundamental
para transformar o Centro de Lançamento de Alcântara em um grande indutor do
progresso do nosso estado. Em seguida, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica; a
Refinaria e o Polo Petroquímico; a 2ª Esquadra Naval; Terminais Portuários de
Uso Privativo; Cidade Digital; Energia Solar, Eólica, Gás e Biomassa;
Regularização Fundiária; Zoneamento Agrícola e Pesquisa para o desenvolvimento
do setor agrário.
Farei um breve resumo da importância desses projetos e constataremos
que cada um deles poderá dar, por si só, imensa parcela de contribuição ao
nosso desenvolvimento sustentável.
O CLA poderá, desde que resolvidos os seus problemas - e
nisso estamos empenhados, ter um uso comercial, alugando suas plataformas de
lançamento para outros países. Além disso, poderá principalmente atuar como
ponto fundamental para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro,
tornando-se, dessa forma, um complexo tecnológico importante e com grande poder
de atração de empresas para cá.
O ITA é fundamental, pois sem mão-de-obra altamente
qualificada essas iniciativas não se sustentam. Basta ver o que aconteceu em
São José dos Campos - SP, que, de região das cidades mortas de São Paulo,
passou a ser um dos polos de tecnologia mais importantes do país.
Já a Refinaria e o Polo Petroquímico, contando com bilhões de
dólares de investimentos, também será um grande imã de atração de empresas. Essa
iniciativa atrairá tanto indústrias produtoras de matérias-primas quanto aquelas
de produtos acabados. Hoje é praticamente impossível passar os dias sem a
participação de algum produto obtido a partir da indústria petroquímica. Só
para ilustrar são derivam dessa indústria roupas, colchões, embalagens para
alimentos e medicamentos, brinquedos, móveis, eletrodomésticos, carros, aviões,
xampus, cosméticos, plásticos, borracha sintética, detergentes, solventes, fios
e fibras sintéticas, fertilizantes, parafina, nafta, amônia, poliéster, resina
PET, nitrogenados, entre outros.
A possibilidade de atrairmos empresas para cá é imensa. E com
isso se configuram também as oportunidades de empregos, suprimentos, casas,
transporte de massa, aeroportos de cargas, etc. Isto é, uma infinidade de
oportunidades para empresas daqui.
Um projeto desses mudaria ou não o Maranhão?
A 2ª Esquadra Naval é também um projeto indutor de grandes
oportunidades para o investimento e o emprego. Virão para cá mais de 5 mil
famílias de militares, uma agregação de renda ao nosso cotidiano. Mas a
presença da esquadra aqui é muito mais do que isso, pois terão que ser
construídos novos atracadouros para dezenas de navios que terão como base São
Luís, inclusive com o aproveitamento da Ilha do Medo. Daí virão estaleiros,
grandes plataformas para todo o tipo de suprimentos, desde alimentação até
combustíveis, serviços diversos, alojamentos, casas, etc.
A bancada maranhense está ajudando muito. Eu, Pedro Fernandes
e Waldir Maranhão aprovamos emenda garantindo 11 milhões de reais para as
primeiras obras que começarão ainda neste ano. Contudo, as necessidades serão bem
maiores no futuro.
Agora falarei sobre os Terminais Portuários de Uso Privativo.
Para a CODOMAR, Companhia Docas do maranhão, empresa que estava sem uso e
prestes a entrar em lista de extinção, solicitei ao Presidente Temer a nomeação
de um técnico experimentado, Edmundo Filho. Com muito trabalho, ele já
conseguiu reanimar a companhia, e por meio de estudos com consultores
especializados, já estão definidos cinco novos portos com excelentes condições
de calado e canal de acesso. Eles não formarão novos portos públicos, mas serão
terminais privativos, o que constitui um grande atrativo para empresas
especializadas. São todos na Baía de São José de Ribamar e têm ampla área de
retroporto. Um deles ficará com a refinaria e um outro deverá ser porto de
suprimento das plataformas de petróleo, já que existem grandes indícios de
petróleo nas costas do Maranhão e do Pará.
Retroporto é fundamental para um porto. O grande trunfo do
Porto de Pecém, no Ceará, é sua imensa área de retroporto. Por isso o
empreendimento cresce rapidamente.
Vejam que o Itaqui será sempre o principal porto do Maranhão.
Mas isso está ameaçado pela eventual criação de uma inusitada Reserva
Extrativista, a de Tauá-Mirim, localizada em área urbana fundamental para que o
Itaqui, já estrangulado, poder se expandir e receber grandes investimentos de
retroporto. Tudo depende do Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que
anteriormente já havia prometido na FIEMA que essa área não seria homologada. Se
isto que ele afirmou se confirmar, será um grande serviço que o ministro poderá
fazer pelo Maranhão.
Deixarei os próximos projetos relatados na FIEMA para o
próximo artigo. São muito importantes também. Acompanhem!
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