A reunião de quarta-feira última que decidiu se a Câmara daria o
aval para que o presidente Temer fosse processado alvoroçou os fazedores de
“pós-verdade” aqui no Maranhão. Estes partiram para queimar todos os que
consideram adversários, certamente a serviço de causas inconfessáveis,
remunerados ou não.
Na verdade, foi a reunião dessa gravidade - tirar ou não um
presidente do exercício do cargo - mais calma e sem tensão da qual jamais
participara. E estive presente nas três vezes em que eventos dessa natureza
ocorreram: os impeachments de Collor, Dilma e o aval para processar Temer.
Dentro da Câmara não havia nenhum grupo de pressão atuando,
nem nas galerias, tampouco na esplanada. Não apareceu um único petista naquele imenso
espaço em frente ao Congresso. Ninguém. Esquisito, não?
É claro que no recinto da sessão, a oposição bradava contra
Temer. Fez o que devia fazer, ou seja, política.
Mas estranho ainda, não? Porém, uma entrevista de Luciana
Genro, filha de Tasso Genro, grão-duque petista, deu luz ao que acontecia: ela
declarou que Lula preferia manter Temer no poder, sangrando (nas palavras dela)
pois assim seria mais fácil derrotá-lo no próximo ano.
Lula é pragmático. A decisão de quarta-feira não era Temer
contra ele. Só aqui no Maranhão alguns espertos tentaram fazer essa vinculação em
seu próprio benefícios.
Lula sabe que, se o presidente saísse, Rodrigo Maia assumiria:
um político novo, experiente, competente, uma incógnita. Melhor deixar Temer.
Se vai ser assim mesmo, não sei. Mas é o que parece para
muitos...
Foi então que inventaram que os deputados foram comprados
para votar a favor de Temer. A Folha de São Paulo de sexta-feira passada mostra
a verdade. As emendas dos parlamentares, desde o governo de Dilma, são
impositivas. É obrigação liberar, não existe favor nenhum. E os dados? Na média
cada parlamentar que votou em Temer obteve a liberação de 3,4 milhões de reais.
Já os contrários tiveram 3,2 milhões. A comunista Alice Portugal, por exemplo,
que em seu voto denunciou a compra indiscriminada de deputados, recebeu – pasmem
– 10,5 milhões de reais oriundos das mesmas emendas. Compra de deputados
destrambelhada essa, não?
E tem mais: é possível afirmar que - em média - petistas
receberam mais do que os deputados do PSDB que votaram contra Temer.
Eu conheço Lula melhor que muitos petistas daqui do estado,
pois convivi muito com ele quando eu governava o Maranhão e ele era presidente.
Um dia, em plena semana santa, ele me tirou de um repouso em Barreirinhas para me
pedir que acabasse a briga com Sarney, demonstrando seu pragmatismo e o apreço
pelo ex-presidente.
Nunca me chamou para fortalecer o PT aqui. Só recebi um
pedido nessa direção: foi o de Zé Dirceu, que me pediu para nomear Remi Trinta como
secretário de estado, para que Washington Oliveira assumisse a Câmara como
deputado no lugar daquele. E o pedido foi atendido.
Não desconheço que o Bolsa Família alcança quase sessenta por
cento das famílias maranhenses e que, por isso, os maranhenses são gratos a
Lula.
Portanto, “amigos”, não tentem confundir mais ainda a cabeça
do cidadão. Um pouco de verdade não faria mal. Lula não perdeu nada e nem eu
votei contra ele.
Votei na estabilidade, no emprego, na recuperação econômica, que,
a meu ver, é a única maneira de melhorar a vida da população e combater a
miséria. Estou absolutamente convicto de que o país não aguentaria outra troca
de presidente, o que, sem dúvidas, paralisaria o país. E ainda o fato de que no
ano que vem teremos eleição presidencial. É muita irresponsabilidade concorrer
para isso, é virar as costas para o povo brasileiro e seus problemas. Uma
estratégia como essa parece coisa de gente que é favorável ao cenário do “o
quanto pior, melhor”, mas isso o Brasil não tem como aguentar.
Além do mais, ninguém deu um perdão a Temer e nem o julgou,
pois quando ele deixar de ser presidente, no final do ano que vem, o processo
contra ele terá prosseguimento na justiça de primeiro grau.
O povo pode não gostar de Temer, como mostram as pesquisas. Contudo,
definitivamente não quer tirá-lo da presidência. As ruas estão vazias e o “Fora
Temer” não vingou.
Essa é a verdade, que independe da vontade de candidatos ou
seus acólitos.
E a Câmara cometeu alguma ilegalidade ou fez alguma coisa
vergonhosa? Não, definitivamente não. A Câmara seguiu, estritamente, a
Constituição. Nem um abuso, nenhum golpe. E moralmente? Também, pois inclusive
vários ministros do Supremo elogiaram a decisão daquela Casa sobre a denúncia,
afirmando que o arquivamento traz estabilidade ao país.
Eu votei com a minha consciência. Votei pelo país. Estou
tranquilo.
E para encerrar, o presidente Temer, a pedido da bancada,
resolveu o desastre que poderia acontecer com as administrações municipais,
decorrente de um erro na liberação de recursos do FUNDEB (a mais), em dezembro
do ano passado, que teriam que ser descontados em uma única parcela das novas
administrações municipais. Essa atitude faria com que as prefeituras corressem
o risco de não poder pagar professores, desorganizando a economia de todas
elas, um caos iminente.
Com grande sensibilidade, vários deputados e o presidente da
FAMEM, o prefeito Tema, compareceram em audiência marcada por mim e felizmente
encontramos a solução do problema, já resolvido em definitivo.
Para concluir, tenho a honra de informar que no próximo dia
15 de agosto, no Centro de Lançamento de Alcântara, será assinado o Convênio
entre o ITA e a UFMA, com os termos do acordo definidos, o que vai possibilitar
o início das aulas do curso de Engenharia Aeroespacial. Um importantíssimo
passo para o desenvolvimento do Centro Espacial de Alcântara e para o desenvolvimento
do nosso estado.
Avante, Maranhão!
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