terça-feira, 4 de abril de 2017

CONVERSA COM A FIEMA E COM A MARINHA



A última quinta-feira foi muito agradável e produtiva para mim. Fui convidado para uma palestra sobre as potencialidades e problemas do Maranhão e os projetos que, acredito, estejam ao nosso alcance a curto e médio prazo. 

No sábado, experimentei o mesmo sentimento em encontro promovido pela Marinha e que reuniu a bancada maranhense, num momento muito esclarecedor e promissor para o Maranhão.

Na FIEMA, mostrei os projetos estruturantes, importantes e que, se implantados, mudarão por completo a economia ainda incipiente do nosso estado. Projetos esses a que me dedico, junto com a bancada maranhense na Câmara e muitos dos quais já se encontram em etapas avançadas.

Aqui cabe uma observação: o primeiro citado foi o Programa Espacial Brasileiro. Por quê? Se ele engrenar, isso significa recursos permanentes à disposição para o desenvolvimento de tecnologias importantes para alcançarmos o domínio completo do espaço. Essa ação também será fundamental para transformar o Centro de Lançamento de Alcântara em um grande indutor do progresso do nosso estado. Em seguida, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica; a Refinaria e o Polo Petroquímico; a 2ª Esquadra Naval; Terminais Portuários de Uso Privativo; Cidade Digital; Energia Solar, Eólica, Gás e Biomassa; Regularização Fundiária; Zoneamento Agrícola e Pesquisa para o desenvolvimento do setor agrário.

Farei um breve resumo da importância desses projetos e constataremos que cada um deles poderá dar, por si só, imensa parcela de contribuição ao nosso desenvolvimento sustentável.  

O CLA poderá, desde que resolvidos os seus problemas - e nisso estamos empenhados, ter um uso comercial, alugando suas plataformas de lançamento para outros países. Além disso, poderá principalmente atuar como ponto fundamental para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro, tornando-se, dessa forma, um complexo tecnológico importante e com grande poder de atração de empresas para cá.

O ITA é fundamental, pois sem mão-de-obra altamente qualificada essas iniciativas não se sustentam. Basta ver o que aconteceu em São José dos Campos - SP, que, de região das cidades mortas de São Paulo, passou a ser um dos polos de tecnologia mais importantes do país.

Já a Refinaria e o Polo Petroquímico, contando com bilhões de dólares de investimentos, também será um grande imã de atração de empresas. Essa iniciativa atrairá tanto indústrias produtoras de matérias-primas quanto aquelas de produtos acabados. Hoje é praticamente impossível passar os dias sem a participação de algum produto obtido a partir da indústria petroquímica. Só para ilustrar são derivam dessa indústria roupas, colchões, embalagens para alimentos e medicamentos, brinquedos, móveis, eletrodomésticos, carros, aviões, xampus, cosméticos, plásticos, borracha sintética, detergentes, solventes, fios e fibras sintéticas, fertilizantes, parafina, nafta, amônia, poliéster, resina PET, nitrogenados, entre outros.

A possibilidade de atrairmos empresas para cá é imensa. E com isso se configuram também as oportunidades de empregos, suprimentos, casas, transporte de massa, aeroportos de cargas, etc. Isto é, uma infinidade de oportunidades para empresas daqui. 

Um projeto desses mudaria ou não o Maranhão?

A 2ª Esquadra Naval é também um projeto indutor de grandes oportunidades para o investimento e o emprego. Virão para cá mais de 5 mil famílias de militares, uma agregação de renda ao nosso cotidiano. Mas a presença da esquadra aqui é muito mais do que isso, pois terão que ser construídos novos atracadouros para dezenas de navios que terão como base São Luís, inclusive com o aproveitamento da Ilha do Medo. Daí virão estaleiros, grandes plataformas para todo o tipo de suprimentos, desde alimentação até combustíveis, serviços diversos, alojamentos, casas, etc.

A bancada maranhense está ajudando muito. Eu, Pedro Fernandes e Waldir Maranhão aprovamos emenda garantindo 11 milhões de reais para as primeiras obras que começarão ainda neste ano. Contudo, as necessidades serão bem maiores no futuro. 

Agora falarei sobre os Terminais Portuários de Uso Privativo. Para a CODOMAR, Companhia Docas do maranhão, empresa que estava sem uso e prestes a entrar em lista de extinção, solicitei ao Presidente Temer a nomeação de um técnico experimentado, Edmundo Filho. Com muito trabalho, ele já conseguiu reanimar a companhia, e por meio de estudos com consultores especializados, já estão definidos cinco novos portos com excelentes condições de calado e canal de acesso. Eles não formarão novos portos públicos, mas serão terminais privativos, o que constitui um grande atrativo para empresas especializadas. São todos na Baía de São José de Ribamar e têm ampla área de retroporto. Um deles ficará com a refinaria e um outro deverá ser porto de suprimento das plataformas de petróleo, já que existem grandes indícios de petróleo nas costas do Maranhão e do Pará.

Retroporto é fundamental para um porto. O grande trunfo do Porto de Pecém, no Ceará, é sua imensa área de retroporto. Por isso o empreendimento cresce rapidamente.

Vejam que o Itaqui será sempre o principal porto do Maranhão. Mas isso está ameaçado pela eventual criação de uma inusitada Reserva Extrativista, a de Tauá-Mirim, localizada em área urbana fundamental para que o Itaqui, já estrangulado, poder se expandir e receber grandes investimentos de retroporto. Tudo depende do Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que anteriormente já havia prometido na FIEMA que essa área não seria homologada. Se isto que ele afirmou se confirmar, será um grande serviço que o ministro poderá fazer pelo Maranhão.

Deixarei os próximos projetos relatados na FIEMA para o próximo artigo. São muito importantes também. Acompanhem!

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