terça-feira, 11 de julho de 2017

E O BRASIL?



Em conversas com amigos, encontro muitos interessados em conversar sobre política e sobre fatos políticos ocorridos no Maranhão. Um dos favoritos é a cassação de Jackson Lago. Falaram sobre a falta de reação de Jackson, ou melhor, de uma “não-reação” pragmática e competente por parte dele. E sendo ele um político tão experiente e acostumado a duras lutas políticas, como deixou isso acontecer?

Eu creio que faltou a Jackson a experiência que um mandato de deputado federal dá a qualquer um e principalmente a aqueles mais experientes e talentosos. Foi determinante para isso a perda da eleição, quando disputou uma cadeira de deputado federal. Naquela ocasião, Jackson teve uma das maiores votações do Maranhão, mas foi derrotado, porque o seu partido ou coligação não obteve o número de votos de legenda para fazer um deputado federal. Isso lhe fez muita falta.

Com isso, não conheceu o que é aquela casa, o que acontece ali, as forças que se aglutinam, as causas, as jogadas e os lances políticos, o caldeirão cultural, as fragilidades e os talentos. Não é fácil e muitos não conseguem se integrar. O conhecidíssimo Ratinho, por exemplo, homem de sucesso na televisão, um dia me disse que nunca mais voltaria. Ele não se adaptara ao discursório implacável, enquanto as coisas são resolvidas em outras instâncias, como o colégio de líderes e assemelhados, que ocorre longe dos holofotes. Nem todos entendem o parlamento. Mas sua lógica é assim no mundo todo.

Jackson não conheceu, de perto, o jogo pesado entre os três poderes, o clima de intriga e o jogo de egos permanente. Evitava mesmo esse convívio.

Eu, que partilhei com ele esses tempos difíceis, e por inúmeras vezes estive à noite no Palácio dos Leões em conversas, alertando-o e o vendo concordar comigo. Mesmo assim, me acostumei a ver que nada do que tínhamos concordado naquelas reuniões, ele fazia ou determinava que fosse feito. Acredito que, por falta de experiência nesse jogo mais alto do poder, ele não acreditava, por ser o homem honrado que era, que pudesse ser cassado.

Creio que também pesou muito a falta dos conselhos dos seus muito experientes amigos de sempre, como Neiva Moreira, com dificuldades com a saúde, e o Mauro Bezerra, falecido logo no começo do seu mandato. 

Ele até desprezou uma ajuda enorme que lhe foi oferecida por Flávio Dino, que havia há pouco deixado a toga, mas que, muito respeitado no meio jurídico, podia ter dado outro rumo ao processo. Jackson tinha seus antigos advogados e não quis mudar, desprezando o meu aconselhamento em contrário.

Deu no que deu.

Essas reflexões eu faço em um momento em que vemos o PSDB mergulhar de cabeça seduzidos pelo movimento dos “cabeças pretas”, jovens deputados do partido, que tentam embarcar num jogo em que nada ganharão, sem olhar para a situação do país. Mudança agora fará o Brasil perder muito e passar a flertar com o abismo que envolveu a Argentina no passado, quando aquele país submergiu ao caos social e político, com trocas de governos a cada semana e com o desemprego e a violência dominando as ruas.

O que fazem, na verdade, não os aproxima do poder. Pelo contrário, os afasta, pois só quem sabe ganhar com essas situações é o PT, ele mesmo, que, em governos sucessivos, quebrou o país. Desse cenário decorre o aviso dado por Dirceu, grão-duque do partido, que vaticinou: nós voltaremos logo a governar o país.

Do jeito que estamos indo, o combate em 2018 será entre Lula e Bolsonaro, salvadores da pátria de plantão, que terão a missão de governar o país tomado pela insolvência, pelo descrédito e pelo desemprego. 

É para lá que estamos indo e Lula está mais vivo do que nunca!

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